Thursday, November 20, 2008

VICKY CRISTINA BARCELONA



Em seu quarto filme europeu na seqüência (não esquecer que em 1996 Woody Allen filmou em Paris o musical Todos Sabem que eu te Amo), o genial diretor sai de Londres, onde dirigiu Match Point, Scoop e O Sonho de Cassandra e vai para Barcelona, onde retrata o mundo dos ricos e neuróticos norte-americanos em Vicky Cristina Barcelona. Desta vez, o cineasta não aparece na trama, só dirigindo as férias de verão de duas lindas amigas pela cidade catalã - Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson). Elas acabam se envolvendo com o artista plástico e garanhão Juan Antonio (Javier Bardén, de Mar Adentro). O problema é que ele tem um conturbado relacionamento com a ex-esposa, Maria Elena (Penélope Cruz, que tem mais uma atuação exemplar, a exemplo de Fatal e Volver e, deixando de ser antipática aos meus olhos). Com todo o seu olhar especial, Allen vai mostrando o que Barcelona tem de melhor e belo, assim como consegue fazer com Nova Iorque. Mas desta vez, o diretor septuagenário deixa de lado o humor característico e enfoca mais as neuras, decepções e esperanças de gente rica e sem preocupação com a conta bancária. Mas sim com o coração.

007- QUANTUM OF SOLACE



OO7 não é mais o mesmo. Em Quantum of Solace, de Marc Forster, o 22º longa da franquia, para começar, o famoso espião não repete seu famoso bordão "My name is Bond, James Bond". E o filme já começa com pura adrenalina, numa furiosa perseguição de carros, lembrando em muito Velocidade Máxima, 20 minutos aonde terminou a trama anterior - Cassino Royale, com Bond querendo se vingar dos assassinos do grande amor de sua vida, Vésper. E Bond não perdoa nenhum de seus inimigos, apesar dos protestos de sua chefe M (Judi Dench).
Outra cena que remete a um filme recente é a fuga sobre os prédios históricos da medieval Siena, na Itália (remetendo a Ultimato Bourne, na cena em que Bourne escala pelos prédios marroquinos). E pasmén, a mocinha Camille (Olga Kurylenko) escapa ilesa das mãos e do charme do espião.
Com uma "cara de pedra", Daniel Craig foge ao estereótipo criado para o personagem, que teve em suas fileiras Pierce Brosnan, Roger Moore e o melhor de todos, Sean Connery.
Em Quantum of Solace, OO7 vive o insólito de combater uma organização, dirigida pelo vilão Dominic Greene (Mathieu Amalric, de O Escafandro e a Borboleta) que..quer roubar toda a água da Bolívia e assim controlar o governo do país sul-americano. Absurdo. Mas quem disse que 007 é para ser levado a sério?

[REC]



Uma câmera nas mãos, seguindo a protagonista. Lembra A Bruxa de Blair e Cloverfield. Mas é [Rec], de Record, ou gravação, excelente filme dirigido por Jaume Balagueró e Paco Plaza.
A trama segue uma equipe de tevê que vai cobrir o trabalho de um grupo de bombeiros numa noite em Barcelona. Nunca vemos o câmera, Pablo (Pablo Rosso). Só a repórter Manuela (Ángela Vidal, em ótima atuação). Eles, ao lado dos bombeiros, entram em um prédio onde uma senhora teve um ataque histérico. Lá dentro, a equipe é atacada pela idosa e de repente todos os moradores, bombeiros e os jornalistas são trancafiados no local pela vigilância sanitária da cidade, já que um terrível vírus ataca as pessoas, deixando-as raivosas. Este é um daqueles filmes que fazem o espectador se segurar na cadeira. Um dos melhores de terror dos últimos tempos, talvez só superado nesta temporada por O Nevoeiro.

LEMON TREE




A bíblica batalha de David contra Golias ou se você quiser, a guerra milenar entre judeus e árabes. Tudo isso no desesperançoso Lemon Tree, de Eran Riklis. Uma viúva palestina, Salma Zidane, a excelente atriz Hiam Abbass, tem como única fonte de renda um enorme limoeiro, propriedade da família por mais de 50 anos. Só que da noite para o dia, o ministro da defesa de Israel (Doron Tavory) se muda para o lado da casa da palestina, que fica bem na fronteira entre o estado judeu e a Cisjordânia. O local passa a ser visto como um local de risco - pois do limoeiro, terroristas poderiam tentar um ataque contra a casa do político. Então a ordem do serviço secreto israelense é clara: derrubar as árvores, mesmo que isso custe o sustento de Salma Zidane. Só que ela não aceita calada a injustiça e decide ir aos tribunais lutar contra todos para manter sua fonte de renda. O filme é fantástico e baseado em fatos reais, mas claro, as notícias não chegam até nós, pois como diz o político: o que importa um limoeiro em relação à segurança de um país?

FATAL



Depois de Volver, Penélope Cruz tem, talvez, sua melhor interpretação no cinema no bom Fatal (Elegy, de Isabel Coixet), baseado em romance do ótimo Phillipe Roth. Ela é a jovem estudante cubana Consuela, que se apaixona pelo professor de literatura David Kepesh. Sessentão, solitário e mal-humorado, Kepesh (Ben Kingsley, de Gandhi, mais uma vez excelente), não consegue imaginar que a garota se apaixone por ele e fa zo possível para mantê-la afastada. Em Fatal, a diferença de idade é um impecilho para que o romance vingue. Observe bem. Nas chamadas do filme, equivocadamente Fatal é vendido como se o professor "morresse" dee ciúmes de Consuela e passa-se a persegui-la até que ocorra um final trágico. Nada mais mentiroso.

JOGOS MORTAIS V




O assassino Jig Saw (Tobin Bell) já está morto em Jogos Mortais V (Saw V, de David Hackl). Mas seu legado continua, agora com um seguidor...não, não é Amanda (Shawnee Smith), que também morreu na parte 4 da série de terror sado-masoquista dos anos 2000. Mas esta seqüência perde muito de sua força, pois não tem mais o que explicar o porque de Jig Saw punir suas vítimas (que em algum momento de suas vidas fizeram algo que o assassino considerou errado). Nem mesmo as engenhocas desta vez metem medo no espectador. Enfim, a parte cinco é a mais fraca da franquia. É de se esperar que pare por aqui, sob pena de ficar cada vez mais risível, como aconteceu com Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo, em que muitas das continuações não tem muito mais a dizer.

AMIGOS, AMIGOS, MULHERES À PARTE




Comediazinha fraca em que um cara metido a galã ajuda rapazes que perderam suas namoradas a recuperá-las. Essa é a premissa de Amigos, Amigos, Mulheres À Parte, de Howard Deutch. O método de Tank (Dane Cook) é simples. Ele sai com as garotas após elas terem terminado o namoro e age tão "porcamente" que as meninas pensam: "pô, como era legal o meu ex e decidem voltar para ele. Até que evidente, Tank tem de ajudar o melhor amigo, Dustin (Jason Biggs, de American Pie). Evidente que Tank vai se apaixonar pela garota, Alexis (Kate Hudson). Mas como ele é um canalha incorrigível, vai passar por um processo de purificação. Nada de novo, a não ser que o filme é um pouco pesado para crianças e até para pessoas de terceira idade um pouco puritanas - em certo momento, elas começam a abandonar a sessão, incomodadas com os pênis de borrachas e os palavrões.

ROCKNROLLA - A GRANDE ROUBADA




Guy Ritchie ficou conhecido pelos bons Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch - Porcos e Diamantes, mas também por ser o ex-marido da cantora Madonna. Seu mais recente filme, Rocknrolla - A Grande Roubada, mais uma vez trata do submundo criminoso de Londres, ond e gangues tentam passar o pé em outras gangues por causa de um quadro e de 7 milhões de libras. Mas desta vez Ritchie pega pesado com os russos, que desde a dissolução da União Soviética, ganharam bilionários da noite para o dia (o mais famoso deles é Roman Abramovich, dono do clube de futebol Chelsea). E agora os russos querem dominar Londres sob a figura de Uri Omovich (Karel Roden), mas para isso tem de passar por cima de um chefão da velha guarda, Lenny Cole (o ótimo Tom Wilkinson, de O Sonho de Cassandra). E no meio disso tudo, ladrões pé-rapados liderados por One Two (Gerard Butler, de 300 e P.S. Eu Te Amo, em atuação engraçadissima). Só não dá para tirar o olho da tela, para não perder nenhum detalhe da trama esperta e divertida.

ESPELHOS DO MEDO



Kiefer Sutherland deu um tempo no seu personagem Jack Bauer, de 24 Horas, para se envolver em um filme que se pretende de terror. Espelhos do Medo (Mirrors, de Alexandre Aja). E a história até começa interessante, com um antigo prédio abandonado devido a um incêndio e que costuma levar à loucura os seguranças que ali trabalham. Ben Carson (Sutherland) é um policial traumatizado pela perda de um colega, alcoólatra e separado, que aceita a missão de ser guarda noturno no local. E ali passa a ter visões fantasmagóricas através dos espelhos, que por trás escondem criaturas aterrorizantes. E que perseguirão o policial e seus familiares. Alguns sustos aqui e ali e uma solução para mais de inconsistente determinam o fracasso do filme. Mas os minutos finais são interessantes, lembrando a antiga série Além da Imaginação. É a única sacada boa de Espelho do Medo, que claro, não revelarei aqui.

BRANCA DE NEVE DEPOIS DO CASAMENTO



Os contos de fada sempre deram motivo para que a sacanagem tirasse uma casquinha. Até mesmo o cinema nacional nos anos 1970 apelou para a "ignorância" com o clássico Histórias que Nossas Babás Não Contavam. No desenho animado, Branca de Neve - Depois do Casamento, de Jean-Paul Picha, é mostrada a personagem ingênua (talvez a única da história), mas com coadjuvantes nem tão puros assim. Para começar, o principe encantado é um polígamo por força de um encanto. Ele é obrigado a casar cim toda aquela mocinha que ele acordar com um beijo. Já os Sete Anões são seres verdes, repugnantes, que só pensam em traçar Branca de Neve. E a Bruxa Má, bem, a Bruxa Má sempre foi um dos personagens mais eróticos dos contos de fada, mesmo que aqui ela seja uma velha caidaça. Sacanagem pura, para ficar bem longe da criançada.

MISSÃO BABILÔNIA



Os filmes de Vin Diesel vem piorando cada vez mais. Não que ele já tenha estrelado alguma obra-prima, com exceção para O Resgate do Soldado Ryan, sim, ele estava lá. Mas Velozes e Furiosos era até divertido e Triple X fazia lembrar um pouco os mais recentes 007. Só que em Missão Babilônia, direção de Mathieu Kassovitz (que entre outros dirigiu O Ódio) conseguiu realizar um dos mais fracos filmes de ficção científica dos últimos tempos. Se você quiser uma referência, puxe pela memória pelo bom Filhos da Esperança, com Clive Owen. Em Missão Babilônia, num futuro próximo, o mercenário Toorop (Diesel) tem de levar uma garota, Aurora (Mélanie Thierry) da Mongólia até Nova Iorque, enquanto que uma seita os persegue, já que a menina tem poderes que podem mudar o destino da humanidade.