quinta-feira, abril 27, 2017

"Elon Não Acredita na Morte"



"Elon Não Acredita na Morte", dirigido por Ricardo Alves Jr. é meio estranho, com ares de suspense. Cinema brasileiro sem atores conhecidos, sem invenções, sem humor. Um filme onde o personagem principal não tem nada de simpático. Pelo contrário, Elon (Rômulo Braga) é um homem bruto, fechado, nada simpático. E um dia a sua mulher Madalena (Clara Choveaux) simplesmente desaparece, sem deixar pistas. Nem sinal de fumaça.

Elon não vai poupar esforços para descubrir o paradeiro da mulher. Saber o que houve com ela. Ele vai ao trabalho dela, à casa da irmã da esposa e procura até a polícia. Na casa da irmã de Madalena não é bem recebido - ela aliás acha que Elon sufoca a esposa e talvez seja este o motivo de ela ter dado no pé. “Você ama de um jeito muito complicado”, diz a irmã dela para Elon. Mas a busca dele não é facilitada por seu jeito grosso, beirando a estupidez. Ao ser demitido do emprego por faltar, simplesmente arrota na cara do patrão, que decide por uma demissão por justa causa.

Rômulo Braga é o grande mérito do filme. Sua atuação de um homem perturbado e preocupado é excepcional. Elon é um personagem de difícil trato, valorizado pelo rosto bruto do ator, dono de um olhar cansado, quase insone. "Elon Não Acredita na Morte" não é um filme para qualquer espectador. Com longos momentos de silêncio e planos sequência - sempre mostrando o personagem principal de costas, como se quisesse mostrar o afastamento dele do mundo, que lhe é hostil. Mas talvez um mundo que ele deixou assim.

Duração: 1h14min

Cotação: bom
Chico Izidro

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