quinta-feira, junho 15, 2017

"Frantz"




"Frantz", direção de François Ozon, fala de amor, mas também deixa questionamentos no ar. Passado no final da I Guerra Mundial, trata ainda de ressentimentos entre duas nações, a vencedora França e a derrotada Alemanha. A fotografia intercala o preto e o branco quando mostra a realidade e fica colorida quando a fantasia surge na mente de algum personagem.

Numa pequena cidade alemã, vive Anna (Paula Beer), que mora com os pais de seu falecido noivo durante batalha na I Guerra, Frantz. Ela vai sempre visitar o túmulo simbólico do amado - seu corpo não está lá, tendo sido enterrado em algum lugar na França. De repente, o local começa a ser visitado por um estranho, Adrien (Pierre Niney). Sua presença causa interrogações na localidade. Quem será o estranho. Ele é um francês que conheceu Frantz no período pré-guerra e foi à Alemanha chorar pelo amigo.

No começo, Adrien sofre com o desprezo dos pais de Frantz - o pai não aceita a presença de um inimigo em sua casa. Mas aos poucos, o jovem vai quebrando a resistência, e passa a contar como era a convivência com o germânico. Anna acaba se atraindo por Adrien, e nunca fica claro se ele e Frantz não tiveram uma relação homossexual, apesar de muito do que o francês revela em suas conversas, deixa isso claro.

“Frantz” mostra claramente ressentimentos de um povo contra o outro - o incômodo fica bem evidente em cena quando Anne assiste, pasma, franceses cantarem "A Marselhesa" em uma espelunca em Paris. O filme é investigação sobre o platonismo do amor, que mostra ainda que feridas abertas dificilmente são consertadas. Recomendado.

Duração: 127min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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