sexta-feira, outubro 05, 2018

"10 Segundos Para Vencer"




Quando entrou no mundo do boxe, o brasileiro Eder Jofre prometeu ao pai, Kid Jofre, que jamais seria nocauteado na carreira. E é esta promessa que dá nome a cinebiografia do maior pugilista do país, "10 Segundos Para Vencer", dirigido por José Alvarenga Jr. O tempo se refere a contagem do juiz para o boxeador que está caído se levantar ou então perde a luta.

O filme tem muito de dois clássicos do gênero, “Rocky – O Lutador”, de 1976, e “Touro Indomável”, de 1980, seja nas cenas de luta ou na fotografia em preto e branco do segundo. Mas aqui a vida de Jofre, hoje com 82 anos, é mostrada desde a sua infância, em uma família pobre em São Paulo, mas com o pai, um argentino, dono de uma academia paupérrima de boxe. Este é interpretado excepcionalmente por Osmar Prado, em atuação irrepreensível.

Como a biografia de Eder Jofre, que foi bicampeão do mundo, nos anos de 1960 e 1973, não tem muitas surpresas - era e é um cara muito do certinho, o jeito foi o de criar uma tensão entre ele, vivido perfeitamente por Daniel Olveira (Cazuza) e seu pai. A trama foca na tensão gerada entre os dois, principalmente na obsessão de Kid em ver o filho vencer na carreira.

Além das ótimas atuações de Oliveira e Prado, os coadjuvantes também se destacam, principalmente Keli Freitas, que vive a esposa de Eder - uma personagem sofrida, sacrificada por ficar em segundo plano, atrás da carreira do marido, e Sandra Corveloni, que interpreta a mãe do boxeador.

As lutas são muito bem coreografadas, mas em determinados momentos, são utilizadas imagens reais de Eder Jofre em seus embates, mas a produção (cuidadosa na reconstituição de época), teve a esperteza de esconder o rosto do lutador.

Duração: 1h54
Cotação: bom

Chico Izidro

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