A FILHA DO PALHAÇO
Foto: Embaúba Filmes
“A Filha do Palhaço”, direção de Pedro Diógenes, acho erra no título. O correto seria “A Filha do Transformista” ou “A Filha da Drag Queen”. Mas talvez para não espantar o público, que nos últimos tempos, tem se mostrado mais e mais careta, usando um termo bem antigo, ou conservador, a escolha pelo palhaço.
Mas na realidade, o personagem Renato, vivido por Demick Lopes, não é um palhaço no sentido correto da palavra – não faz estripulias, brincadeiras infantis no palco. Renato encarna a drag Silvanelly, se apresentando em bares e teatros mequetrefes de Fortaleza, no Ceará. Canta, conta piadas, debocha da plateia, e assim vai levando a vida.
Até que certo dia recebe a visita de Joana (Lis Sutter), sua filha de 14 anos, e com quem tem pouco ou quase nenhum contato. Quando ele virou pai, abandonou a menina e a mãe dela por um homem – em determinado momento, Renato se abre para a garota, dizendo que foi uma paixão avassaladora e que ele não esperava se apaixonar por outro cara.
Joana quer passar um tempo com Renato, conhecer o pai, antes de uma mudança brusca em sua vida. Ele, que nunca teve cacoete para ser pai, começará de forma até meio inconsciente a agir como um – a cena em que Joana sai de casa, deixando o celular em cima da mesa, para dar uma volta na praia, exemplifica bem isso. Renato fica aturdido e bronqueia com a filha.
Os dois atores principais, Demick Lopes e Lis Sutter, irradiam carisma – ele, especialmente se destaca em cenas fortes e ousadas ao lado do coadjuvante Jesuita Barbosa, que vive Marlon, este sim um palhaço. “A Filha do Palhaço” é uma adorável história sobre um pai e uma filha que buscam se conectar.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=53r_7P06mG4
Cotação: bom
Duração: 1h44min
Chico Izidro
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