quinta-feira, maio 25, 2017
“A Família Dionti”
A Família Dionti, de Alan Minas, tem ares de realismo fantástico nesta bonita obra infanto-juvenil, mostrando a vida de um garoto vivendo no interior de Minas Gerais. Atemporal, pois por vezes, parece que estamos nos anos 1970 – observe os pôsteres na parede do quarto do protagonista, os veículos e as roupas – mas repentinamente um personagem surge falando ao celular.
O longa mostra o dia a dia do menino Kelton (Murilo Quirino), que mora com o pai Josué (Antônio Edson) e o irmão Serino (Bernardo Santos) num pequeno sítio nos rincões de Minas Gerais. Pela manhã os garotos estudam e à tarde ajudam o pai, que trabalha numa olaria, e quando sobra tempo, jogam bola e planejam reencontrar a mãe, que um dia simplesmente foi embora, pois derreteu.
Um belo dia, a vida de Kelton começa a sofrer mudanças, quando um circo chega à cidade. E com ele a pequena Sofia (Anna Luiza Marques), cujo pai é trapezista. Ela passa a estudar na mesma escola dele, e os dois criam um laço de amizade, mais de amor por parte de Kelton. E Sofia conta histórias mágicas sobre os colegas circenses, aumentando ainda mais a imaginação do garoto, que literalmente passa a derreter de amor pela garota.
O filme tem um grande clima poético, daquela pureza interiorana que hoje em dia não se vê mais. E as atuações de seus jovens atores é muito cativante. Kelton vai derretendo aos poucos, o irmão Serino tem sonhos tristes e chora grãos de areia. Já o pai, rígido mas compreensivo – a cena dos três jogando bola é linda demais -, teme que os filhos sigam os passos da mãe.
Duração: 1h37min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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