quinta-feira, dezembro 11, 2025

O documentário “Sinal de Alerta” em cartaz neste sábado, 13, na Casa Baka

Foto: Fernanda Chemale
O documentário “Sinal de Alerta”, lançado originalmente em 23 de outubro de 2021 na Casa de Cultura Mário Quintana, volta em cartaz neste sábado, 13 de dezembro, na Casa Baka, na Rua da República, 139, Cidade Baixa, em Porto Alegre. A sessão se inicia às 18h, com enstrada gratuita.
Uma obra sensível, humana e profunda — que atravessa emoções, silêncios, afetos e a forma como a nossa Lory F. lidou na sua curta e incrível trajetória.
Através de depoimentos carregados de verdade, músicos, amigos e familiares como este depoimento emocionante do seu filho @ricardinhofb , filme costura momentos de vulnerabilidade e força. Trechos do material original mostram reflexões sobre sentimentos, ausência, alegria, vínculos e a intensidade das relações humanas da Lory.
Fragmentos que, juntos, constroem um retrato íntimo de alguém tentando entender o mundo e a si mesmo, como a Lory, junto de sua arte, procurou ilustrar pelas suas músicas, as externalidades que viveu e lutou, como a sua batalha contra a a AIDS, onde foi pioneira no Brasil, primeiro(a) artista á promover um show em conscientização e luta contra a doença, onde não se tinha tantas informações e tratamentos, e sim, preconceitos, ainda mais contra mulheres portadoras da doença, ela teve que lidar com todas estas duras adversidades.
Ficha técnica:
Direção e Montagem: Frederico Restori
Roteiro, Direção de Fotografia e Assistência de Direção: Natália Pimentel
Produção: Kevin Nicolai
Direção de Som: Felipe Guaragna Schorn
Veja Documentário "Sinal de Alerta - Lory F." no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=0DDXxtuDRd4&t=47s

quinta-feira, novembro 20, 2025

Festival de Cinema de Jaguarão é um sucesso em sua primeira edição

Fotos: Chico Izidro
O curta bajeense “Entre Aulas”, de Marizele Garcia, ganhou o prêmio de melhor filme da Mostra Regional na primeira edição do Festival de Cinema de Jaguarão, realizado entre os dias 12 e 16 de novembro, no Theatro Esperança.
O evento, que teve duas mostras competitivas, a Regional, com oito filmes produzidos no Rio Grande do Sul e a Latino-Americana, com 10 filmes concorrendo em nove categorias, foi um sucesso tremendo, reunindo toda a comunidade da cidade, realizadores gaúchos e sul-americanos, e jornalistas.
O curta vencedor, “Entre Aulas”, que também levou o prêmio de melhor montagem, conta a história de três crianças que se aventuram pelas ruas da cidade de Bagé em busca de uma lenda urbana.
Já o maior premiado na Mostra Regional, foi o curta “Mãe”, de João Monteiro, levando três prêmios: melhor direção (para João Monteiro), melhor atriz (para Valéria Barcelos) e escolha do júri popular.
Na Mostra Latino-Americana, com três produções estrangeiras, o grande vencedor foi “Dois Nilos”, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro. O curta conquistou os prêmios de melhor filme, melhor direção e melhor montagem (para Marília de Moraes, Rodrigo de Janeiro e Samuel Lobo).
Os vencedores das mostras receberam o Troféu Uma Terra Só, inspirado na obra do escritor Aldyr Garcia Schlee.
Vencedores da Mostra Regional:
• Melhor Filme: “Entre Aulas” — Marizele Garcia
• Melhor Filme escolha Júri Popular: “Mãe” — João Monteiro
• Melhor Direção: João Monteiro — “Mãe”
• Melhor Atriz: Valéria Barcelos — “Mãe”
• Melhor Ator: Bruno Marques — “Aconteceu a Luz da Lua”
• Melhor Roteiro: Victória Kaminski e Rubens Fabrício Anzolin — “Posso Contar Nos Dedos”
• Melhor Direção de Fotografia: Takeo Ito — “Gambá”
• Melhor Direção de Arte: Gianna Soccol — “O Último Dia”
• Melhor Trilha Sonora: Otávio Vassão — “Gambá”
• Melhor Montagem: João Werlang — “Entre Aulas”
Vencedores da Mostra Latino-Americana:
• Melhor Filme: “Dois Nilos” — Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro
• Melhor Direção: Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro — “Dois Nilos”
• Melhor Atriz: Márcia Santos — “Girassóis”
• Melhor Ator: Wilson Rabelo — “Girassóis”
• Melhor Roteiro: Jessica Linhares e Miguel Chaves — “Girassóis”
• Melhor Direção de Fotografia: Renan Benedito — “Bijupirá”
• Melhor Direção de Arte: Marcelo Freire — “Jeguatá-xirê”
• Melhor Trilha Sonora: “Las Islas Adentro”
• Melhor Montagem: Marília de Moraes, Rodrigo de Janeiro e Samuel Lobo — “Dois Nilos”

“Wicked - Parte II” (Wicked: For Good)

Foto: Universal
“Wicked: Parte II” (Wicked: For Good), é a sequência de “Wicked” (2024), e adaptação da segunda parte do musical de sucesso da Broadway, que por sua vez tem como base o livro “Maligna: A História Não Contada das Bruxas de Oz”, (1995), do escritor americano Gregory Maguire, que imaginava como a vilã, batizada de Elphaba, havia se tornado má.
O musical estrelado por Cynthia Erivo, como Elphaba, alvo de racismo por ter nascido com a pele verde, e Ariana Grande, na pele de Glinda, a Bruxa Boa do Norte, mostra as duas, que apesar das diferenças, tornaram-se melhores amigas, depois de um início se odiando.
Nesta segunda parte, Elphaba vive escondida na floresta de Oz, seguindo em sua luta para desmascarar o Mágico (Jeff Goldblum), um farsante sem poder mágico nenhum e que engana a população, e tentando ajudar os animais silenciados, que passaram a ser perseguidos e expulsos.
Por outro lado, Glinda, sob a tutela de Madame Morrible (Michelle Yeoh), vive no palácio da Cidade das Esmeraldas, usufruindo das vantagens da fama e da popularidade, mas sendo manipulada para tranquilizar a população de está tudo bem sob o comando do Mágico. Até que começa a ter uma visão mais esclarecida da situação.
A superprodução encanta pelo seu extremo colorido e figurinos deslumbrantes, e com Cynthia e Ariana cantando muito, com direito a canções que não existem na peça – o que para mim não faz a mínima diferença, pois as melodias parecem ser sempre as mesmas, coisa muito comum na música atual, sem a mínima originalidade. E isto torna o longa cansativo e aborrecido. Para adolescentes, até pode funcionar.
Cotação: regular
Duração: 2h18
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SM0XcBRq5eA

“O Sobrevivente” (The Running Man)

Foto: Paramount
“O Sobrevivente” (The Running Man), dirigido por Edgar Wright, é uma refilmagem do filme de 1987 estrelado por Arnold Schwarzennegger. Esta nova versão é mais fiel ao livro de Stephen King.
Estrelado por Glen Powell no papel do irascível Bem Richards, que não consegue se manter em um emprego, devido ao seu temperamento irritadiço. A trama se passa no ano de 2025, nos Estados Unidos, num estado totalitário e apocalíptico. E Richards, para salvar a filha nenê, doente, se vê obrigado a participar de um violento programa televisivo, “The Running Man”.
No programa, os participantes precisam tentar escapar de uma equipe de assassinos profissionais enviados para matá-los durante 30 dias. O prêmio para os sobreviventes é um prêmio milionário em dinheiro, e Richards vê nisso uma forma de ajudar sua filha e tirar sua família da pobreza.
O filme começa muito mal, com situações forçadas e exageradas, mas em seu decorrer vai melhorando, com várias cenas de ação e violência – e para quem gosta do gênero é um deleite, apesar de o protagonista, mesmo por vezes recebendo rajadas de tiros de metralhadora, nunca ser acertado pelos seus perseguidores, certamente míopes.
Porém o final é de uma decepção absurda. O expectador fica olhando para a tela e se perguntando o que acabou de acontecer. “É isso?” é a pergunta incrédula.
O diretor deve ter pensado: acabaram as ideias, não temos mais o que falar, então ficamos por aqui...
Cotação: regular
Duração: 2h14
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZeHsq2aKvRw

“Truque de Mestre: O 3º Ato” (Now You See Me: Now You Don't)

Foto: Paris Filmes
Em “Truque de Mestre: O 3º Ato” (Now You See Me: Now You Don't), dirigido por Ruben Fleischer, tem como protagonista o quinteto formado por Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco, Isla Fisher, retornando ao elenco depois de ter ficado de fora da segunda parte devido a sua gravidez, e Lizzy Caplan.
Eles são uma espécie de mágicos agindo como Robin Hood, defensores dos despossuídos e tentando derrubar ricaços corruptos. Nesta terceira parte, J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Dylan Rhodes (Mark Ruffalo), Henley (Isla Fischer) eLula (Lizzy Caplan) são obrigados a conviver com três jovens ilusionistas, que se dizem seus fãs, vividos por Justice Smith, Dominic Sessa e Ariana Greenblatt.
A história transcorre em várias locações da Europa e em Abu Dhabi, no Oriente Médio, com todos eles se reunindo para o roubo de um diamante bruto, propriedade da vilã vivida por Rosamund Pike, sem o mínimo jeito para o papel.
E o filme prossegue com personagens explicando os truques, fazendo piadas geracionais, com eles realizando fugas impossíveis e inverossímeis. Sem contar as facilidades que todos viajam de um lugar para o outro em minutos.
E a falta de profundidade em questões que o roteiro anuncia, mas deixa de lado no decorrer da trama, como por exemplo, a exploração dos trabalhadores em minas, o enriquecimento de nazistas após a II Guerra. Apesar de gostar dos truques de mágica, “Truque de Mestre: O 3º Ato” estraga a magia.
Cotação: ruim
Duração: 1h53
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=4-Yh5uUMFBg

quarta-feira, novembro 05, 2025

“Predador: Terras Selvagens” (Predator: Badlands)

Foto: Disney
"Predador: Terras Selvagens" (Predator: Badlands), direção de Dan Trachtenberg, simplesmente decidiu esculhambar com os outrora sinistros caçadores assassinos conhecidos como os predadores, desde a estreia, lá em 1987, brigando com o fortão Arnold Schwarzennegger.
Neste novo filme da franquia, pela primeira vez o predador vira protagonista. Porém, simplesmente, o caçador foi simplesmente humanizado, ficando sensível e carente.
A trama acompanha o jovem youtja (a espécie do predador) Dek, que para provar seu valor ao pai, que o detesta, vai para um planeta hostil para tentar capturar uma criatura imbatível. Lá, ele acaba se afeiçoando a uma androide, Thia, vivida por Elle Fanning, e os dois vão tentar capturar o monstro.
Dek é um predador inexperiente, fraco e carente – não, não faz sentido ele se encantando com uma androide e também com um filhote de um animal encontrado no planeta. Enfim, o predador foi emasculado.
“Predador: Terras Selvagens” acaba produzindo mais risos do que medo, em uma história onde o predador vira presa, e precisa da ajuda inesperada de dois seres completamente alheios ao histórico da fera caçadora. Uma enorme decepção.
Cotação: ruim
Duração: 1h53
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ztMwsa55wZg

“Quando o Céu Se Engana” (Good Fortune)

Foto: Paris Filmes
“Quando o Céu Se Engana” (Good Fortune), direção e roteiro do humorista Aziz Ansari, do divertido seriado “Master of None”, é uma comédia com toques sobrenaturais, brincando com a velha fórmula da troca de vidas, destacando um anjo vivido por Keanu Reeves, evocando às vezes “Asas do Desejo”, de 1987.
A função do anjo é apenas evitar que seres humanos cometam desastres no trânsito, mas quer algo maior. Então decide interferir na vida de Arj (o próprio Aziz Ansari), um trabalhador que vive de vários bicos, e com uma má sorte absurda, chegando ao limite de morar dentro do próprio carro.
Mas certo dia, ele atende o bilionário Jeff (Seth Rogen), e cai nas graças do empresário de bigtechs. Porém, quando tudo ia de vento em popa, comete um pequeno deslize, não sendo perdoado por Jeff, que o demite.
Entra em ação, então, o anjo Gabriel, que decide passar por cima de suas determinações, interferindo na vida de Arj e Jeff. Não, os dois não trocam de corpos, mas sim de vida. Enquanto Arj passa a ser um bilionário, Jeff começa a viver a vida do ex-empregado.
Gabriel quer mostrar para Arj que o dinheiro não é a solução para tudo. Porém, o ex-trabalhador gosta do novo estilo de vida, onde consegue até namorar a garota de seus sonhos, a operária Elena (Keke Palmer), e não deseja mais voltar à vida miserável de antes.
Ansari brinca com destreza em relação a batida fórmula de trocas de vidas, conseguindo ainda chamar a atenção para o grande abismo econômico vivido pelas pessoas nos Estados Unidos – acredita-se que no país das oportunidades todo mundo se sai bem economicamente, o que é uma lenda.
E Keanu Reeves é o espírito do filme, com seu anjo um tanto ingênuo, um tanto sonhador – ele quer e muito saber como vive um ser humano, sentir o gosto de um hamburguer e acaba ainda se viciando em nicotina. “Quando o Céu Se Engana” acaba sendo uma fábula deliciosa sobre a vida, as diferenças sociais, a falta e a presença de empatia. E rende boas risadas.
Cotação: bom
Duração: 1h39
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=_wK3okTuk6I

“Dollhouse – A Boneca da Casa” (Dollhouse)

Foto: Sato Company
“Dollhouse – A Boneca da Casa” (Dollhouse), filme do diretor japonês Shinobu Yaguchi, bebe totalmente na fonte de “Anabelle”, um brinquedo que, de aparência inofensiva, se mostra algo muito mortal.
A trama segue Kae Suzuki (Masami Nagasawa), casada com Tadahiko (Koji Seto), e que fica devastada após em um momento de desatenção, ver a filha de cinco anos morrer de forma trágica. Em forma de consolo, Kae encontra uma boneca e começa a lidar com o brinquedo como se fosse sua filha perdida. A boneca acaba se tornando parte da rotina do casal.
Porém, um ano depois, a dona de casa acaba engravidando de Mai. Encantado, o casal passa a se dedicar à nova filha, deixando a boneca de lado – em certos momentos, eles empurram o brinquedo para o lado, jogam no chão, não se importando mais.
Os anos passam, e logo Mai está uma menina de cinco, seis, sete anos...e a boneca segue na casa, mas com algumas características assustadoras, como ficar parecida com a menina morta, os cabelos crescendo...e em certos momentos, até ganha vida, praticando maldades com os moradores da casa. A dupla passa a tentar se livrar da boneca, que acaba sempre retornando para infernizar Kae e Tadahiko.
“Dollhouse” foca em fenômeno real e crescente: o uso terapêutico de bonecas realistas, conhecidas como bebê reborn, em processos de cuidado emocional. Em diversas partes do mundo, a chamada doll therapy é utilizada para ajudar pessoas a lidar com perdas, traumas e distúrbios cognitivos.
No filme, a relação ganha um espelho sombrio: a boneca que deveria curar acaba despertando algo que não quer ser esquecido. O gesto se transforma em pesadelo, com o diretor Yaguchi subvertendo a ideia de consolo em um retrato excêntrico e inquietante sobre a dor que insiste em permanecer.
Cotação: regular
Duração: 110min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2NIPkCLzR3A

sexta-feira, outubro 31, 2025

“Novembro” (Noviembre)

Foto: Metro Goldwyn Meyer
“Novembro” (Noviembre), com roteiro e direção de Tomás Corredor, retrata um dos momentos mais trágicos dos anos 1980, na Colômbia, que vivia conturbada, fosse pelo narcotráfico ou pelas guerrilhas.
Em 6 de novembro de 1985, o grupo guerrilheiro M-19 invadiu o Palácio da Justiça, em Bogotá, e manteve vários juízes e civis como reféns. O objetivo era a realização de um julgamento contra o então presidente do país, Belisario Betancour. O grupo guerrilheiro se autodenominou "Companhia Iván Marino Ospina" em homenagem a um comandante do M-19 morto pelos militares colombianos em 28 de agosto daquele ano.
O filme recria, então, as 27 horas que os guerrilheiros e seus reféns ficaram acuados dentro do prédio, em um banheiro, enquanto o exército atacava impiedosamente o local, com bombas, granadas, tiros de metralhadoras e até ateando fogo no palácio.
No final, 98 pessoas morreram durante o ataque dos militares ao palácio. Os mortos foram reféns, entre eles doze magistrados, soldados e guerrilheiros, incluindo seu líder, Andrés Almarales, e quatro outros comandantes do M-19. Após a operação, outro juiz da Suprema Corte morreu em um hospital após sofrer um ataque cardíaco. Houve ainda desaparecidos durante a ação.
“Novembro” consegue captar em pouco mais de uma hora toda a tensão daquelas horas terríveis, onde ninguém queria morrer. As cenas no banheiro – único cenário do filme – são assustadoras. A produção utilizou ainda imagens reais da época, com o exército cercando o Palácio de Justiça, e desferindo seu ataque brutal, onde não poupou ninguém.
“Novembro é um filme nascido da necessidade de revisitar um momento-chave da nossa história recente, mas a partir de outra perspectiva. A obra não busca reconstruir os fatos, mas sim explorar o que não foi visto: o íntimo, o vulnerável, o humano”, explicou Thomás Corredor.
O diretor ressaltou ainda que o filme é um exercício de olhar novamente para a memória coletiva e suas lacunas, de olhar para a perda - de vidas, de certezas, de sentido: “O cinema nem sempre traz respostas, mas carrega algo ainda mais poderoso: a possibilidade de olhar de novo. Novembro é exatamente isso: uma reflexão sobre o que acontece conosco quando tudo se rompe. Não há heróis ou vilões, apenas pessoas diante de uma realidade que as esmaga. E essa realidade não faz parte apenas do passado. Pode acontecer de novo. Em qualquer país. A qualquer momento”.
Cotação: ótimo
Duração: 1h11
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=9OLDUneMyeU

“Napoli-New York” (Naples to New York)

Foto: 01 Distribution
Baseado em roteiro escrito por Federico Felini e Tullio Pinelli no final da década de 1940, e que nunca havia sido produzido, “Napoli-New York” (Naples to New York) finalmente ganha vida, sob direção de Gabriele Salvatores, mais de setenta anos depoís.
A trama começa na devastada Itália, mais exatamente em Napoli, em 1949, com a pequena Celestina Scognamiglio (Dea Lanzaro), que perde a família em uma explosão em seu prédio, provavelmente de uma bomba que não explodiu em bombardeio durante a II Guerra Mundial. A única parente viva que ela tem é a irmã Agnese (Anna Lucia Pierro), que emigrou para os Estados Unidos para casar com um soldado americano.
A menina de nove anos acaba sendo acolhida pelo menino Carmine, de 12 anos, que sobrevive nas ruas da cidade aplicando pequenos golpes. E o garoto acaba cruzando com George (Omar Benson Miller), cozinheiro negro de um navio americano aportado na cidade, que quer negociar um filhote de onça. Após o acordo entre eles dar errado, Carmine segue George até o navio para cobrar a dívida, e Celestina vai junto. Quando os dois notam, o navio partiu, e eles se tornam passageiros clandestinos, tendo de se esconder das autoridades – e da lei não-escrita de que todo clandestino descoberto seja jogado ao mar.
O navio tem como destino New York, e Celestina vê a oportunidade de reencontrar a irmã. Os dois acabam sendo protegidos pelo oficial Domenico (Pierfrancesco Favino), que simpatiza com aqueles órfãos.
Assim, acabam chegando em New York, onde acabam se perdendo na gigantesca metrópole, descobrindo o preconceito, a fome, mas também muita solidariedade e o destino trágico de Agnese.
“Napoli-New York” tem na pequena atriz Dea Lanzaro muito de sua força. Ela encanta de uma forma especial, mostrando um olhar de desesperança, mas também de força. E a virada final é espetacular, quando da explicação do porque Carmine não deseja ser adotado por Domenico e sua esposa.
Cotação: ótimo
Duração: 2h04
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Mlm6tmx0YVk

“A Memória do Cheiro das Coisas”

Foto: Muraquitã Filmes
“A Memória do Cheiro das Coisas”, filme do português António Ferreira, mostra que nunca é tarde para a redenção.
O filme apresenta o ex-combatente da Guerra Colonial Portuguesa (também conhecida como Guerra do Ultramar), Arménio (José Martins), que prestes a completar 80 anos, é colocado por seu filho em um asilo. Ele não consegue mais realizar as coisas essenciais do dia-a-dia sozinho e por isso necessita de cuidadores 24 horas.
Arménio é viciado em cigarros, ranzinza, racista, e lembra com carinho quando combateu em Angola, que lutava por sua independência, nos anos 1970 e como matava, com certo prazer, os nativos angolanos.
Porém, sua visão de mundo começa a se transformar quando conhece Hermínia (Mina Andala), uma cuidadora negra. Arménio antipatiza de cara com ela, achando ela ser africana, mas fica surpreendido ao descobrir que Hermínia é portuguesa de nascimento e filha de um ex-combatente.
A cuidadora leva o octagenário a confrontar os fantasmas do seu passado e a vulnerabilidade do envelhecimento. Aos poucos, uma amizade inesperada acaba surgindo entre os dois.
“A Memória do Cheiro das Coisas" pode se referir ao fenômeno da memória olfativa (como os cheiros trazem lembranças). Mas também debate assuntos delicados como envelhecimento, racismo estrutural, colonialismo e traumas de guerra.
Cotação: ótimo
Duração: 1h36min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=0DKoCsL659I

quinta-feira, outubro 30, 2025

“O Agente Secreto”

Foto: Vitrine Filmes
Brasil. 1977. O país já vive há 13 anos sob uma ditadura militar e Marcelo (Wagner Moura) dirige seu fusquinha amarelo em direção a Recife, onde pretende rever o filho pequeno que vive com os avós maternos (o avô é projecionista no icônico Cinema São Luiz), e recomeçar a vida, em plena semana de Carnaval.
Em “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, pessoas vivem na clandestinidade, tentando escapar das garras da repressão. E Marcelo é uma delas – na primeira parte do filme não é explicado exatamente o que o personagem fez para ter de se esconder.
A trama é mostrada aos poucos, sem muita explicação. Marcelo vai morar em um prédio coordenado pela maternal Dona Sebastiana (Tânia Maria). E aos poucos, ele vai conhecendo os outros moradores, a maioria vivendo na clandestinidade, e sem revelarem os motivos por estarem ali.
Enquanto isso, a história foca também em policiais corruptos, que dirigem um esquadrão da morte – o mote é uma perna humana encontrada dentro do estômago de um tubarão.
E ainda existe uma dupla de matadores de aluguel, interpretados por Gabriel Leone e Roney Villela, que é sósia do ex-baterista dos Titãs, Charles Gavin, contratados por um empresário apoiador do regime.
Ao mesmo tempo, “O Agente Secreto” põe um pé nos anos 2020, onde duas pesquisadoras universitárias escutam gravações feitas por Marcelo naquele período turbulento.
Kleber Mendonça consegue costurar com maestria o mistério por trás de todos esses personagens – recriando ainda com perfeição o Brasil setentista, com suas roupas bregas, carros, as músicas daquele período, com direito a uma rádio tocar o “conjunto Chicago” com Se Você Me Deixar Agora (If You Leave Me Now).
São tantos detalhes, tantas referências, que o filme vale e deve ser visto várias vezes.
Cotação: ótimo
Duração: 2h40
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=JB6Wf4DM9GY

quarta-feira, outubro 29, 2025

“Springsteen: Salve-me do Desconhecido” (Springsteen: Deliver Me From Nowhere)

Foto: 20th Century Fox
Em 1982, saindo de uma vitoriosa turnê e com um hit para chamar de seu, “Hungry Heart”, e com o álbum “The River” no topo das paradas nos EUA, o cantor Bruce Springsteen se viu afundado numa tristeza impar. É aí que “Springsteen: Salve-me do Desconhecido” (Springsteen: Deliver Me From Nowhere), e inspirado no livro “Deliver Me from Nowhere”, de Warren Zanes. dirigido por Scott Cooper, navega nesta cinebiografia.
Bruce é interpretado com uma quase perfeição por Jeremy Allen White (do seriado gastronômico The Bear), e que inclusive decidiu cantar todas as músicas mostradas no filme – e o resultado é algo surpreendente. A ator, inclusive, conviveu com o rock star durante um período, para pegar seus trejeitos.
Naquele ano de 1982, o cantor decidiu fazer algo impensável para a indústria – gravar um disco, o seu sexto da carreira, de forma quase artesanal, no quarto de uma casa alugada no interior de New Jersey. O trabalho não teria nada de divulgação, nem turnê, nem material para a imprensa. O resultado todo mundo conhece, o excelente e acústico “Nebraska”.
Mas em meio as turbulentas gravações, pressões dos executivos, Bruce sofria de uma profunda depressão, o que o afastava das pessoas. O filme até cria um personagem fictício, Faye (Odessa Young), mãe solteira e interesse romântico de Bruce. Porém, na realidade, Springsteen estava solteiro naquela época e, devido à depressão, sem interesse romântico por alguém.
Ao mesmo tempo, os fantasmas do passado também o incomodam – a produção mostra, em flashbacks, a sua infância, com o protagonista representado por Matthew Anthony Pellicano e a difícil relação com o pai abusador, Douglas (Stephen Graham, de Adolescência), e a mãe Adele (Gabby Hoffmann), paciente e amorosa com ele, enquanto não consegue se desvincular do agressivo marido.
Mas enquanto trabalhava em “Nebraska”, cuja letra fala do serial killer Charles Starkweather e sua namorada Caril Ann Fugate, retratados no filme “Terra de Ninguém” (Badlands, de 1973), dirigido por Terrence Malick e com Martin Sheen e Sissy Spacek nos papéis principais, Bruce mal sabia que estava gerando o disco que o transformaria em estrela mundial: “Born to USA”, de 1984, que teve várias músicas compostas para o disco de 1982, mas que seriam utilizadas apenas dois anos depois.
“Springsteen: Salve-me do Desconhecido” pode até incomodar, pois é uma obra triste, reflexiva...o espectador deve querer mais números musicais, talvez até Bruce cantando “Dancing in the Dark” com a futura “Friends” Courtney Cox subindo ao palco para dançar com ele. Mas o foco aqui é outro. Enfim, não é um filme sobre Bruce Springsteen ou “Nebraska”, é sobre depressão, e só quem já teve esta doença sabe o quanto ela é destruidora.
Cotação: ótimo
Duração: 1h59
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=XLJQ2JeoSz4
Escute Jeremy Allen White – “Springsteen: Deliver Me From Nowhere” no Spotify: https://open.spotify.com/intl-pt/album/3PULsYPn4Frr77Dc5idG4Q

segunda-feira, outubro 27, 2025

“O Gabinete do Dr. Caligari” ganha sessão musicada no Instituto Goethe por Pata de Elefante, King Jim e Eduardo Pacheco

Foto: Dark Horse Entertainmen
Um dos filmes mais emblemáticos da história do cinema, “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), dirigido por Robert Wiene, será exibido no auditório do Goethe-Institut Porto Alegre nos dias 29 e 30 de outubro de 2025, acompanhado por uma trilha sonora inédita, executada ao vivo pela banda Pata de Elefante, acompanhada pelo saxofonista Ricardo King Jim e o percussionista Eduardo Pacheco.
O projeto propõe um diálogo entre o expressionismo alemão do início do Século XX e o Rock Instrumental, renovando a recepção do clássico ao preservar sua atmosfera sombria e abrir novas camadas de interpretação musical e artística.
A sessão conta com a projeção do filme unida a uma performance musical intensa, criada especialmente para esta exibição. O Goethe-Institut, reconhecido por sua atuação na promoção cultural e intercâmbio artístico, será o espaço de encontro entre cinema, música e público, em um evento que valoriza a memória do cinema e a potência criativa da cena local.
Sinopse
O Gabinete do Dr. Caligari com trilha ao vivo – O clássico expressionista de 1920 ganha nova dimensão com a banda Pata de Elefante e os convidados Eduardo Pacheco e Ricardo King Jim, que apresentam uma trilha inédita ao vivo durante a exibição completa do filme no Goethe-Institut Porto Alegre.
Ficha técnica:
Músicos: Gabriel Guedes, Daniel Mossmann, Elieser Lemes, Eduardo Pacheco e Ricardo King Jim
Produção executiva: Liliane Pereira
Iluminação: Thais Andrade
Operação de som: Mariano Wortmann
Assistência de palco: Alisson Mix
Assistência de produção: Cirilo Menegat
Design e Comunicação: Folk
Realização: Folk e Goethe-Institut Porto Alegre
Serviço:
O Gabinete do Dr. Caligari com Pata de Elefante, King Jim & Eduardo Pacheco
- Exibição do filme com trilha sonora ao vivo -
Local: Goethe-Institut Porto Alegre
Endereço: Rua 24 de Outubro, 112, Bairro Moinhos de Vento
Fone: (51) 2118-7800
Quando: 29/10 e 30/10 - quarta e quinta
Horário: 19h30
Duração: aprox. 80 minutos
Classificação: 12 anos
Ingressos no Sympla: R$50 inteira / R$25 meia (classe artística, estudantes, pessoas com deficiência, idosos, jovens de baixa renda entre 15 e 29 anos mediante comprovação).
Veja o trailer "O Gabinete do Dr. Caligari" no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=LTjzz9s88yw
Escute Pata de Elefante – “Emaranhados em Gambiarras Mal-Ajustadas” no Spotify: https://open.spotify.com/intl-pt/album/159X5vonlKQw6t4J3JZFQg

sexta-feira, outubro 17, 2025

“O Telefone Preto 2” (Black Phone 2)

Foto: Blumhouse Productions
“O Telefone Preto 2” (Black Phone 2), direção de Scott Derrickson, surfa na onda de sua primeira parte, este sim um baita filme sobre serial killer, que no final acabava sendo morto por uma de suas vítimas.
Então como fazer uma sequência? O roteirista poderia ter pensando em um copycat (que é alguém que recria os crimes de um assassino), ou um seguidor perdido por aí. Mas não, optaram por fazer o serial killer O Sequestrador (Ethan Hawk), virar uma espécie de Freddy Krueger, sim, eles fizeram isso.
A história mostra um agora jovem Finn (Mason Thames), o sobrevivente da primeira parte, vivendo com sua irmã Gwen (Madeleine McGraw), e o pai Terrence (Jeremy Davies, que simplesmente é um sósia de Charles Mason) e quase isolado na escola, onde resolve seus problemas no soco ou fumando maconha.
Então é quando surge a opção de os irmãos passarem as férias de inverno num acampamento de jovens cristãos. E Gwen descobre que o local tem ligação com o passado da mãe, e decide ir investigar, na qual é acompanhada pelo irmão, a contragosto.
No acampamento, comandado por Armando (Damian Bachir), todos acabam ficando isolados por causa de uma violenta nevasca. A jovem passa a ter visões, e surgem espíritos das crianças assassinadas pedindo socorro, mas também O Pegador reaparece, em forma de espírito, tentando assassinar os irmãos...
E onde está o telefone preto? O aparelho está lá, no meio do acampamento, fazendo a ligação entre o mundo dos vivos e dos mortos, com as vozes das vítimas ajudando Gwen e Finney a enfrentar seus traumas e combater O Sequestrador.
Enfim, “O Telefone Preto 2” é um thriller sobrenatural que tem a intenção de discutir traumas e redenções – no caso dos irmãos, para finalmente esquecerem os problemas do passado e tentar começar nova vida.
Porém, tudo naufraga terrivelmente. O filme é repleto de situações forçadas, copia descaradamente o terror oitentista “A Hoira do Pesadelo”. Os cortes são mal feitos, muitas situações não são explicadas, talvez para reduzir o tempo de duração, pois mesmo assim, chega a quase duas horas. E o espectador não aguenta ser submetido a tantos absurdos. Decepcionante.
Cotação: ruim
Duração: 1h54
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=EAmy5ukPsxY

quinta-feira, outubro 09, 2025

“Ruídos” (Noise)

Foto: A2 Filmes
“Ruídos” (Noise), direção de Kim Soo-jin (da série de TV "KBS Drama Special") é um forte terror psicológico sul-coreano, que transcorre quase todo ele dentro de um prédio de apartamentos em Seul, onde moram pessoas estranhas e antipáticas.
A história acompanha Joo-Young (Lee Sun-Bin), uma jovem sul-coreana com deficiência auditiva que, após o desaparecimento de sua irmã mais nova Joo-Hee (Han Su-A), que foi vista pela última vez em seu apartamento, resolve investigar o caso.
As duas chegaram a dividir o local, mas Joo-Young acabou se mudando, depois de não suportar as esquisitices da irmã, que insistia em garantir ouvir estranhos barulhos vindo do apartamento de cima.
Ju-young, então, volta para a residência, e começa a ser assediada por um vizinho, que a ameaça caso não pare de provocar barulhos...A jovem nota que, apesar de não escutar perfeitamente – ela usa um aparelho auditivo -, um padrão de comportamento impera entre os moradores do prédio, indo mais fundo em sua investigação à procura de encontrar a irmã e solucionar o caso, já que as autoridades mantém descaso sobre o desaparecimento, e os vizinhos não se mostram confortáveis com suas ações.
E à medida que se aprofunda na busca, Ju-young começa a perceber que há algo de muito errado no ambiente ao seu redor. Realmente, sons estranhos ecoam pelo apartamento, e uma presença sinistra parece segui-la a cada passo.
Com influências do J-horror (terror japonês, um gênero de terror da cultura popular japonesa conhecido por seu foco no terror psicológico, na construção de suspense e na exploração de elementos sobrenaturais como fantasmas e maldições), “Ruídos” é uma grande experiência de sustos, apresentando um enredo enigmático, com muito suspense e mistério.
Cotação: ótimo
Duração: 95 minutos
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Tho4u6p4w5k

“Totto-Chan: A Menina na Janela” (Madogiwa no Totto-chan)

Foto: Sato Company
“Totto-Chan: A Menina na Janela” (Madogiwa no Totto-chan), com direção de Shinnosuke Yakuwa, é uma bela animação japonesa. A história transcorre em poucos anos, um pouco antes da II Guerra Mundial e durante o período do conflito no Japão e segue a história de Totto-Chan, uma menina japonesa de apenas 7 anos de idade, que é cheia de energia e disposição, e filha de um músico e de uma dona de casa.
Dona de hiperatividade e espontaneidade fazem com que ela seja considerada uma criança problemática na escola conservadora onde está começando seus estudos. O seu jeito de ser acaba provocando a sua expulsão, e um tempo depois, a mãe de Totto-Chan encontra uma instituição de ensino, a Tomoe Gakuen, instituição cujo método de ensino permite que as crianças sejam mais independentes. Na nova escola, a garota inquieta contagia os colegas e até mesmo o diretor da nova escola, e onde ela cria grande amizade com um garoto, Yasuaki, que tem um defeito numa perda, devido à poliomielite.
E aos poucos, o filme vai mostrando as transformações na sociedade, com o país se tornando mais e mais nacionalista e conservador – em determinada cena, a mãe de Totto-Chan é parada na rua por um militar, que critica o seu modo de vestir, com uma roupa considerada muito alegre e ocidental. Também são mostrados momentos onde os personagens devem evitar certas palavras, que não são japonesas.
A animação também mergulha nos anos caóticos perto do final do conflito, onde ficava nítido que o Japão estava sendo derrotado. E a fome se abate entre os personagens.
“Totto-Chan: A Menina na Janela” é uma adaptação do best-seller homônimo, autobiográfico, escrito por Tetsuko Kuroyanagi, uma famosa atriz e apresentadora de TV japonesa e Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF.
Com mais de 25 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, o livro conta como foi a infância de Tetsuko na Tokyo dos anos 1940, logo no início da Segunda Guerra Mundial. O livro e o filme trazem uma camada histórica ao abordar o conflito e suas consequências por meio da visão inocente de Totto-Chan, apelido pelo qual a apresentadora era conhecida na época. É a primeira adaptação para o cinema desse lendário livro.
O design das personagens do filme foi feito por Shizue Kaneko. Além de ter sido responsável pelo design de personagens de muitos filmes e séries do “Doraemon” ao longo dos anos 2000 e 2010, Shizue foi chefe de animação de “A Viagem de Chihiro”, do Studio Ghibli.
Apesar de ser uma animação com desenhos com traços bem infantis, a trama está mais para os adultos, devido ao seu teor, onde impera violência, fome. Mas também traz elementos como solidariedade, amor e anti-belicismo. Uma baita obra.
Cotação: ótimo
Duração: 114 minutos
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=g9lQSUvWp9c

“Seu Cavalcanti"

Foto: Cajuína Audiovisual
"Seu Cavalcanti", dirigido por Leonardo Lacca, é um "docuficção" de cunho familiar que tem o avô do diretor, uma pessoa nonagenária, que tentar reconquistar sua independência e prestígio, após sofrer um grande baque, como protagonista.
O filme é o resultado de mais de 20 anos de trabalhos, entre registros documentais, cenas ficcionais, edição, dublagens e até efeitos especiais.
"Eu me libertei da preocupação em definir se é um documentário ou ficção. Meu foco estava no personagem, na narrativa. Embora seja uma história com meu avô, quis criar um filme universal", afirmou Lacca.
Leonardo Lacca começou a filmar seu avô em 2003, quando teve acesso a uma câmera emprestada da universidade. Desde então, sempre que surgia uma oportunidade, registrava momentos com Seu Cavalcanti. "Ele começou a perceber a câmera e a aceitou como parte da nossa rotina", relembra o diretor. Com o tempo, o avô tornou-se colaborador ativo e ator de sua própria história. Mesmo após a morte do avô, no início de 2016, o projeto seguiu, com a ausência de Seu Cavalcanti sendo incorporada à narrativa.
"Foi uma loucura transformar 20 anos em um filme... a montagem foi um processo lento, natural, livre e de muita descoberta", comenta Lacca.
A edição, conduzida por Luiz Pretti e Ricardo Pretti, ocorreu ao longo de dez anos, em diversas etapas e cidades, como Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Quando começaram a trabalhar juntos, em 2012, havia 20 horas de material em miniDV e outros formatos. Ao final do processo, esse volume quase triplicou.
Inicialmente produzido de forma independente pela Trincheira Filmes, o projeto foi ganhando novos parceiros com o tempo. Emilie Lesclaux e Kleber Mendonça Filho, da Cinemascópio Produções, e Mannu Costa, da Plano 9, se uniram à produção, contribuindo com recursos e experiência artística. "Essas colaborações não apenas proporcionaram recursos para uma finalização de qualidade, mas também trouxeram uma riqueza de visão ao projeto", destaca Lacca.
Além de Seu Cavalcanti, protagonista do filme, e de suas filhas, Tereza Cavalcanti e Isabel Novaes, o elenco conta com a participação especial da atriz Maeve Jinkings ("Aquarius", "Carvão"), que contracena com o avô do diretor em cenas improvisadas filmadas em 2013. Lacca e Maeve se conheceram durante a preparação de elenco de "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho, e construíram uma amizade desde então. "Foi uma honra pra mim testemunhar e eternizar essas relações através do cinema", comenta a atriz. O elenco também inclui Tânia Maria, atriz potiguar que ficou conhecida pelo bordão "que roupa é essa, menino?", em "Bacurau".
Cotação: ótimo
Duração: 78 minutos
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=0Zzlqidxr_M

Clube de Cinema exibe comédia espanhola “A Minha Grande Noite”, do espanhol Álex de la Iglesia

Foto: Film Factory
“A Minha Grande Noite” (Mi Gran Noche), (2015), do diretor espanhol Álex de la Iglesia, é o filme escolhido para a próxima sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre, que acontecerá na Cinemateca Capitólio, na Rua Demétrio Ribeiro, 1085, Centro Histórico, em Porto Alegre, neste sábado, 11 de outubro, às 10h15min. A entrada será aberta e gratuita.
As festas intermináveis de Luis Buñuel se encontram com o deboche de Álex de la Iglesia nessa comédia sobre o mundo do entretenimento de massa da Espanha contemporânea. Em meio a figurantes confinados num estúdio televisivo, cantores em crise de ego e um Ano Novo gravado em pleno agosto, “A Minha Grande Noite” constrói uma sátira sobre a ilusão do espetáculo e a artificialidade da felicidade televisiva. Com seu humor ácido e energia caótica, o filme confirma Álex de la Iglesia como um dos grandes cronistas da excentricidade moderna.
A sessão integra a programação do Clube de Cinema de Porto Alegre, que se reúne todos os sábados pela manhã para assistir filmes, e neste caso a iniciativa ocorre em parceria com a Cinemateca Capitólio, dedicada a promover encontros em torno de obras marcantes da cinematografia mundial. Este encontro também consolida mais uma parceria do Clube com o Instituto Cervantes de Porto Alegre, cujo catálogo de obras de língua espanhola vem sendo amplamente explorado pelo cineclube, reunindo diversos títulos contemporâneos de grande interesse.
Serviço
Filme: A Minha Grande Noite (Álex de la Iglesia, Mi gran noche, 2015)
Local: Cinemateca Capitólio
Endereço: Rua Demétrio Ribeiro, 1085, Centro Histórico, Porto Alegre
Data: 11 de outubro de 2025 (sábado)
Horário: 10h15min
Entrada gratuita
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=L5DT_Naqiwg

quarta-feira, outubro 08, 2025

“O Último Episódio”

Foto: Filmes de Plástico
“O Último Episódio”, dirigido pelo mineiro Maurilio Martins, é uma verdadeira ode às lembranças afetivas da adolescência, como o primeiro crush, as músicas que começaram a moldar o nosso caráter, assim como as obras televisivas.
A história é ambientada no bairro de Laguna, na periferia de Contagem, na Grande Belo Horizonte, em 1991, e tem como protagonista o garoto Erick (Matheus Sampaio), de 13 anos, fã de rock, e que mora com a mãe, viúva. Ele tem como melhores amigos a esperta Cristão (Tatiana Costa), garota criada pela avó, depois que a mãe se mudou para os Estados Unidos, e Cassinho (Daniel Victor), filho de um pai beberrão e de uma mãe crente.
Então eis que Erik acaba se apaixonando platonicamente pela nova garota da escola, Sheila. Para se aproximar dela, sonhando com o primeiro beijo, ele acaba inventando que possui uma fita com o último capítulo do desenho clássico “A Caverna do Dragão” - O desenho, inspirado no jogo de RPG Dungeons & Dragons, surgiu em 1983 nos Estados Unidos e virou uma febre mundial, estreando no Brasil em 1985, pela TV Globo. A série mostra seis jovens presos em um mundo mágico, onde são guiados pelo Mestre dos Magos para tentar voltar para casa, e enfrentando pelo caminho vilões como o Vingador.
A garota passa a cobrar de Erik, que inventa vários subterfúgios, enquanto pensa em uma maneira de conseguir uma maneira de conseguir o tal misterioso episódio final – a série teve 3 temporadas, e o tal capítulo final intitulado “Requiem” acabou sendo apenas roteirizado, mas não foi produzido e o seriado acabou cancelado.
Ao lado de amigos, que nunca ficam sabendo de sua paixão, que ele mantém secreta, Erik pega uma câmera que era usada por seu pai, e sob o pretexto de fazer um trabalho colegial, começa a produzir o tal episódio, de forma artesanal.
Conforme o diretor, a trama traz uma aventura para toda a família, à moda antiga, brincando com memórias pessoais e a nostalgia de uma época em que os desenhos exibidos na televisão ajudaram a formar culturalmente muitas pessoas. E “O Último Episódio” não é autobiográfico, garante Maurilio Martins, produtor de “Marte Um”, outra produção da Filmes de Plástico, e indicado pelo Brasil para disputar uma vaga no Oscar 2023.
"Mesmo não sendo um filme autobiográfico, eu acho que a escolha de contar essa história se deu por relações minhas. Minha relação com o ano de 1991, quando eu tinha 13 anos, no bairro Laguna, onde moro até hoje”, disse Maurilio Martins.
“E daí vem esse 'atravessamento', porque eu faço uso de algo que me é muito caro: fotografias da minha família, dos meus amigos, até um vídeo que é o único registro em movimento da minha infância", ressaltou. "É quase como se esse filme fosse uma carta de amor ao bairro. É uma história ficcional, mas esse atravessamento verdadeiro das coisas que são reais, das fotos, dos vídeos, dos textos do narrador, dão ao filme esse componente um pouco único, porque a gente está falando da periferia sendo retratada num contexto de época", finalizou o diretor.
Outra coisa atraente no filme é a trilha sonora, idealizada por John Ulhoa e Richard Neves, da banda Pato Fu: "Qualquer Jeito", da cantora cega Kátia, é reinterpretada por Fernanda Takai, e outro sucesso da época, como "Doce de Mel", de Xuxa, é cantada por uma dupla fictícia, da qual Cristão é fã incondicional, têm papéis destacados na trama.
As memórias que o filme traz são incríveis. Chega a emocionar.
Cotação: ótimo
Duração: 1h55
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=XS96Dyl6HvY

“Tron: Ares”

Foto: Disney
“Tron: Ares”, direção do norueguês Joachim Rønning, é o terceiro filme da franquia iniciada em 1982, com “Tron: Uma Odisseia Eletrônica” e seguido de “Tron: O Legado”, de 2010, sendo que ainda no meio do caminho houve a série animada “Tron: Uprising” em 2012.
O filme oitentista impactou em sua época, por ser um dos primeiros filmes a apostar na computação gráfica, que ainda engatinhava no mundo, e trazendo no papel principal Jeff Bridges, então com apenas 31 anos – sim, aos 75 anos, ele retorna ao seu papel em “Tron: Ares”.
A trama deste terceiro volume muda a perspectiva de seus predecessores, pois ao invés de o protagonista, a inteligência artificial criada para ser um super soldado, Ares (Jared Leto), mergulhar no mundo digital, seu objetivo é ganhar uma vida fora e sem tempo limitado de vida – tal como os replicantes em Blade Runner.
Ares foi criado pelo herdeiro de uma grande empresa de tecnologia, Julian Dillinger (Evan Peters), que tem como objetivo roubar o trabalho da cientista Eve Kim (a bela Greta Lee). Ela conseguiu fazer com que os trabalhos digitais não se desfaçam em menos de 29 minutos – e ganha a simpatia de Ares, a máquina que pretende ganhar vida humana. Até em determinado momento, o vilão chama o IA de Pinóquio.
A inteligência artificial interpretada de Jared Leto até chega a ter um clima com a cientista sino-americana, mas ficam apenas nos olhares. Já Evan Peters exagera em seu papel de vilão, fazendo um personagem genérico, sem a mínima profundidade, um sub-Lex Luthor. Enquanto isso, Gillian Anderson, a inesquecível Dana Scully, de Arquivo X, tem um papel engessado, de mãe do empresário vilanesco. Ah, e sem esquecer a outra vilã, esta sim assustadora, uma IA programada para matar, Athena, vivida pela lindíssima atriz britânica Jodie Turner-Smith.
O roteiro é um fio, mas as cenas de ação impressionam pela qualidade, prendendo a atenção do espectador. “Tron: Ares” é feito para ser visto de preferência nos cinemas IMAX.
A trilha sonora também é poderosa, obra da dupla Trent Reznor e Atticus Ross, do Nine Inch Nails, mas também tem espaço para clássicos pop, como por exemplo, “Just Can’t Get Enough”, do Depeche Mode, que gruda na cabeça de Ares.
Cotação: bom
Duração: 1h59min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=YXPsyG9lAe4

quinta-feira, outubro 02, 2025

“Estranhos: Capítulo 2” (The Strangers: Chapter 2)

Foto: Paris Filmes
“Estranhos: Capítulo 2” (The Strangers: Chapter 2) é a sequência do filme lançado em 2024, onde uma garota e seu namorado são atacados em uma cabana no meio da floresta por um grupo de pessoas mascaradas e sádicas. Nesta segunda parte, dirigida por Renny Harlin (Duro de Matar 2, A Ilha da Garganta Cortada e Risco Total), acompanhamos a sobrevivente Maya (Madelaine Petsch) em sua jornada para tentar escapar novamente dos assassinos.
Eles descobrem que Maya está viva e se recuperando em um hospital, e decidem terminar os serviços.
Então o que vemos nos 90 minutos de filme, é a garota tentando escapar do trio de assassinos no hospital, nas ruas, na floresta, na cabana onde tudo começou...Ou seja, “Estranhos: Capítulo 2” se resume a mostrar Maya correndo, e os mascarados, tal como Jason Vorhees aparecendo em todos os lugares onde ela se esconde.
Eles não correm, pelo contrário caminham lentamente. E Maya não sabe em quem confiar, pois como os seus perseguidores estão sempre de máscara, ela não pode confiar em ninguém. Uma única cena é atraente, quando a garota sofre um ataque de um animal no meio da floresta, quando até revive cena clássica de “Rambo 1”, ao se automedicar, costurando uma ferida.
Ah, e no meio de tanta correria e sangue, aparecem cenas de flash-back, explicando o porque dos assassinos praticarem seus atos, mostrando-os em crianças, sofrendo traumas.
“Estranhos: Capítulo 2” até prende a atenção, tem momentos tensos. Porém, é tão cheio de furos de roteiro, que provocam mais raiva do que simpatia.
Cotação: regular
Duração: 1h36
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=olzcEhZ0Ghk

“GOAT” (Him)

Foto: Universal Pictures
“GOAT” (Him), direção de Justin Tipping, tem produção de um dos grandes nomes do terror atualmente, Jordan Peele. Então era esperado um filme assustador, com uma virada surpreendente. Mas não é o que acontece.
Antes, explicar que GOAT é uma sigla em inglês para "Greatest Of All Time", que significa "o maior de todos os tempos" em português. O termo é usado para se referir a um jogador que se destaca como o melhor em sua modalidade, como no caso de Pelé, Maradona, Messi e Cristiano Ronaldo no futebol. Ou Michael Jordan no basquete, ou então Tom Brady no futebol americano.
E é neste esporte que a história tem seu foco, no personagem Cameron Cade (Tyriq Withers, que é sósia do ex-jogador e atual comentarista do SporTV Denilson). Ele é um atleta que sonha em ser o maior jogador de futebol americano de todos os tempos, sucessor do astro quarterback Isaiah White (Marlon Wayans), o lendário e veterano craque do time fictício Saviors, da NFL.
Porém, durante um treinamento antes de um draft (recrutamento de atletas feito pelas equipes da NFL), Cameron é covardemente agredido por um desconhecido, levando uma pancada na cabeça, o que pode prejudicar seu futuro no esporte.
Então é quando surge a figura de seu ídolo, Isaiah White, que decide ajudar o garoto, dando orientações e treinamentos para Cam. O local é uma mansão isolada no meio do deserto, onde Isaiah mora com a esposa, a influencer Elsie White (Julia Fox). Lá Cam encontra White e seus ajudantes, recebendo todos os tipos de exercícios.
E era isso...o espectador fica esperando o momento da virada, onde surgirá os momentos de terror. Mas nada disso acontece.
Em tela, apenas a aparição de personagens bizarros, como alguns fãs de Isaiah, que invadem a mansão, com os corpos pintados. Ou os asseclas do ídolo, que aceitam receber boladas na cara.
Uma história que se revela sem nexo e sem sentido, frustrando completamente. Quando termina, o espectador fica olhando para a tela, e se perguntando: “que p...é essa?”.
Cotação: ruim
Duração: 1h36
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2_0w1ggcLP4

quarta-feira, setembro 24, 2025

“Uma Batalha Após A Outra” (One Battle After Another)

Foto: Warner Bros
“Uma Batalha Após a Outra” (One Battle After Another), dirigido por Paul Thomas Anderson, acompanha a vida de Bob (Leonardo DiCaprio), que quando jovem pertenceu a um grupo revolucionário, o French 75.
Ao lado de outros guerrilheiros, praticava atentados contra propriedades do governo americano, libertava imigrantes detidos em campos de prisioneiros e assaltava bancos, sendo especialista em bombas. Além disso, tinha uma paixão intensa pela companheira de lutas, Perfidia (a cantora Teyana Taylor).
Os dois têm como inimigo o Coronel Steven J. Lockjaw (Sean Penn), que depois de uma ação do grupo, passou a seguí-los obsessivamente.
Perfidia fica grávida, e o French 75 começa a ser dissolvido através de várias prisões. Ela dá a luz uma garotinha, Willa, e acaba presa, conseguindo fugir, deixando a filha com Bob.
O filme dá, então, um salto de 16 anos no tempo, onde agora Bob cuida de Willa (Chase Infiniti), agora uma bela adolescente, os dois vivendo na clandestinidade. Ele virou um alcoólatra e viciado em drogas, mas a garota é uma ótima aluna e atleta, tendo excelente vida social na escola.
Por outro lado, Lockjaw recebe um convite para fazer parte de um clube exclusivo. Mas que só o aceitará desde que ele não tenha nenhuma mancha no currículo, e isso inclui nada de relacionamentos interraciais. Então Lockjaw volta a incomodar o sossego de Bob e Willa, passando a perseguí-los, pois precisa apagar qualquer vestígio de “erros que tenha cometido no passado”.
Tem muita comédia, ação, uma baita trilha sonora composta por Jonny Greenwood, que intensifica cada cenas e cria atmosferas de tensão e uma excelente fotografia – a cena da perseguição de carros numa autoestrada nos confins da América é de tirar o fôlego, como que colocando o espectador numa montanha-russa.
Leonardo DiCaprio está ótimo como o ex-guerrilheiro que depois de anos de abuso de drogas, está gordo e com o intelecto afetado (a cena em que ele tenta lembrar uma senha é hilária e ironiza o uso excessivo de maconha), mas mesmo assim, um pai zeloso. Mas a atuação por excelência é mesmo com Sean Penn, em um dos melhores papéis de sua vida. Ele faz um vilão que foge aos estereótipos, e é perverso, calculista, ameaçador, com um caminhar exagerado e cheio de maneirismos. Mas também merece destaque o papel de Benicio del Toro, um professor de karatê latino, que defende imigrantes.
O filme é baseado em "Vineland", livro publicado em 1990 por Thomas Pynchon – o diretor já tinha adaptado outra obra do escritor em "Vício inerente" (2014). O filme é uma sátira perfeita sobre o autoritarismo nos Estados Unidos, focando em temas como perseguição à minorias e racismo – alô, Trump, é com você?
“Uma Batalha Após a Outra” é um dos grandes destaques do trabalho de Paul Thomas Anderson e se coloca ao lado de “Pecadores” como um dos melhores filmes do ano.
Cotação: excelente
Duração: 2h46
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=_y9W___Qgp4

segunda-feira, setembro 22, 2025

“A LONGA MARCHA: CAMINHE OU MORRA” (The Long Walk)

Foto: Paris Filmes
"A Longa Marcha: Caminhe ou Morra" é uma adaptação da obra de Stephen King, dirigido por Francis Lawrence, conhecido por seu trabalho em "Jogos Vorazes".
A história se passa em um futuro distópico, com os Estados Unidos tentando se reerguer depois de uma guerra que nunca é explicada no filme, mas que parece ter destruído a nação. A nação vive sob um regime autoritário.
Então, há cada ano ocorre uma competição entre 50 jovens, apenas do sexo masculino, cujo vencedor levará uma fortuna para casa, além de poder escolher um desejo.
O problema é a competição – os jovens são obrigados a caminhar sem parar um único minuto, sem destino programado. O objetivo é que apenas um garoto sobreviva. Quem para, seja por qualquer motivo ou não andar na velocidade determinada, recebe um aviso. No terceiro no período de uma hora, é fuzilado. Ou seja, os competidores tinham de comer, fazer suas necessidades, sempre caminhando, sem direito mesmo a dormir.
A ideia me lembrou e muito, as infames Marchas da Morte, feitas pelos nazistas nos estertores da II Guerra Mundial – explico, os alemães pegaram milhares de sobreviventes dos campos de extermínio e concentração na Polônia e os fizeram fazer longas caminhadas em direção à Alemanha, com o intuito de não deixar rastros de seus crimes. E cada prisioneiro que ficava sem forças e caia pelo caminho, levava uma bala na cabeça.
“A Longa Marcha: Caminhe ou Morra” tem como protagonista o personagem Ray Garraty (Cooper Hoffman), que acaba criando um vínculo de amizade com outros jovens, muitos sabendo que terão uma vida curta, afinal apenas um vai sobreviver à caminhada. Enquanto marcham, falam sobre seus sonhos, suas vidas, seus medos...a trama é assustadora, tensa, reflexiva. O medo dos personagens não é apenas físico, mas psicológico. Um dos melhores filmes já feitos baseado na obra do mestre do terror.
Cotação: ótimo
Duração: 1h48
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=CC9Eww-YhLY

O documentário “Sinal de Alerta” em cartaz neste sábado, 13, na Casa Baka

Foto: Fernanda Chemale O documentário “Sinal de Alerta”, lançado originalmente em 23 de outubro de 2021 na Casa de Cultura Mário Quintana, ...