quinta-feira, novembro 20, 2025

Festival de Cinema de Jaguarão é um sucesso em sua primeira edição

Fotos: Chico Izidro
O curta bajeense “Entre Aulas”, de Marizele Garcia, ganhou o prêmio de melhor filme da Mostra Regional na primeira edição do Festival de Cinema de Jaguarão, realizado entre os dias 12 e 16 de novembro, no Theatro Esperança.
O evento, que teve duas mostras competitivas, a Regional, com oito filmes produzidos no Rio Grande do Sul e a Latino-Americana, com 10 filmes concorrendo em nove categorias, foi um sucesso tremendo, reunindo toda a comunidade da cidade, realizadores gaúchos e sul-americanos, e jornalistas.
O curta vencedor, “Entre Aulas”, que também levou o prêmio de melhor montagem, conta a história de três crianças que se aventuram pelas ruas da cidade de Bagé em busca de uma lenda urbana.
Já o maior premiado na Mostra Regional, foi o curta “Mãe”, de João Monteiro, levando três prêmios: melhor direção (para João Monteiro), melhor atriz (para Valéria Barcelos) e escolha do júri popular.
Na Mostra Latino-Americana, com três produções estrangeiras, o grande vencedor foi “Dois Nilos”, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro. O curta conquistou os prêmios de melhor filme, melhor direção e melhor montagem (para Marília de Moraes, Rodrigo de Janeiro e Samuel Lobo).
Os vencedores das mostras receberam o Troféu Uma Terra Só, inspirado na obra do escritor Aldyr Garcia Schlee.
Vencedores da Mostra Regional:
• Melhor Filme: “Entre Aulas” — Marizele Garcia
• Melhor Filme escolha Júri Popular: “Mãe” — João Monteiro
• Melhor Direção: João Monteiro — “Mãe”
• Melhor Atriz: Valéria Barcelos — “Mãe”
• Melhor Ator: Bruno Marques — “Aconteceu a Luz da Lua”
• Melhor Roteiro: Victória Kaminski e Rubens Fabrício Anzolin — “Posso Contar Nos Dedos”
• Melhor Direção de Fotografia: Takeo Ito — “Gambá”
• Melhor Direção de Arte: Gianna Soccol — “O Último Dia”
• Melhor Trilha Sonora: Otávio Vassão — “Gambá”
• Melhor Montagem: João Werlang — “Entre Aulas”
Vencedores da Mostra Latino-Americana:
• Melhor Filme: “Dois Nilos” — Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro
• Melhor Direção: Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro — “Dois Nilos”
• Melhor Atriz: Márcia Santos — “Girassóis”
• Melhor Ator: Wilson Rabelo — “Girassóis”
• Melhor Roteiro: Jessica Linhares e Miguel Chaves — “Girassóis”
• Melhor Direção de Fotografia: Renan Benedito — “Bijupirá”
• Melhor Direção de Arte: Marcelo Freire — “Jeguatá-xirê”
• Melhor Trilha Sonora: “Las Islas Adentro”
• Melhor Montagem: Marília de Moraes, Rodrigo de Janeiro e Samuel Lobo — “Dois Nilos”

“Wicked - Parte II” (Wicked: For Good)

Foto: Universal
“Wicked: Parte II” (Wicked: For Good), é a sequência de “Wicked” (2024), e adaptação da segunda parte do musical de sucesso da Broadway, que por sua vez tem como base o livro “Maligna: A História Não Contada das Bruxas de Oz”, (1995), do escritor americano Gregory Maguire, que imaginava como a vilã, batizada de Elphaba, havia se tornado má.
O musical estrelado por Cynthia Erivo, como Elphaba, alvo de racismo por ter nascido com a pele verde, e Ariana Grande, na pele de Glinda, a Bruxa Boa do Norte, mostra as duas, que apesar das diferenças, tornaram-se melhores amigas, depois de um início se odiando.
Nesta segunda parte, Elphaba vive escondida na floresta de Oz, seguindo em sua luta para desmascarar o Mágico (Jeff Goldblum), um farsante sem poder mágico nenhum e que engana a população, e tentando ajudar os animais silenciados, que passaram a ser perseguidos e expulsos.
Por outro lado, Glinda, sob a tutela de Madame Morrible (Michelle Yeoh), vive no palácio da Cidade das Esmeraldas, usufruindo das vantagens da fama e da popularidade, mas sendo manipulada para tranquilizar a população de está tudo bem sob o comando do Mágico. Até que começa a ter uma visão mais esclarecida da situação.
A superprodução encanta pelo seu extremo colorido e figurinos deslumbrantes, e com Cynthia e Ariana cantando muito, com direito a canções que não existem na peça – o que para mim não faz a mínima diferença, pois as melodias parecem ser sempre as mesmas, coisa muito comum na música atual, sem a mínima originalidade. E isto torna o longa cansativo e aborrecido. Para adolescentes, até pode funcionar.
Cotação: regular
Duração: 2h18
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SM0XcBRq5eA

“O Sobrevivente” (The Running Man)

Foto: Paramount
“O Sobrevivente” (The Running Man), dirigido por Edgar Wright, é uma refilmagem do filme de 1987 estrelado por Arnold Schwarzennegger. Esta nova versão é mais fiel ao livro de Stephen King.
Estrelado por Glen Powell no papel do irascível Bem Richards, que não consegue se manter em um emprego, devido ao seu temperamento irritadiço. A trama se passa no ano de 2025, nos Estados Unidos, num estado totalitário e apocalíptico. E Richards, para salvar a filha nenê, doente, se vê obrigado a participar de um violento programa televisivo, “The Running Man”.
No programa, os participantes precisam tentar escapar de uma equipe de assassinos profissionais enviados para matá-los durante 30 dias. O prêmio para os sobreviventes é um prêmio milionário em dinheiro, e Richards vê nisso uma forma de ajudar sua filha e tirar sua família da pobreza.
O filme começa muito mal, com situações forçadas e exageradas, mas em seu decorrer vai melhorando, com várias cenas de ação e violência – e para quem gosta do gênero é um deleite, apesar de o protagonista, mesmo por vezes recebendo rajadas de tiros de metralhadora, nunca ser acertado pelos seus perseguidores, certamente míopes.
Porém o final é de uma decepção absurda. O expectador fica olhando para a tela e se perguntando o que acabou de acontecer. “É isso?” é a pergunta incrédula.
O diretor deve ter pensado: acabaram as ideias, não temos mais o que falar, então ficamos por aqui...
Cotação: regular
Duração: 2h14
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZeHsq2aKvRw

“Truque de Mestre: O 3º Ato” (Now You See Me: Now You Don't)

Foto: Paris Filmes
Em “Truque de Mestre: O 3º Ato” (Now You See Me: Now You Don't), dirigido por Ruben Fleischer, tem como protagonista o quinteto formado por Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Dave Franco, Isla Fisher, retornando ao elenco depois de ter ficado de fora da segunda parte devido a sua gravidez, e Lizzy Caplan.
Eles são uma espécie de mágicos agindo como Robin Hood, defensores dos despossuídos e tentando derrubar ricaços corruptos. Nesta terceira parte, J. Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Dylan Rhodes (Mark Ruffalo), Henley (Isla Fischer) eLula (Lizzy Caplan) são obrigados a conviver com três jovens ilusionistas, que se dizem seus fãs, vividos por Justice Smith, Dominic Sessa e Ariana Greenblatt.
A história transcorre em várias locações da Europa e em Abu Dhabi, no Oriente Médio, com todos eles se reunindo para o roubo de um diamante bruto, propriedade da vilã vivida por Rosamund Pike, sem o mínimo jeito para o papel.
E o filme prossegue com personagens explicando os truques, fazendo piadas geracionais, com eles realizando fugas impossíveis e inverossímeis. Sem contar as facilidades que todos viajam de um lugar para o outro em minutos.
E a falta de profundidade em questões que o roteiro anuncia, mas deixa de lado no decorrer da trama, como por exemplo, a exploração dos trabalhadores em minas, o enriquecimento de nazistas após a II Guerra. Apesar de gostar dos truques de mágica, “Truque de Mestre: O 3º Ato” estraga a magia.
Cotação: ruim
Duração: 1h53
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=4-Yh5uUMFBg

quarta-feira, novembro 05, 2025

“Predador: Terras Selvagens” (Predator: Badlands)

Foto: Disney
"Predador: Terras Selvagens" (Predator: Badlands), direção de Dan Trachtenberg, simplesmente decidiu esculhambar com os outrora sinistros caçadores assassinos conhecidos como os predadores, desde a estreia, lá em 1987, brigando com o fortão Arnold Schwarzennegger.
Neste novo filme da franquia, pela primeira vez o predador vira protagonista. Porém, simplesmente, o caçador foi simplesmente humanizado, ficando sensível e carente.
A trama acompanha o jovem youtja (a espécie do predador) Dek, que para provar seu valor ao pai, que o detesta, vai para um planeta hostil para tentar capturar uma criatura imbatível. Lá, ele acaba se afeiçoando a uma androide, Thia, vivida por Elle Fanning, e os dois vão tentar capturar o monstro.
Dek é um predador inexperiente, fraco e carente – não, não faz sentido ele se encantando com uma androide e também com um filhote de um animal encontrado no planeta. Enfim, o predador foi emasculado.
“Predador: Terras Selvagens” acaba produzindo mais risos do que medo, em uma história onde o predador vira presa, e precisa da ajuda inesperada de dois seres completamente alheios ao histórico da fera caçadora. Uma enorme decepção.
Cotação: ruim
Duração: 1h53
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ztMwsa55wZg

“Quando o Céu Se Engana” (Good Fortune)

Foto: Paris Filmes
“Quando o Céu Se Engana” (Good Fortune), direção e roteiro do humorista Aziz Ansari, do divertido seriado “Master of None”, é uma comédia com toques sobrenaturais, brincando com a velha fórmula da troca de vidas, destacando um anjo vivido por Keanu Reeves, evocando às vezes “Asas do Desejo”, de 1987.
A função do anjo é apenas evitar que seres humanos cometam desastres no trânsito, mas quer algo maior. Então decide interferir na vida de Arj (o próprio Aziz Ansari), um trabalhador que vive de vários bicos, e com uma má sorte absurda, chegando ao limite de morar dentro do próprio carro.
Mas certo dia, ele atende o bilionário Jeff (Seth Rogen), e cai nas graças do empresário de bigtechs. Porém, quando tudo ia de vento em popa, comete um pequeno deslize, não sendo perdoado por Jeff, que o demite.
Entra em ação, então, o anjo Gabriel, que decide passar por cima de suas determinações, interferindo na vida de Arj e Jeff. Não, os dois não trocam de corpos, mas sim de vida. Enquanto Arj passa a ser um bilionário, Jeff começa a viver a vida do ex-empregado.
Gabriel quer mostrar para Arj que o dinheiro não é a solução para tudo. Porém, o ex-trabalhador gosta do novo estilo de vida, onde consegue até namorar a garota de seus sonhos, a operária Elena (Keke Palmer), e não deseja mais voltar à vida miserável de antes.
Ansari brinca com destreza em relação a batida fórmula de trocas de vidas, conseguindo ainda chamar a atenção para o grande abismo econômico vivido pelas pessoas nos Estados Unidos – acredita-se que no país das oportunidades todo mundo se sai bem economicamente, o que é uma lenda.
E Keanu Reeves é o espírito do filme, com seu anjo um tanto ingênuo, um tanto sonhador – ele quer e muito saber como vive um ser humano, sentir o gosto de um hamburguer e acaba ainda se viciando em nicotina. “Quando o Céu Se Engana” acaba sendo uma fábula deliciosa sobre a vida, as diferenças sociais, a falta e a presença de empatia. E rende boas risadas.
Cotação: bom
Duração: 1h39
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=_wK3okTuk6I

“Dollhouse – A Boneca da Casa” (Dollhouse)

Foto: Sato Company
“Dollhouse – A Boneca da Casa” (Dollhouse), filme do diretor japonês Shinobu Yaguchi, bebe totalmente na fonte de “Anabelle”, um brinquedo que, de aparência inofensiva, se mostra algo muito mortal.
A trama segue Kae Suzuki (Masami Nagasawa), casada com Tadahiko (Koji Seto), e que fica devastada após em um momento de desatenção, ver a filha de cinco anos morrer de forma trágica. Em forma de consolo, Kae encontra uma boneca e começa a lidar com o brinquedo como se fosse sua filha perdida. A boneca acaba se tornando parte da rotina do casal.
Porém, um ano depois, a dona de casa acaba engravidando de Mai. Encantado, o casal passa a se dedicar à nova filha, deixando a boneca de lado – em certos momentos, eles empurram o brinquedo para o lado, jogam no chão, não se importando mais.
Os anos passam, e logo Mai está uma menina de cinco, seis, sete anos...e a boneca segue na casa, mas com algumas características assustadoras, como ficar parecida com a menina morta, os cabelos crescendo...e em certos momentos, até ganha vida, praticando maldades com os moradores da casa. A dupla passa a tentar se livrar da boneca, que acaba sempre retornando para infernizar Kae e Tadahiko.
“Dollhouse” foca em fenômeno real e crescente: o uso terapêutico de bonecas realistas, conhecidas como bebê reborn, em processos de cuidado emocional. Em diversas partes do mundo, a chamada doll therapy é utilizada para ajudar pessoas a lidar com perdas, traumas e distúrbios cognitivos.
No filme, a relação ganha um espelho sombrio: a boneca que deveria curar acaba despertando algo que não quer ser esquecido. O gesto se transforma em pesadelo, com o diretor Yaguchi subvertendo a ideia de consolo em um retrato excêntrico e inquietante sobre a dor que insiste em permanecer.
Cotação: regular
Duração: 110min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2NIPkCLzR3A

Festival de Cinema de Jaguarão é um sucesso em sua primeira edição

Fotos: Chico Izidro O curta bajeense “Entre Aulas”, de Marizele Garcia, ganhou o prêmio de melhor filme da Mostra Regional na primeira ediç...