quarta-feira, março 19, 2025

“THE ALTO KNIGHTS – MÁFIA E PODER” (Alto Knights)

Foto: Warner Bros.
“THE ALTO KNIGHTS – MÁFIA E PODER” (Alto Knights), dirigido por Barry Levinson, é praticamente uma homenagem a obras do imaginário norte-americano que falam sobre as famílias americanas que se dedicam ao crime, os mafiosos, tão bem retratados nas telonas através de diretores como Martin Scorsese, Brian De Palma e Francis Ford Coppola. E como protagonista, o ator que talvez seja a síntese dos filmes de máfia e suspense, Robert de Niro, aqui encarnando os dois personagens principais.
Invocando clássicos como “O Poderoso Chefão 2”, “Era uma Vez na América” e “Os Bons Companheiros”, entre outros, “The Alto Knights” acompanha a trajetória dos amigos de infância Frank Costello e Vito Genovese (dois grandes nomes da máfia ítalo-americana de meados dos anos 1950), vividos por Robert de Niro, que construíram um grande império em Nova Iorque – eles tinham em mente não viver como seus pais, pobres e explorados imigrantes italianos na América dos anos 1910, e decidiram se embrenhar no mundo do crime. E assim prosperaram.
Porém, Genovese em determinado período dos anos 1940, se refugiou na Itália, deixando tudo nas mãos de Costello. Ao voltar para os Estados Unidos na década de 1950, o mundo havia mudado e ele havia perdido a relevância. Porém, não aceitou isso e entrou em uma guerra com o outrora melhor amigo, que praticamente só queria viver em paz com a esposa Bobbie (Debra Messing, do seriado Will & Grace) em sua luxuosa cobertura.
De Niro apresenta um ótimo trabalho ao encarnar os dois protagonistas, se metamorfoseando, utilizando próteses faciais. O engraçado é a voz de seu Genovese, por vezes, parece uma homenagem ao amigo Joe Pesci e seu icônico psicopata Tommy DeVito, de “Os Bons Companheiros”.
“The Alto Knights - Máfia e Poder” vale muito pelas ótimas atuações e pela reconstituição de época. Mas não apresenta nenhuma novidade, porém é uma bela homenagem aos mestres do gênero. Então tá valendo.
Cotação: bom
Duração: 2h03
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=bzXpoHskuNQ

“CÓDIGO PRETO” (Black Bag)

Foto: Universal Pictures
“CÓDIGO PRETO” (Black Bag) tem direção de Steven Soderbergh, e trata sobre espionagem, com a trama focando no bem-sucedido casal de espiões Kathryn St. Jean (Cate Blanchett) e George Woodhouse (Michael Fassbender). Eles trabalham na Inteligência Britânica, e mantém um relacionamento baseado na total dedicação um com o outro, com ela fazendo mais trabalho de campo, e ele mais nos bastidores.
Só que a relação deles é abalada quando George é comunicado por seus superiores que o projeto “Severus”, uma arma cibernética com potencial de controlar códigos nucleares, teve dados vazados. E Kathryn é uma das suspeitas. Qual a missão de George? Ele deve descobrir qual foi o espião que traiu a agência e eliminá-lo.
Então George começa a sua missão, analisando cada fato, cada colega...também são suspeitos os agentes Freddie (Tom Burke, de Furiosa!) e Clarissa (Marisa Abela, a Amy Winehouse de Back to black), que formam um casal, e James (Regé-Jean Page, de Dungeons & Dragons) e sua namorada, a psicóloga Zoe Vaughan (Naomie Harris).
No detalhado roteiro de David Koepp, muitos diálogos, jantares luxuosos, encontros furtivos na calada da noite e, muita, muita traição e ódio entre os casais vindo à tona.
Eu até pensei que em determinado momento, “Código Preto” iria partir para cenas de violência de “Sr. & Sra. Smith”. Mas não, praticamente não existe ação em cena. Este filme é daqueles à moda antiga, com mais papo do que correria. O que não será fácil para o público preguiçoso de hoje em dia aguentar.
Cotação: ótimo
Duração: 1h33
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=DrPJTMLvYB0

“MILTON BITUCA NASCIMENTO”

Foto: Gullane+
“MILTON BITUCA NASCIMENTO”, dirigido por Flavia Moraes, é um road movie que celebra a turnê de despedida de um dos maiores artistas da Música Brasileira de todos os tempos.
Flavia acompanhou Milton de perto durante cerca de dois anos, revelando a conexão profunda do ídolo com seus fãs, entre os quais personalidades relevantes do Brasil e do mundo, enquanto propõe reflexões sobre potência, legado e finitude. Hoje o cantor e compositor, aos 83 anos, está aposentado dos palcos.
O documentário traz depoimentos de mais de 40 personalidades musicais, como Gil, Caetano, Ivan Lins, Mano Brown, Spike Lee, Quincy Jones e Djamila Ribeiro, mostrando a influência da obra de Bituca sobre diversos artistas.
O filme também resgata a vida do carioca nascido em 1942, no bairro da Tijuca, porém criado por pais adotivos em Minas Gerais. Racismo, orfandade, seus grandes shows pelo mundo, como Nova Iorque, Londres e até mesmo no Mineirão, em Belo Horizonte. Tudo isto é esmiuçado nas quase duas horas do documentário, que pergunta para o próprio espectador: o que explica a mística por trás do autor de faixas como “Travessia”, “Maria, Maria” e “Cais”? E mais: o que o artista tem de tão especial, que torna suas canções tão significativas para o público, mas também vira objeto de estudo em renomadas universidades?
“Milton Bituca Nascimento” reúne um material ímpar, capaz não só de reconhecer a grandiosidade do ídolo, mas também revelar a identificação humana que ele criou com suas dezenas de álbuns. Tudo embalado pelos grandes clássicos da discografia do Bituca.
"Meu sentimento em relação ao filme é de muita felicidade, principalmente quando penso nos tantos amigos preciosos que a vida me deu e que estão ali presentes”, afirmou Milton Nascimento. “Sou grato por todo o carinho e amor que recebo de tanta gente. Durante toda a minha trajetória, fui guiado pelas amizades e pela música e isso é o que realmente importa na minha vida", completou.
Cotação: ótimo
Duração: 1h55
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=3huY2AiSH9c

“O BOM PROFESSOR” (Pas des Vagues)

Foto: Mares Filmes
“O BOM PROFESSOR” (Pas des Vagues), é baseado em uma experiência pessoal do próprio diretor e roteirista Teddy Lussi-Modeste, co-escrito ao lado de Audrey Diwan. A trama mostra como um simples mal-entendido em sala de aula pode se transformar em uma espiral de condenação social, transformando a vida de um professor num verdadeiro inferno.
Julien (François Civil) é um dedicado professor de francês, que trabalha sempre tentando criar um vínculo bem forte com os seus alunos – claramente jovens adolescentes carentes de um melhor estudo e muitos vindos de famílias mal estruturadas. Como prêmio, ele leva os melhores para lanchar. Isso cria certo ressentimento entre os outros.
Mesmo assim, Julien é muito querido pela turma. Porém, em um determinado dia, o professor resolve explicar uma situação usando os alunos como exemplo, e acaba elogiando a tímida Leslie (Toscane Duquesne). O efeito: os jovens começam a zoar a situação, dizendo que Julien está interessado na garota.
Pronto, o pavio foi acesso...dias depois, a menina denuncia o professor para a diretoria da escola, alegando ter sofrido assédio sexual do mestre. Afinal, ele é um adulto e Leslie é uma menina de apenas 13 anos. Ou seja, pedofilia. A partir deste evento, Julien começa a sofrer represálias e até ameaças de familiares da garota, e perde o respeito dos alunos, tornando suas aulas quase inviáveis.
“O Bom Professor” mostra como nos dias atuais qualquer gesto, qualquer palavra, podem ser interpretados de forma equivocada, com o acusado, mesmo sendo gay e ter um relacionamento estável, ter sua vida destruída, praticamente sem direito a defesa. O longa-metragem é muito realista, com atuações seguras e fortes, incomodando muito. Afinal, ninguém está livre de ser acusado de algo que não cometeu, e ver sua reputação ir direto pro ralo.
Cotação: bom
Duração: 1h31
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=1kRsZBYpTD4

terça-feira, março 18, 2025

“SOBREVIVENTES DO PAMPA"

Foto: Bretz Filmes
“SOBREVIVENTES DO PAMPA”, dirigido por Rogério Rodrigues, investiga as origens do diretor no bioma que conecta os países do Cone Sul da América Latina.
No Brasil, o Pampa está presente apenas no Rio Grande do Sul, cobrindo 63% do estado e 2 % do território nacional. O bioma apresenta paisagens diversas, como serras, planícies e coxilhas, com campos nativos predominantes, além de matas ciliares, butiazais, banhados e afloramentos rochosos.
O documentário retrata os povos e comunidades tradicionais do Pampa, destacando sua sociobiodiversidade e as ameaças enfrentadas devido à degradação acelerada. O longa-metragem foi rodado em 13 municípios gaúchos: Alegrete, Bagé, Barra do Ribeiro, Dom Pedrito, Eldorado do Sul, Porto Alegre, Quaraí, Santa Maria, Sant’Ana do Livramento, São Borja, São Miguel das Missões, Tapes e Uruguaiana.
Com 35 entrevistas, o filme apresenta diferentes perspectivas sobre essas identidades sociais. Entre os entrevistados estão pecuaristas familiares, comunidades quilombolas, povos indígenas e agricultores de assentamentos da reforma agrária, que, por meio de seus modos de vida, preservam os ecossistemas do bioma.
Com direção de fotografia de Lívia Pasqual, “Sobreviventes do Pampa” teve sua estreia no 51º Festival de Cinema de Gramado, onde ganhou o Kikito de Melhor Longa-Metragem Gaúcho pelo Júri Popular, e seguiu para o circuito internacional. Foi o filme de encerramento do 14º Festival Internacional de Cinema da Fronteira e estreou na Europa pelo London Director Awards 2024. Além disso, integrou a seleção oficial do Rome Prisma Film Awards 2024 e do 32º Ecocine – Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=bE67WgGvFng

quarta-feira, março 12, 2025

“BETTER MAN - A HISTÓRIA DE ROBBIE WILLIAMS” (Better Man)

Foto: Diamond Films
“BETTER MAN - A HISTÓRIA DE ROBBIE WILLIAMS” (Better Man), direção deMichael Gracey (“O Rei do Show”) realmente me pegou de surpresa. Eu confesso que desconhecia totalmente a carreira do cantor e ídolo Pop britânico Robbie Williams, e até brincava só conhecer o ator Robin Williams (1951-2014).
Pois bem, o filme sobre a vida do cantor foge totalmente do convencional. É um musical e ao mesmo tempo o personagem principal é mostrado como um macaco – feito em CGI, com o ator Jonno Davies fazendo a captura de performance, enquanto o próprio Robbie Williams empresta sua voz para sua versão símia. A ideia é mostrar que Williams sempre foi diferente, desde criança, que sofria nas partidas de futebol em Stoke-On-Trent dos anos 1980.
Michael Gracey explicou que o filme queria fugir do formato das cinebiografias lançadas recentemente. "Houve muitos filmes biográficos musicais", detalhou o diretor. "Eu queria abordar isso com uma lente diferente". O cineasta contou ainda que Williams costuma afirmar que se sente como um "macaco performático". Como resultado, surgiu a ideia de criar um longa "não da perspectiva de como vemos Rob, mas de como ele se vê".
O pai de Robbie era um carteiro sonhador e fã de Frank Sinatra e passou esta paixão para o filho, que desde cedo começou a sonhar com a fama, até que ainda adolescente conseguiu entrar para a famosa boy band Take That, e obtendo fama, mas não fortuna, e sim conhecendo o álcool e as drogas.
Ele acabou expulso da banda, por causa de seu comportamento nada adequado, e foi tentar a carreira solo, e ser envolvendo com a cantora Nicole Appleton, da girl band All Saints, que o trocaria por Liam Gallagher, do grupo Oasis, anos depois.
O longa-metragem se encerra quando ele se apresenta no Royal Albert Hall no começo dos anos 2000, para um grande público e até gerando um DVD – no filme ele é mostrado cantando ao lado do pai a canção “My Way”, porém esta é uma licença poética. Mas é um momento emocionante.
“Better Man” é um filme que não passa o pano para a vida e carreira de Robbie Williams, mostrando todos os seus erros e acertos. E isto é edificante. “Robbie é mais que um popstar, mais do que a persona que ele apresenta para o mundo. O filme revela suas imperfeições, contradições e o esplendor que fazem dele o homem que é", declarou o diretor.
Cotação: excelente
Duração: 2h15
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ji4EQCAKBWI

“O MACACO” (The Monkey)

Foto: Paris Filmes
INSPIRADO NO CONTO “THE MONKEY”, DO MESTRE DO TERROR STEPHEN KING, O FILME “O MACACO” (The Monkey), com direção de Oz Perkins, acompanha a história de dois irmãos gêmeos adolescentes, Hal e Bill, ambos interpretados por Theo James, que vivem com a mãe solteira, após o pai ter saído de casa e nunca mais ter voltado.
Um dia, revirando os pertences dele no porão, acabam encontrando um macaco de brinquedo, e curiosos, dão corda nele. O gesto vai desencadear uma série de mortes brutais com as pessoas próximas deles, inclusive a mãe deles.
Os dois irmãos nunca se deram bem e decidem se separar. E passados mais de duas décadas depois, o brinquedo volta a assombrar a vida deles, que se obrigam a se juntar para tentar acabar com a maldição.
“O Macaco” tem muito terror psicológico, mas também abre muito espaço para toques de humor, com cenas de mortes de certa forma engraçadas, de tão ridículas, que deixam a coisa leve – muitas até lembrando muito as mortes da cinessérie “Premonição”. O filme não reinventa o cinema de terror, mas consegue fugir do convencional. E isto é um baita trunfo.
Cotação: ótimo
Duração: 1h38
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZWdhgGTAelE

“THE ALTO KNIGHTS – MÁFIA E PODER” (Alto Knights)

Foto: Warner Bros. “THE ALTO KNIGHTS – MÁFIA E PODER” (Alto Knights), dirigido por Barry Levinson, é praticamente uma homenagem a obras do ...