Foto: Divulgação
O DOCUMENTÁRIO “DOUTOR ARAGUAIA”, produzido no Tocantins e dirigido por Edson Cabral, será exibido na terça-feira, dia 24 de junho, e na quarta-feira, dia 25, no YouTube.
O filme resgata a história de João Carlos Haas Sobrinho, médico morto e cujo corpo desapareceu durante a Ditadura Militar no Brasil. Ele foi eternizado como símbolo de coragem, solidariedade e resistência.
Se estivesse vivo, João Carlos Haas completaria 84 anos no dia 24 de junho e “teria salvo ainda mais vidas”, destacou Sônia Haas, irmã do médico. "Conforme a apuração e as entrevistas feitas para o filme, descobrimos que João pôde, mesmo com recursos precários, cuidar e salvar um número incontável de vidas entre 1964 e 1972. Sua atuação fez com que fosse amado e respeitado pelos camponeses que, além da pobreza, também sofriam diretamente com as arbitrariedades e descaso do regime de exceção", ressaltou.
Nascido em São Leopoldo (RS), João Carlos teve formação jesuíta, brilhou como estudante da UFRGS e foi presidente do centro acadêmico. Após o golpe militar, foi preso por sua liderança estudantil e, ao sair da prisão, iniciou uma trajetória de dedicação à medicina social. Viveu em Porto Franco (MA) e Xambioá (TO), onde salvou centenas de vidas com atendimento gratuito e humanizado bem antes da criação do SUS.
Seu engajamento político se intensificou: participou de treinamentos na China e, com o codinome “Dr. Juca”, atuou como o único médico da Guerrilha do Araguaia. Foi morto em 30 de setembro de 1972 em confronto com o Exército. Seu corpo nunca foi localizado. Em 2019, sua família obteve o reconhecimento oficial do Estado brasileiro como responsável por seu assassinato.
“A amizade com Sônia e Odilon foi um divisor de águas para este projeto. O amor deles pelo João Carlos ajudou a transformar dor em memória e saudade em resistência”, afirmou o diretor Edson Cabral.
Ao longo de 36 meses de produção, a obra reúne depoimentos de pacientes, ex-guerrilheiros, camponeses, amigos, estudiosos e lideranças políticas como José Genoíno, Jussara Cony e Zezinho do Araguaia. Mas é Sônia Maria Haas, irmã de João Carlos, que conduz o fio emocional do documentário. Ela se dedica, há quase cinco décadas, à busca pela verdade sobre o irmão desaparecido e se tornou, junto com seu companheiro Odilon Camargo, grande amiga, colaboradora e inspiração para o diretor do documentário.
A trilha sonora original tem composições interpretadas por artistas do Tocantins. Entre elas, a “Canção das Forças Guerrilheiras do Araguaia”, na voz de Nacha Moretto e Jorge Menares. Igualmente o filme conta com músicas gaúchas, de Raul Ellwanger e arranjo de César Haas.
As gravações do documentário ocorreram em São Leopoldo, Porto Alegre, São Paulo, Porto Franco, Xambioá, Palmas e Salvador, com produção TG Economia Criativa e MZN Filmes.
O documentário “Doutor Araguaia” será exibido no YouTube @TGEconomiaCriativa em 24 e 25 de junho, e os interessados poderão assistir gratuitamente nesses dois dias.
Depois disso, o link ficará como não listado e só poderá ser acessado mediante solicitação à produção pelo e-mail: ecabral.to@gmail.com ou pelo WhatsApp: 63 99946-1414.
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