quarta-feira, novembro 05, 2025

“Predador: Terras Selvagens” (Predator: Badlands)

Foto: Disney
"Predador: Terras Selvagens" (Predator: Badlands), direção de Dan Trachtenberg, simplesmente decidiu esculhambar com os outrora sinistros caçadores assassinos conhecidos como os predadores, desde a estreia, lá em 1987, brigando com o fortão Arnold Schwarzennegger.
Neste novo filme da franquia, pela primeira vez o predador vira protagonista. Porém, simplesmente, o caçador foi simplesmente humanizado, ficando sensível e carente.
A trama acompanha o jovem youtja (a espécie do predador) Dek, que para provar seu valor ao pai, que o detesta, vai para um planeta hostil para tentar capturar uma criatura imbatível. Lá, ele acaba se afeiçoando a uma androide, Thia, vivida por Elle Fanning, e os dois vão tentar capturar o monstro.
Dek é um predador inexperiente, fraco e carente – não, não faz sentido ele se encantando com uma androide e também com um filhote de um animal encontrado no planeta. Enfim, o predador foi emasculado.
“Predador: Terras Selvagens” acaba produzindo mais risos do que medo, em uma história onde o predador vira presa, e precisa da ajuda inesperada de dois seres completamente alheios ao histórico da fera caçadora. Uma enorme decepção.
Cotação: ruim
Duração: 1h53
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ztMwsa55wZg

“Quando o Céu Se Engana” (Good Fortune)

Foto: Paris Filmes
“Quando o Céu Se Engana” (Good Fortune), direção e roteiro do humorista Aziz Ansari, do divertido seriado “Master of None”, é uma comédia com toques sobrenaturais, brincando com a velha fórmula da troca de vidas, destacando um anjo vivido por Keanu Reeves, evocando às vezes “Asas do Desejo”, de 1987.
A função do anjo é apenas evitar que seres humanos cometam desastres no trânsito, mas quer algo maior. Então decide interferir na vida de Arj (o próprio Aziz Ansari), um trabalhador que vive de vários bicos, e com uma má sorte absurda, chegando ao limite de morar dentro do próprio carro.
Mas certo dia, ele atende o bilionário Jeff (Seth Rogen), e cai nas graças do empresário de bigtechs. Porém, quando tudo ia de vento em popa, comete um pequeno deslize, não sendo perdoado por Jeff, que o demite.
Entra em ação, então, o anjo Gabriel, que decide passar por cima de suas determinações, interferindo na vida de Arj e Jeff. Não, os dois não trocam de corpos, mas sim de vida. Enquanto Arj passa a ser um bilionário, Jeff começa a viver a vida do ex-empregado.
Gabriel quer mostrar para Arj que o dinheiro não é a solução para tudo. Porém, o ex-trabalhador gosta do novo estilo de vida, onde consegue até namorar a garota de seus sonhos, a operária Elena (Keke Palmer), e não deseja mais voltar à vida miserável de antes.
Ansari brinca com destreza em relação a batida fórmula de trocas de vidas, conseguindo ainda chamar a atenção para o grande abismo econômico vivido pelas pessoas nos Estados Unidos – acredita-se que no país das oportunidades todo mundo se sai bem economicamente, o que é uma lenda.
E Keanu Reeves é o espírito do filme, com seu anjo um tanto ingênuo, um tanto sonhador – ele quer e muito saber como vive um ser humano, sentir o gosto de um hamburguer e acaba ainda se viciando em nicotina. “Quando o Céu Se Engana” acaba sendo uma fábula deliciosa sobre a vida, as diferenças sociais, a falta e a presença de empatia. E rende boas risadas.
Cotação: bom
Duração: 1h39
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=_wK3okTuk6I

“Dollhouse – A Boneca da Casa” (Dollhouse)

Foto: Sato Company
“Dollhouse – A Boneca da Casa” (Dollhouse), filme do diretor japonês Shinobu Yaguchi, bebe totalmente na fonte de “Anabelle”, um brinquedo que, de aparência inofensiva, se mostra algo muito mortal.
A trama segue Kae Suzuki (Masami Nagasawa), casada com Tadahiko (Koji Seto), e que fica devastada após em um momento de desatenção, ver a filha de cinco anos morrer de forma trágica. Em forma de consolo, Kae encontra uma boneca e começa a lidar com o brinquedo como se fosse sua filha perdida. A boneca acaba se tornando parte da rotina do casal.
Porém, um ano depois, a dona de casa acaba engravidando de Mai. Encantado, o casal passa a se dedicar à nova filha, deixando a boneca de lado – em certos momentos, eles empurram o brinquedo para o lado, jogam no chão, não se importando mais.
Os anos passam, e logo Mai está uma menina de cinco, seis, sete anos...e a boneca segue na casa, mas com algumas características assustadoras, como ficar parecida com a menina morta, os cabelos crescendo...e em certos momentos, até ganha vida, praticando maldades com os moradores da casa. A dupla passa a tentar se livrar da boneca, que acaba sempre retornando para infernizar Kae e Tadahiko.
“Dollhouse” foca em fenômeno real e crescente: o uso terapêutico de bonecas realistas, conhecidas como bebê reborn, em processos de cuidado emocional. Em diversas partes do mundo, a chamada doll therapy é utilizada para ajudar pessoas a lidar com perdas, traumas e distúrbios cognitivos.
No filme, a relação ganha um espelho sombrio: a boneca que deveria curar acaba despertando algo que não quer ser esquecido. O gesto se transforma em pesadelo, com o diretor Yaguchi subvertendo a ideia de consolo em um retrato excêntrico e inquietante sobre a dor que insiste em permanecer.
Cotação: regular
Duração: 110min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2NIPkCLzR3A

“Predador: Terras Selvagens” (Predator: Badlands)

Foto: Disney "Predador: Terras Selvagens" (Predator: Badlands), direção de Dan Trachtenberg, simplesmente decidiu esculhambar com...