“Dollhouse – A Boneca da Casa” (Dollhouse), filme do diretor japonês Shinobu Yaguchi, bebe totalmente na fonte de “Anabelle”, um brinquedo que, de aparência inofensiva, se mostra algo muito mortal.
A trama segue Kae Suzuki (Masami Nagasawa), casada com Tadahiko (Koji Seto), e que fica devastada após em um momento de desatenção, ver a filha de cinco anos morrer de forma trágica. Em forma de consolo, Kae encontra uma boneca e começa a lidar com o brinquedo como se fosse sua filha perdida. A boneca acaba se tornando parte da rotina do casal.
Porém, um ano depois, a dona de casa acaba engravidando de Mai. Encantado, o casal passa a se dedicar à nova filha, deixando a boneca de lado – em certos momentos, eles empurram o brinquedo para o lado, jogam no chão, não se importando mais.
Os anos passam, e logo Mai está uma menina de cinco, seis, sete anos...e a boneca segue na casa, mas com algumas características assustadoras, como ficar parecida com a menina morta, os cabelos crescendo...e em certos momentos, até ganha vida, praticando maldades com os moradores da casa. A dupla passa a tentar se livrar da boneca, que acaba sempre retornando para infernizar Kae e Tadahiko.
“Dollhouse” foca em fenômeno real e crescente: o uso terapêutico de bonecas realistas, conhecidas como bebê reborn, em processos de cuidado emocional. Em diversas partes do mundo, a chamada doll therapy é utilizada para ajudar pessoas a lidar com perdas, traumas e distúrbios cognitivos.
No filme, a relação ganha um espelho sombrio: a boneca que deveria curar acaba despertando algo que não quer ser esquecido. O gesto se transforma em pesadelo, com o diretor Yaguchi subvertendo a ideia de consolo em um retrato excêntrico e inquietante sobre a dor que insiste em permanecer.
Cotação: regular
Duração: 110min
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=2NIPkCLzR3A


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