quarta-feira, novembro 15, 2006

Os Infiltrados


Martin Scorsese conseguiu. Fez mais um filme soberbo, usando um elenco de atores excepcionais em Os Infiltrados (The Departed). Como costuma realizar em suas obras, o cineasta retrata a vida de grupos étnicos, mas desta vez deixa sua Nova Iorque natal e a máfia italiana para "atracar" em Boston, com os irlandeses. E além disso Scorsese se recupera dos fiascos que foram Gangues de Nova Iorque e O Aviador, coincidentemente protagonizados pelo seu novo ator preferido, Leonardo Di Caprio, o ex-sra. Gisele Bündchen.
Em Os Infiltrados, o mafioso irlandês Frank Costello (interpretação magnífica de Jack Nicholson, que nunca havia trabalhado com Scorsese), infiltra um de seus asseclas na polícia de Boston, o cínico Collin Sullivan (Matt Damon). Assim ele saberá quando está prestes a ser preso e vira o jogo. A polícia, por sua vez, decide colocar um informante na gangue de Costello, Billy Costigan (Leonardo Di Caprio, meio careteiro e o elo fraco neste filme recheado de estrelas). A sua identidade é conhecida apenas de seus chefes, Dignam e Oliver (respectivamente Mark Walhberg e Martin Sheen).
Infiltrado na gangue, Costigan, que é conhecido de Costello desde guri e também de descendência irlandesa, começa a pirar ao conviver com homens tão violentos e psicopatas, que procura uma psicóloga, Madeleine (Vera Farmiga, com a cara das irmãs Rosana e Patricia Arquette). E a garota não é que namora o oposto de Billy, Collin?
Os diálogos são excelentes e bem colocados pelos atores, que disparam ofensas raciais, homofóbicas e misóginas como se fossem disparadas pelas mais modernas metralhadoras. Você não sabe se ri de nervoso ou de medo de encontrar figuras tão malignas na sua frente. Ninguém é bonzinho neste filme, cujas quase três horas não cansam e com um final surpreendente - não darei uma de estraga-prazeres e contar a finaleira aqui. Só posso dizer que não dá para perder.

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