sexta-feira, agosto 31, 2007

PARANÓIA



Hitchcock para adolescentes ou para iniciantes. Claro que guardadas as devidas proporções, é assim que pode ser encarado Paranóia (Disturbia), de D.J. Caruso (de Roubando Vidas). O garoto Kale (Shia Laboeuf, de Transformers e com a cara de John Cusak aos 18 anos) está impedido de sair de casa por três meses. Está em prisão domiciliar após agredir um professor que fez comentários nada agradáveis sobre o seu pai, que morreu num acidente há cerca de um ano.
Preso dentro de casa, carrega na perna um aparelho conectado com a polícia - caso ele se afaste 30 metros, os policiais são acionados, e em caso de quebrar as regras, vai para uma prisão de verdade - Kale passa os dias matando o tédio observando a vizinhança por um binóculo. Alguém aí se lembrou de James Stewart em Janela Indiscreta? Pois acertou.
Nesta sua vigilância, Kale começa a encontrar indícios de que seu vizinho, o sr. Turner, pode ser um serial killer que vem matando mulheres em vários estados. O garoto passa a ser ajudado na sua investigação pela vizinha Ashley (Sarah Roemer, de O Grito 2) e do amigo Ronnie (Aaron Yoo). Mas no que sobrava em Hitchcock - o suspense, a sutileza, aqui falta. O espectador não leva sustos, não tem surpresas ao longo das história, que não é ruim. E o final é atropelado, pois ao invés de tentar buscar uma boa solução para a história, o diretor buscou o caminho mais fácil. Afinal, o público de hoje não quer pensar muito. Gosta de tudo mastigadinho. E o que poderia ser uma boa história de assassinos em série acaba caindo na vala comum.

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