quarta-feira, abril 14, 2010

TULPAN



TULPAN
Não é fácil assistir a um filme vindo do Cazaquistão. E é de lá que vem TULPAN, direção de Sergei Dvortsevoy. A história é simples e tocante. O marinheiro Asa (Tolepbergen Baisakalov) dá baixo e volta para as estepes cazaques, onde vai morar com a irmã, o cunhado e três sobrinhos numa cabana. O seu sonho é se tornar um pastor assim como o bruto cunhado Ondas (Ondas Besikbasov).
Porém uma das exigências para que se torne pastor é que tenha uma esposa. Diz a tradição que um homem não sobrevive à profissão se não tiver ao seu lado uma mulher que esteja pronta para cozinhar para ele, cuidar da casa e ter filhos fortes que o ajudarão nas lidas diárias.
Mas estamos num deserto e a mulher solteira mais próxima fica a um dia de viagem, a tímida Tulpan, que nunca mostra o rosto durante o filme. E ela rejeita Asa por este ter orelhas muito grandes. A recusa da garota, que imagina ir morar na cidade grande e fazer uma faculdade, deixa Asa obcecado em tê-la ao seu lado. Enquanto não consegue conquistar a garota, Asa trabalha desajeitado ao lado de um impaciente Ondas e recebe as visitad de um amigo, viciado numa música disco norte-americana e em fotos de mulheres peladas.
Ao longo do filme, cenas longas das estepes, ventanias e até o nascimento de um cordeiro. Tem que se ter uma certa paciência, mas vale a pena, pois podemos observar uma cultura tão diferente e longínqua desta ex-república soviética. E quem assistiu Os Camelos Também Choram, filme uzbeque, de 2005, vai identificar muitas semelhanças.
Cotação: bom
Chico Izidro

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