quarta-feira, novembro 18, 2015

"Malala" (He Named Me Malala)




A paquistanesa Malala foi batizada pelo pai em homenagem a uma heroína do tradicionalismo afegão. Pois em 2012, a garota criada numa família de pensamento liberal em uma sociedade presa aos rígidos costumes muçulmanos, foi vítima de uma tentativa de assassinato pelos talibãs. Eles não aceitavam, em suas mentalidades pequenas, que mulheres pudessem ou queressem estudar. Malala sobreviveu aos tiros, que acertaram seu rosto. E foi viver em Birmigham, na Inglaterra.

Sua trajetória é contada no documentário "Malala" (He Named Me Malala), dirigido por Davis Guggenheim. O diretor inglês acompanhou o dia a dia da menina, que devido ao atentado, ficou surdo do lado esquerdo, que também permanece paralisado. Malala é uma adolescente comum, tímida, e apesar de seus quase 18 anos, nunca namorou, e enrubece quando perguntada sobre isso. Seu pai, Ziauddin Yousafzai, criou a garota com liberdade, coisa incomum no rígido Vale do Swat, no Paquistão, onde os talibãs chegaram em 2008, no princípio deixando todos à vontade, mas aos poucos foram impondo a sua equivocada leitura do Alcorão.

O documentário, que utiliza ainda animação, não é muito inovador, é mesmo burocrático. Mas como fazer diferente? Malala é uma jovem famosa, que viaja o mundo para ajudar outras pessoas e mostrar sua experiência de vida, ao mesmo tempo que sendo uma Nobel - ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2014 -, tem de se preocupar com as provas na escola. E ela sabe seu papel na sociedade e de como escapou do destino de muitas de suas conterrâneas. Tanto que ao ser questionada de como seria sua vida seria caso seus pais fossem de acordo com a cultura muçulmana, ela responde que já estaria casada e com dois filhos. E analfabeta. Uma grande lição de vida.

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=WsF1SeO-pN0

Duração: 1h27min

Cotação: bom
Chico Izidro

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