quinta-feira, fevereiro 02, 2017
"Eu, Daniel Blake" (I, Daniel Blake)
O diretor octagenário e esquerdista Ken Loach mais uma vez não poupa críticas ao governo da Inglaterra. Desta vez, ele mostra a barbaridade ao sistema de saúde do país, que não perdoa os trabalhadores, obrigados a conviver com uma verdadeira armadilha em "Eu, Daniel Blake" (I, Daniel Blake).
O filme começa com apenas a tela preta e a voz do protagonista, interpretado por Dave Johns, conversando com a assistente do serviço social, que lhe nega o seguro. Daniel, de 59 anos, após passar anos cuidando da mulher que sofria de câncer e que acabou morrendo, sofreu um infarto. E a médica lhe impede de trabalhar, mas não consegue receber o seguro-desemprego por causa da extrema burocracia do governo.
Numa de suas idas ao departamento social, conhece Katie (Hayley Squires), uma mãe solteira de duas crianças, que por causa do desemprego e da falta de habitação em Londres, foi realocada em Newcastle. Os dois estão na mesma situação crítica e criam uma amizade improvável. Daniel se apega a ela e às crianças - numa cena incrivelmente forte, eles vão receber o bolsa-família, e Katie, que não come há vários dias, começa a devorar ali mesmo uma sopa de tomate no meio de uma crise de fome...chocante.
E o filme não se passa num país qualquer de Terceiro Mundo, mas na Inglaterra. Que não é poupada por Ken Loach e sua crítica violenta contra um sistema que não protege os pobres e necessitados. Filmaço.
Duração: 1h41min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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