“Conduzindo Madeleine”, direção de Christian Carion, é um dos filmes mais emocionantes dos últimos tempos. Quando vi o título, pensei que seria algo no estilo “Conduzindo Miss Daisy”, de 1989, mas ainda bem que estava errado.
A trama se passa na linda Paris, cidade dos meus sonhos, e foca em Madeleine, de 92 anos, interpretada por Line Renaud, e o taxista Charles, vivido por Dany Boon. Ela vivia em sua casa, sozinha, até que as autoridades decidem que ela tem de ir para uma casa de repousos, pois não tem mais condições de se virar sem cuidados.
Então ela chama um táxi para levá-la à instituição de repouso onde irá morar, e aparece o estressado e desiludido Charles. Em suas últimas horas de liberdade, Madeleine quer passear por Paris, e ver os locais que marcaram a sua vida.
E durante o passado, a espirituosa Madeleine vai atraindo a atenção do fechado motorista, e revelando seu passado, de alegrias e tristezas. Como o filho que teve com um soldado americano tão logo acabou a II Guerra Mundial, o casamento com um homem abusivo, a prisão. A viagem de táxi irá aproximar os dois e marcar a vida de Charles para sempre.
Carion conta que quando leu o roteiro assinado por Cyril Gely caiu em lágrimas. “Todos nós enfrentamos esta questão um dia: o que acontecerá com nossos pais quando eles envelhecerem? A história de Madeleine saindo da sua casa para ir morar em uma instituição de repouso representa várias coisas para mim. Desde o início eu sabia que o filme foi escrito para Line Renaud”, lembrou.
Renaud definiu Madeleine como a personagem mais bonita que já interpretou. “Ela também é aquela que mais se parece comigo. Eu tenho a mesma idade de Madeleine, mas isso nem é tudo que temos em comum. Como ela, eu passei por algumas coisas difíceis na minha vida. Eu cresci perto de mulheres como ela na minha família. Madeleine é minha mãe, minha avó e até minha bisavó. Eu as vejo na história da minha personagem”, afirmou.
“Conduzindo Madeleine” é um filme extremamente cativante, emocionante. Bem, quando ele se aproximava de seu término, caí em um choro descontrolado. E tem ainda Paris, com suas belas ruas e prédios. A trama percorre várias décadas e mostra como houve evolução: a personagem de Madeleine não tinha voz nos anos 1950, ficando a mercê de um marido abusivo e não podia nem reclamar, pois a esposa era propriedade do homem. Sem mais...
Cotação: ótimo
Duração: 1h31min
Chico Izidro
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Y4gLbrPe5iw
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