quinta-feira, abril 12, 2007

Caixa Dois





Não vi a peça de Juca Oliveira. Mas quem assistiu Caixa Dois afirmou ter gostado muito. A trama, escrita entre 1994 e 1995 e que ficou mais de seis anos em cartaz, mostra a corrupção nos altos escalões e é tão atual como nunca. Ainda mais no Brasil e ainda mais que a corrupção sempre acompanhou a humanidade em todos os seus passos. Caixa Dois, o filme, de Bruno Barreto (Dona Flor e seus dois maridos) faz até piada com Lula: "ah, mais um presidente que não sabia de nada", envenena em certa passagem a personagem de Zezé Polessa, uma professora honesta e pobre, que no final decide...ops...Um cheque de R$ 50 milhões é o mote para toda a confusão envolvendo o presidente do Banco Federal, Fúlvio Stefanini, que se faz passar por arauto da honestidade e camaradagem, porém no fundo ou no raso, é um autêntico FDP. Ele consegue com um agiota o tal cheque, manchado por ovo, e depois de um esquema vai ficar com R$ 48 milhões e dar R$ 2 milhões para seu ajudante e puxa-saco Cássio Gabus Mendes. Porém num erro, o cheque acaba caindo na conta de Zezé Polessa, e os dois, ajudados pela secretária gostosona Giovana Antonelli, tentam recuperá-lo. No mesmo dia em que o gerente do Banco Federal e CDF interpretado por Daniel Dantas é demitido. E o pior: ele é o marido da professora honesta...A trama é legal, tem piadas afiadas. Só que tudo soa tão artificial, como uma tediosa novela das nove. E com o pior do cinema nacional: a mania de os personagens gritarem palavrões e assim tentarem fazer graça. Na 3ª vez, o PQP de Stefanini já encheu.

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