quarta-feira, agosto 11, 2010

O Profeta




O Profeta, da França, foi derrotado pelo argentino O Segredo dos Seus Olhos como melhor filme estrangeiro no Oscar deste ano. E os dois são excelentes longas, cada um ao seu estilo. Em O Profeta, de Jacques Audiard, vemos a podridão das prisões francesas seguindo os passos do franco-árabe Malik El Djebena (o excelente Tahar Rahim), que é condenado a seis anos de prisão. Analfabeto e sem um grupo que o defenda na cadeia, o jovem cai, em termos, nas graças do chefão corso Cesar Luciani (Niels Arestrup, de O Escafandro e a Borboleta e na melhor atuação do filme).
Em troca de um assassinato, El Djebena ganha proteção, mas ao mesmo tempo vira uma espécie de criado da máfia corsa na prisão. Lá dentro, no entanto, o criminoso vai ascendendo, principalmente com o tráfico de drogas e vira um quase-intocável, contando o tempo para acabar sua pena.
O Profeta, resumindo assim, parece não trazer nada de novo. E realmente não traz. Mas é interessante ver uma visão diferente da que estamos a ver de prisões norte-americanas ou de brasileiras, em filmes como Carandiru.
Existe um racismo latente contra os árabes, que a todo momento são chamados de sujos. E não esqueça que a sociedade francesa recebe sempre mais e mais imigrantes vindos de ex-colônias na África, porém eles são desprezados com toda a força. A revolta dos jovens acaba sendo gritante, devido ao desemprego e racismo, o que acaba gerando mais crimes, numa tremenda bola de neve.
Enfim, um ótimo filme para tentar se entender um pouco desta sociedade que ficou marcada pelo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
@chicoizidro

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