quinta-feira, outubro 27, 2011
Meu País
Meu País, de André Ristum, não trata de um tema fácil. Fala de reencontrar as raízes familiares e com elas segredos desagradáveis. O brasileiro Marcos (Rodrigo Santoro) vive em Roma com sua mulher italiana e trabalha com o sogro milionário. Repentinamente se vê obrigado a retornar ao Brasil por causa da morte do pai, vivido por Paulo José. E o veterano ator permanece não escondendo suas dificuldades locomotoras provenientes do Mal de Parkinson. Já em casa, terá de lidar com o irmão festeiro e viciado em jogos Tiago (Cauã Reymond), e que põe em risco todo o patrimônio da família.
A missão mais árdua, no entanto, é aprender a conviver com o diferente. E isso vem na figura da irmã com problemas mentais Manuela (Débora Falabella). A garota tem a mentalidade de uma criança de cinco anos e a clínica onde ela vive não a quer mais. Assim, Marcos levará Manuela para casa, apesar da contrariedade da esposa Giulia e de Tiago. Ristum alivia um pouco a questão da deficiência mental, ao escalar Débora para o papel de Manuela. A atriz não deixa ser bela e meiga, mesmo com um personagem tão difícil. Às vezes, aliás, até soa distoante, pois a imagem de um deficiente não costuma ser agradável.
Cauã Reymond não tem dificuldades em fazer um canalha. Então fica claro que o papel mais difícil é mesmo de Santoro, que aparece em quase todas as cenas, ao contrário de suas incursões hollywoodianas, onde invariavelmente entra mudo e sai calado.
Cotação: bom
Chico Izidro
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