“Walt nos Bastidores de Mary Poppins”, direção de John Lee Hancock, romantiza a visita que a escritora australiana P. L. Travers fez a Los Angeles no início dos anos 1960. Walt Disney, o criador da Disneylândia, pretendia filmar o livro clássico de Travers sobre a babá que revolucionava uma casa em Londres no início do século XX, e passou anos atrás da escritora, que se mantinha irredutível. Ela não queria a banalização de sua obra, nem musical, nem que houvesse animações na trama – todos itens essenciais nas obras de Disney para o cinema. Mas com dificuldades financeiras, Travers teve de repensar e viajou a Los Angeles para conversar com o empresário.
A trama ainda faz uma relação com o passado de Travers no interior da Austrália. Filha de um gerente de banco alcoolatra, a história vai e volta no tempo, mostrando a sua infância. E talvez esteja na relação com o pai seu presente, onde ela se apresenta uma mulher amargurada, mal-humorada e solitária. Nisso, o filme foi fiel.
Travers é interpretada com perfeição por Emma Thompson, que inferniza a vida dos roteiristas da obra que Disney pretende levar às telas. Tom Hanks vive Walt Disney, aqui nos últimos anos de sua vida. Após conseguir levar Mary Poppins para o cinema, ele viveria apenas mais dois anos, morrendo vítima de câncer no pulmão. E “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” se mostra fora da realidade. É um filme asséptico, onde Disney, que fumava três maços de cigarro por dia, não traga nenhum. O máximo que seu personagem faz é tossir, indicando a doença que se avizinhava. Mas tudo bem, cinema é diversão, e o filme faz uma ótima reconstituição de época, com atuações seguras, principalmente Collin Farrel como o pai alcoolatra de Travers.
Cotação: bom
Chico Izidro
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