quinta-feira, novembro 17, 2016
"Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil"
O documentário "Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil", dirigido por Belisario Franca, surgiu através de uma descoberta do professor de história Sidney Aguilar. Durante uma aula sobre o nazismo, uma aluna afirmou já ter visto aquelas suásticas. E em tijolos numa fazenda no interior paulista. Logo Sidney estava tentando descobrir tudo sobre aquele fato, entrevistando moradores da cidade de Campina do Monte Alegre e da fazenda Cruzeiro do Sul.
A fazenda era propriedade da família carioca Rocha Miranda, que flertava com o nazismo - até o gado era marcado com a suástica. E em 1933, vários garotos entre 9 e 12 anos de idade, que haviam sido abandonados no orfanato católico Educandário Romão de Mattos Duarte, no Rio de Janeiro, foram entregues a Oswaldo Rocha Miranda. E eles receberam a promessa de que no interior paulista teriam uma vida melhor, com estudos e brincadeiras. Mas não foi o que ocorreu. Os meninos viraram escravos, recebendo castigos físicos e psicológicos.
O documentário foca na figura de Aloísio Nunes, o tal menino 23 - eles não eram chamados por nome e sim por número, como se fossem gado. “Era uma vida diferente da prometida. Era castigo por tudo, trabalhava muito, até de fazer a mão sangrar”, conta Aloysio, o número 23. No começo, ele se nega a falar sobre o passado doloroso, mas aos poucos vai se abrindo. O filme também mostra dois outros garotos, um que escapou aos 15 anos, virou menino de rua em São Paulo e depois entrou na Marinha à época da II Guerra Mundial, e o outro, que se sentia quase da família Rocha Miranda, por receber tratamento diferenciado.
"Menino 23 - Infâncias Perdidas no Brasil" faz um paralelo com o nazismo, e na época a sociedade era adepta de teorias esdrúxulas, como a eugenia e a supremacia branca. Mas o documentário acaba tropeçando ao não explicar o porquê de os jovens terem sido levados para a fazenda. Sim, escravos, mas sofreram experiências genéticas?
Duração: 1h20min
Cotação: bom
Chico Izidro
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