quinta-feira, fevereiro 21, 2019

"As Ineses"




O longa-metragem, dirigido pelo argentino Pablo José Meza, "As Ineses", remete a outro longa, brasileiro, "As Duas Irenes", de 2017, onde uma menina de 13 anos, de descobre que seu pai tem uma filha com outra mulher, e que essa menina tem a mesma idade e o mesmo nome dela. Mas se este filme era excepcionalmente realista, o mais recente tem ares mais ficcionais.

A história começa em 1985, onde as amigas e vizinhas, Carmen (Brenda Gandini) e Rosa (Valentina Bassi) têm o mesmo sobrenome, Garcia. E elas dão a luz no mesmo dia e no mesmo hospital. Mas quando os seus maridos, Ramón (o brasileiro André Ramiro, de “Tropa de Elite”) e Pedro (Luciano Cáceres) observam as crianças, eles notam que uma troca pode ter sido feita - o bebê que Carmen segura no colo é morena, sendo que na família só existem loiros, e a criança no colo de Rosa é loira, sendo que ela é morena e casada com um negro.

Como uma família negra pode conceber um bebê branco e ruivo, e uma família branca e loira conceber um bebê moreno? Em uma época que o DNA ainda não era utilizado, o jeito é tentar fazer com que o médico que fez o parto das duas reconheça o erro. Mas ele morre. Então a troca é feita de supetão, mas a dúvida permanece com as famílias ao longos dos anos.

O mistério só começará a ser desvendado anos depois, quando ocorre uma fatalidade com um dos personagens. A obra tem um certo humor, brincando com os problemas argentinos dos anos 1980 e 1990, mas por vezes é prejudicado por presenças estereotipadas, como a da sogra, histérica, intrometida e religiosa ao extremo. Além do que são percorridos ao longo do filme 10 anos, e os atores adultos não envelhecem uma só ruga. Algo se perdeu no decorrer da trama, que acaba sendo instigante, mas de final decepcionante.

Duração: 1h12
Cotação: bom

Chico Izidro

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