O terror "Fale Comigo" (Talk To Me) é dirigido pela dupla de irmãos australianos Danny e Michael Philippou. E é uma história diferenciada, muito superior aos recentes filmes do gênero. A trama foca na jovem Mia (Sophie Wilde, excelente), que sofre com a perda da mãe, que cometeu suícidio. Ela é acolhida por outra família, sendo considerada a irmã mais velha. Porém, na escola se sente deslocada. E para se enturmar, uma noite vai a uma festa na qual nem foi convidada.
E a galera se reúne para brincar de uma versão da clássica "brincadeira do copo". Porém, ao invés do copo, o objeto a ser manipulado é uma mão de origem desconhecida, que tanto pode ser o membro decepado de um bruxo como simplesmente uma escultura em gesso. E ele permite que a alma dos mortos tome controle do corpo dos vivos. Tudo é filmado e transmitido ao vivo, mas ninguém leva a sério as possessões.
As regras da brincadeira são simples: acender uma vela, segurar a mão e dizer: “fale comigo”. Ao criar a conexão, encontrando uma pessoa morta, e sempre putrefata, à sua frente, a pessoa fala “pode entrar”, sendo possuída. Mas o possessor” não pode passar mais de 90 segundos no corpo.
No entanto, Mia, em uma sessão acaba escutando a voz de sua falecida mãe saindo de um garoto possuído. A jovem acaba extrapolando o tempo de conexão, querendo prorrogar mais o contato com sua mãe. E isso se torna fatal, pois o resultado é a abertura de um portal de onde espíritos malígnos escapam, passando a perseguir a ela e conhecidos.
"Fale Comigo" não tem uma ideia original, mas o seu mérito é em como lida com a história, não se preocupando em dar sustos desnecessários. A narrativa cria ainda sentimentos de carência, ausência e vulnerabilidade da jovem Mia. O filme mantém o suspense sempre afiado, e deixa no ar a explicação da origem da mão - dando brecha para uma sequência.
Cotação: ótimo
Duração: 1h34min
Chico Izidro
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