quarta-feira, maio 16, 2007

Cão Sem Dono




A história é deliciosa e tem Porto Alegre como um de seus principais personagens. Se não o principal. Porém em Cão Sem Dono, de Beto Brant e Renato Ciasca, ficou faltando algo. Talvez atuação menos amadora de alguns atores, o que nestes tempos modernos seja pecado grave. O filme é baseado no romance O Dia em que o Cachorro Morreu, do paulista/gaúcho Daniel Galera. Ciro (Júlio Andrade, de Meu Tio Matou o guarda e O Homem que copiava), é um tradutor do russo, isolado do meio, depressivo, que vive num apartamento praticamente vazio na Borges de Medeiros, quase em frente ao antigo Cinema Capitólio. Ali ele adotou um cachorro, Churras, que não chama de seu e sim de "seu amigo' e começa um romance com a modelo Marcela (a bela Tainá Müller, namorada na vida fora das telas de Galera). O verdadeiro cão sem dono não é Churras e sim o próprio Ciro, que não tem amigos e é ajudado financeiramente pelos pais. Ele só começa a achar um sentido na vida ao se envolver com a garota, que ao sumir vai fazer o "anti-herói" entrar em parafuso. Tirando a filmagem quase amadora e as atuações precárias do pai de Ciro e o porteiro do prédio da Borges, a história envolve o espectador. Mas como escrevi antes, faltou algo.

Chico Izidro

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