segunda-feira, setembro 12, 2011
Esses Amores
Claude Lelouch trabalha há mais de 50 anos, fez mais de 40 filmes e dirigiu alguns dos principais atores europeus de todos os tempos. Em Esses Amores, o francês aproveita para falar de seu amor intenso pelo cinema, ao mesmo tempo que conta um século de história da França, entre o começo da I Guerra Mundial e 2011. Tudo passa pela personagem de Ilva (Audrey Dana, de Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva), uma mulher que não consegue esconder e suprimir seus sentimentos. Por isso apaixona-se facilmente.
Lanterninha de um cinema na Paris ocupada pelos nazistas e namorada de um estudante de direito, Ilva acaba envolvendo-se com um oficial alemão após pedir que seu pai não fosse executado por causa de um atentado praticado pela Resistência Francesa. Sedutora, faz o germânico tocar a proibida A Marselhesa numa espécie de gaita em pleno escritório dos SS. Depois da Guerra, escapa de ser punida pelos seus compatriotas - todas as mulheres que haviam sido amantes de nazistas ou trabalhado para eles ou foram mortas ou tiveram os cabelos raspados - graças a ação de dois soldados americanos, que são como unha e carne: o rico e descendente de índigenas Jim Singer (Gilles Lemaire) e o boxeador negro Bob (Jacky Ido). Ilva viverá um triângulo amoroso com a dupla e uma simples moeda mostrará o destino dos três. Esse envolvimento de Ilva recorda o de Hanna Schygulla em O Casamento de Maria Braun, de Rainer Werner Fassbinder, de 1979. Uma citação a um outro grande cineasta, morto precocemente.
Além da homenagem ao cinema, a atores famosos (não perca a cena em que Lelouch destaca todos os grandes atores que foram dirigidos por ele), os musicais não são esquecidos. Os últimos 20 minutos de Esses Amores, onde Ilva é julgada por um crime que cometeu, e Lelouch se põe a lembrar sua própria vida no cinema, são de uma emoção que estava faltando.
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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