quinta-feira, setembro 01, 2011

O Homem do Futuro



O que você faria se pudesse voltar no tempo e alterar a sua vida? Este tema é recorrente desde os primórdios do cinema e em diversas séries televisivas. Agora um novo tópico: Wagner Moura é um dos dois melhores atores do Brasil na atualidade, rivalizando com Selton Mello. E escrever isso é como chover no molhado. Ponto.
Após desencarnar de personagens pesados como Capitão Nascimento em Tropa de Elite e do vigarista Marcelo Nascimento (nenhuma familiaridade) em Vips, agora ele cai de cara na comédia romântica em O Homem do Futuro, de Cláudio Torres. Moura é Zero, um frustrado cientista, que aos 40 anos de idade ainda é apaixonado pela colega de faculdade Helena (Alinne Moraes, esbanjando sexualidade). Traumatizado, nunca casou, virou um solitário, pois nunca se refez de uma humilhação que sofreu pela mulher de seus sonhos numa festa. Zero acaba voltando acidentalmente no tempo ao tentar criar uma espécie de energia, parando exatamente na noite fatídica, 20 anos atrás. Assim tem a oportunidade de tentar alterar o que aconteceu em sua patética vida.
A reconstituição do começo dos anos 1990 é perfeita - e quem viveu aquele período turbulento no Brasil vai até se emocionar. Ainda mais que a música-tema do filme é Tempo Perdido, mais sugestivo impossível, do Legião Urbana. O Homem do Futuro, porém, sofre uma brusca queda em sua segunda parte, caindo no lugar comum mostrando diversas realidades alternativas com piadas sem graça. E aqui se propunha uma comédia romântica.
Quero fugir da tentação de contar o final, mas a cena do aeroporto é o supra-sumo do clichê. Imperdoável.
Cotação: regular
Chico Izidro

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