quinta-feira, setembro 15, 2011
Um Conto Chinês
O cinema argentino tem se mostrado há muito tempo mais consistente do que o brasileiro, apesar da diferença econômica entre os dois países. Mas talvez aí pese a parte cultural, mais desenvolvida pelos hermanos. Só que se você observar bem, parece que eles tem só um ator em cena, Ricardo Darín. Isto não é um demérito, pois o cara esteve presente nos melhores filmes do século, como Clube da Lua, O Segredo dos Seus Olhos, Abutres e O Filho da Noiva.
Darín é fantástico, tanto que carrega praticamente nas costas a comédia Um Conto Chinês, dirigido por Sebastián Borensztein. O filme contrapõe um ex-combatente da Guerra das Malvinas, Roberto, que virou um comerciante quase ermitão, e o chinês Jun (Ignacio Huang), que em busca de um tio, se perdeu em Buenos Aires, e foi acolhido pelo primeiro.
O filme mostra a diferença de culturas e como a presença de Jun altera a vida de Roberto, um homem metódico e dono de uma ferragem, que vai dormir todos os dias exatamente às 11 da noite, coleciona notícias estranhas dos jornais, conta cada parafuso que vem nas caixas e trata grosseiramente seus clientes. E apesar de manter uma paixão platônica pela vizinha Maria, a rejeita fortemente.
Jun foi parar em Buenos Aires após ter perdido a noiva num acidente estúpido provocado por uma vaca. E sem falar uma palavra em espanhol, tem de se comunicar com o quase incomunicatível Roberto através de sinais. Um Conto Chinês é um filme que mostra como o ser humano é obrigado a se adaptar a um ambiente estranho, a um ser estranho.
Cotação: bom
Chico Izidro
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