sábado, maio 26, 2018

“O Processo”




A primeira olhada dá a impressão de ser a transposição para a telona do clássico de Franz Kafka, mas não “O Processo”, documentário da roteirista e diretora Maria Augusta Ramos, retrata o impeachment que sofreu a presidente Dilma em 2016, ou seria golpe?

A obra tenta ser parcial, mas nota-se leve simpatia pela primeira mulher a presidir o Brasil entre 2011 e o ano de seu impeachment. O documentário é direto, não trazendo uma única entrevista, sem trilha sonora – o que escutamos na tela são os barulhos dos corredores do Senado, e das ruas, turbulentas. Tudo começa no dia da votação que derrubou Dilma, onde são mostrados os votos de alguns dos políticos, sejam contra ou a favor dela. Tem espaço até para o patético Jair Bolsonaro, atual pré-candidato à presidência, e sua elegia aos torturadores, principalmente o monstro Brilhante Ustra e a gaúcha Maria do Rosário denunciando o golpe.

É uma edição de momentos daquele período turbulento, com imagens de arquivo ou de a documentarista seguindo os passos dos deputados pelos corredores do Congresso. Mas não tem entrevista. Aliás, os personagens não são nomeados, como tivéssemos a obrigação de conhecer a todos, mas tanto a direita, destacando a advogada Janaina Paschoal, quanto a esquerda ganham espaço, principalmente Lindbergh Farias e Gleisi Hoffman. Mas são apenas detalhes.

Duração: 1h42

cotação: bom
Chico Izidro

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