domingo, novembro 04, 2018
"Bohemian Rhapsody"
Um dos maiores sucessos da banda inglesa Queen batiza esta cinebiografia focada mais na vida de seu cantor, Freddie Mercury. "Bohemian Rhapsody", com direção de Bryan Singer, da franquia "X-Men" pega o espectador pela emoção das grandes músicas do grupo, sucesso excepcional nos anos 1970 e 1980, mas peca por alguns exageros e por não respeitar a cronologia dos fatos envolvendo a polêmica vida do músico, morto vítima da AIDS em 1991, aos 45 anos.
A trama começa exatamente em 1970, quando Freddie, ainda usando seu nome de batismo, Faroukh Bulsara, conheceu Bryan May e Roger Taylor, que integravam a banda Smile, e mostrando seus dotes musicais, entrou para a banda, logo mudando o seu nome, com o que se eternizou na história do rock'n'roll. Rami Malek (Mr. Robbot) interpreta muito bem Freddie Mercury. Ele repete os movimentos e convence, não somente pela semelhança física, mas por demonstrar a força que Mercury possuia no palco. A cena de maior destaque é no final, quando Malek parece ser a imagem viva de Mercury durante o concerto Live Aid, em Wembley, em 1985. Ele merece uma indicação ao Oscar de Melhor ator.
Já os outros atores também não ficam atrás, estando muito bem. Gwilym Lee, que interpreta Brian May é o sósia exato do guitarrista e líder da banda. Joseph Mazzello (Jurassic Park) é muito parecido com John Deacon, mas já Ben Hardy (X-Men: Apocalipse) não se parece tanto com Roger Taylor, porém não decepciona em sua atuação. Outro destaque ainda é de Lucy Bointon, que vive Mary Austin, a esposa de Mercury antes de ele assumir sua homossexualidade, e que foi sua amiga por toda a vida.
O problema porém, para os fãs mais fiéis, como eu por exemplo, são os inúmeros erros históricos. O pior talvez seja quando em 1977 vemos Mercury aparece falando para Mary sobre como foi apresentar “Love Of My Life” para um público de mais de 500 mil pessoas no Rock in Rio: o problema é que o show aconteceu em 1985! Outro é quando aparece a banda compondo "We Will Rock You" no começo da década de 1980, sendo que a música surgiu em 1977. Ou mesmo quando Mercury revela sua sexualidade para a esposa, fato ocorrido em 1974, e não quase oito anos depois. E tem um documentário mostrando como Mary reagiu a notícia, e não foi nada como ocorreu no longa. Ou seja, a vida do Queen é tão bem documentada, que esses erros acabam incomodando e muito uma pessoa mais atenta.
Duração: 2h15
Cotação: bom
Chico Izidro
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