quinta-feira, novembro 17, 2011

Tudo Pelo Poder



Uma jovem elegante atravessa os corredores de uma universidade levando quatro copos de café. Lá no fundo um homem debate com outro sobre religião. Essa garota será fundamental no transcorrer da trama. Mas a cena parece insignificante.
Corta.
Após tropeçar no inútil Entre Segredos e Mentiras, Ryan Gosling recupera terreno no bom Tudo Pelo Poder, de George Clooney. Aqui o próprio Clooney interpreta o governador Mike Morris, que disputa a indicação democrata à presidência dos Estados Unidos. Ele é assessorado pelo tarimbado Paul Zara (Philip Seymour Hoffman, de Capote) e pelo novato e idealista Stephen (Ryan Gosling), mas já considerado um maestro na arte do marketing político.
Do lado do outro candidato, há o cínico assessor Tom Duffy (Paul Giamatti, de Entre Umas e Outras, e sempre genial, apesar de estar se repetindo no tipo de personagens escrotos).
Stephen acredita piamente no seu candidato e chega a recusar proposta para trocar de lado. Só que através de um relacionamento com a estagiária Molly (a linda Evan Rachel Wood, de Aos 13 e Tudo Pode Dar Certo), ele verá que a política não é tão decente quanto ele, sonhador, imaginava. Tudo Pelo Poder mostra, então, a virada de uma pessoa idealista em um cínico, como os seus colegas de profissão. Nada de novo, mas instigante.
E Clooney, além de estar muito bem no papel de um político (o ator é um engajado democrata), mostra-se um diretor inteligente e imaginativo. Notem a cena da van com Philip Seymour Hoffman. Além disso, o cineasta, que já esteve no comando de outros ótimos filmes como O Amor Não Tem Regras, Boa Noite e Boa Sorte e Confissões de uma Mente Perigosa está cada vez mais parecido com outro ídolo americano, este dos anos 1950, o lendário Cary Grant.
Cotação: ótimo
Chico Izidro

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