quinta-feira, fevereiro 11, 2016

“A Garota Dinamarquesa” (The Danish Girl)



Eddie Redmayne talvez não leve o Oscar, seu segundo consecutivo, porque a ficha está nas mãos de Leonardo DiCaprio em “O Regresso”. Mas sua atuação em “A Garota Dinamarquesa” (The Danish Girl), direção de Tom Hooper, o ator inglês, que brilhou em “A Teoria de Tudo”, na pele de Stephen Hawking, está novamente fantástico.

Ele vive o pintor Einar Mogens Wegenar, que seria a primeira pessoa no mundo a se submeter a uma cirurgia de troca de sexo, isso no começo dos anos 1930. O artista era casado com a também pintora Gerda (Alicia Wikander). Um dia, uma modelo não compareceu a sessão de pintura de Gerda, que pediu ao marido que colocasse um vestido e posasse para ela. Ali renasceu no íntimo de Einar um sentimento que ele havia represado ainda na adolescência, a sua homossexualidade.

Aos poucos, ele vai se travestindo, arriscando a passeios furtivos pela Copenhague. Sua esposa meio que entra no jogo e até o batiza como Lili, e Lili se mostra mais forte que Einar. Até que o artista começa a se sentir incomodado naquele corpo masculino e sonha em fazer a transformação, em uma época que este tipo de cirurgia ainda era uma utopia.
Eddie Redmayne, que já havia feito um trabalho corporal excepcional em “A Teoria de Tudo”, aqui confere ao seu personagem muita feminilidade – desde o andar, os trejeitos, a voz. Temos ali a sensação de que não assistimos a um travesti, mas sim uma mulher presa num corpo masculino.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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