quarta-feira, fevereiro 03, 2016

"O Filho de Saul" (Saul Fia)



Auschwitz foi um dos campos de concentração onde os nazistas perpetraram o maior crime da história, o assassinato de seis milhões de judeus. Naquele local, na Polônia, cerca de dois milhões de pessoas perderam a vida em suas câmeras de gás ou fuziladas ou enforcadas. E é ali que se passao o claustofóbico "O Filho de Saul" (Saul Fia), direção de László Nemes.

A história se passa durante um dia e meio de 1944. Saul (Géza Röhrig, ótimo) é um sonderkommando, aquele judeu que era obrigado a trabalhar nos fornos crematórios, carregando e cremando os corpos dos gaseados. Eles mesmo não tinham muito tempo de vida - sua função durava quatro meses, quando também eram executados.

Um dia, após o gaseamento de um grupo de judeus hungáros, Saul e seu grupo descobre que um garoto sobreviveu às câmaras de gás, mas logo ele é morto por um oficila nazista. Saul passa a acreditar que aquele menino é seu filno. E não vai sossegar enquanto não conseguir enterrar o corpo, ao invés de cremá-lo. Para poder recitar o kadish, a oração para os mortos, Saul precisa da ajuda de um rabino. E ele fica obcecado por sua missão.

A câmera, em longos planos sequência, segue Saul por entre os corredores das câmaras de gás, pelo campo. Muitas vezes, as imagens ficam desfocadas, e de modo intencional. Para evitar mostrar os corpos dos mortos, ali jogados, insepultos. Numa cena angustiante, os judeus são colocados à beira de uma vala e executados com um tiro na nuca. A pergunta que fica no ar é se o garoto é mesmo filho de Saul ou se ele pretende, dando um enterro decente ao menino, recuperaria um pouco da dignidade perdida naquele campo dos horrores?

Veja o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qXHs5jMV_eg

Duração: 1h 47m

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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