quarta-feira, abril 20, 2016

“Sinfonia da Nécropole”



Um musical, uma comédia de humor negro, um romance passado num cemitério? São tantas as classificações de “Sinfonia da Necrópole”, dirigido pela diretora paulista Juliana Rojas. A trama tem como principal personagem o jovem Deodato (Eduardo Gomes), que veio do interior trabalhar como ajudante de coveiro num cemitério paulistano indicado pelo tio Jaca (Paulo Jordão). O problema é que Deodato tem medo dos mortos e vive desmaiando pelos cantos.

O jovem só vê as coisas melhorarem um pouco quando chega ao local Jaqueline (Luciana Paes), designada para realizar um levantamento sobre os túmulos abandonados e preparar a construção de um edifício para ampliar o número de covas no cemitério. Deodato cai de amores pela garota, que se mostra extremamente profissional e obcecada pelo trabalho, por isso fria, não querendo demonstrar seus sentimentos. Ela, por exemplo, não pensa duas vezes quando tem de tirar os corpos de seus jazigos e colocá-los em sacos plásticos. Afinal, o espaço ali é essencial.

“Sinfonia da Necrópole” tem vários números musicais, onde todos os personagens cantam e dançam, inclusive os mortos, em uma cena que lembra muito o clip clássico de Thriller, de Michael Jackson. Os momentos são de uma naturalidade impar, sendo as músicas compostas pela diretora Juliana Rojas e por Marcos Dutra, de certa forma, conduzem o que se passa na tela e não se apresentam de forma gratuita.

O filme ainda traz personagens coadjuvantes muito engraçados, como o administrador do cemitério, o padre, sempre paciente ao ouvir as confissões dos fiéis e o hipocondríaco, que não quer esperar a hora de morrer e já separou seu caixão e seu cantinho no cemitério. Tudo mostrado com uma graça impar.

Duração: 1h34min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

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