quarta-feira, abril 13, 2016
“Ave, César” (Hail, Cesar)
Os irmãos Coen, Joel e Ethan, mostram mais uma vez sua versatilidade, na debochada comédia “Ave, César” (Hail, Cesar). Os dois costumam passear pelos mais variados gêneros cinematográficos, indo do suspense, drama, faroeste, sempre inovando. Em “Ave, César” (Hail, Cesar), a dupla brinca com os anos de ouro do cinema hollywoodianos, a década de 1950, colocando muito humor ácido no dia a dia do executivo de estúdio Eddie Manix (Josh Brolin).
Sua função é cuidar das produções do estúdio Capitol Pictures (o mesmo que aparece em Barton Fink). Ele passa os dias circulando pelos corredores do estúdio, resolvendo pepinos, e na história o estúdio está preparando um filme épico sobre a vida de Jesus. Então acontece o inesperado, o astro principal, o canastrão Baird Whitlock (George Clooney) é sequestrado por um grupo de roteiristas comunistas, que se acham explorados pelos produtores.
Ao mesmo tempo, Hobie Doyle (Alden Ehrenreich), famoso por interpretar cowboys, não consegue se adaptar a um novo trabalho, um drama, tal seu limite como ator, e a estrela DeeAnna Moran (Scarlett Johansson), baseado na musa Esther Williams, que engravida de um diretor, e isso vai acarretar prejuízos a sua carreira. Não bastasse estes problemas, Mannix ainda tem de lidar com as jornalistas de fofocas Thora e Thessaly Thacker (ambas interpretadas por Tilda Swinton), que ameaçam divulgar notícias comprometedoras de alguns atores do estúdio.
Ou seja, são apresentados de forma muito divertida e caricata os mais diversos tipos que circulavam pelos estúdios de cinema. George Clooney, por exemplo, dá vida a um ator sem o mínimo de capacidade de atuação, mas que consegue enganar a todos, apesar e por causa de sua canastrice. Já Channing Tatum vive aquele ator bonitinho e mau caráter, enquanto que Josh Brolin, com seu rosto rústico, não tem nenhuma dificuldade de viver um executivo durão e fumador de charutos.
“Ave, César” (Hail, Cesar) não deixa de ser, apesar do deboche, uma excelente homenagem ao cinema – que nos enche de fantasias, esperanças e alegrias.
Duração: 1h40min
Cotação: ótimo
Chico Izidro
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