quarta-feira, março 12, 2025

“AMIZADE”

Foto: Embaúba Filmes
O DOCUMENTÁRIO “AMIZADE”, DE CAO GUIMARÃES, é uma coletânea de momentos íntimos reunidos ao longo de 30 anos que se transformam em experiências plurais e complexas.
“Já que eu não podia trazer os amigos comigo para o Uruguai, eu os trouxe através de sons e imagens”, afirmou o diretor. A frase sintetiza a essência do filme: uma coletânea de momentos reais, registros espontâneos e memórias acumuladas ao longo de três décadas.
Filmado em diversos formatos – de filmes Super8 e 16mm a telas de computador, fitas cassete e gravações de secretária eletrônica –, o longa reúne pequenos gestos e encontros que, juntos, formam um retrato íntimo e afetivo sobre amizade, tempo e partilha.
A amizade, assim como o cinema, é feita de encontros, distâncias e reencontros. E é a partir dessas costuras que Cao constrói um filme que oscila entre a memória e a invenção, o pessoal e o universal. No centro dessa construção está a relação do diretor com seus amigos, entre eles Beto Magalhães, produtor de muitos dos seus filmes, cuja mudança de Belo Horizonte para Montevidéu foi registrada em três dias de filmagem.
Ao revisitar décadas de registros pessoais, Cao transforma sobras, rastros e restos em matéria-prima para um filme que dialoga com sua própria trajetória. "A gente vai mudando com o tempo, e o tempo é a matéria que o cinema (e a vida) esculpe", afirma o diretor. Amizade é, acima de tudo, um gesto de resistência contra o esquecimento – um convite para olhar com mais atenção para os momentos que, muitas vezes, passam despercebidos.
“Decidi fazer um filme com meu arquivo pessoal. E dentre os vários temas que surgiam ao revisitar essas imagens, escolhi a amizade. Porque, para mim, a amizade sempre foi o exercício por excelência da alteridade e, além disso, também é, como o cinema, uma escultura no tempo”, refletiu Cao.
O filme “Amizade” acaba sendo um produto feito apenas para o diretor e seus conhecidos. O espectador comum acaba se perdendo naquele monte de imagens e falas, que por vezes, parecem desconexas e sem sentido para quem não é próximo ao cineasta. O pouco mais de uma hora do filme se transforma numa tortura interminável.
Cotação: ruim
Duração: 1h25
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=_shpURsTiCo

Nenhum comentário:

“THE ALTO KNIGHTS – MÁFIA E PODER” (Alto Knights)

Foto: Warner Bros. “THE ALTO KNIGHTS – MÁFIA E PODER” (Alto Knights), dirigido por Barry Levinson, é praticamente uma homenagem a obras do ...