“O BOM PROFESSOR” (Pas des Vagues), é baseado em uma experiência pessoal do próprio diretor e roteirista Teddy Lussi-Modeste, co-escrito ao lado de Audrey Diwan. A trama mostra como um simples mal-entendido em sala de aula pode se transformar em uma espiral de condenação social, transformando a vida de um professor num verdadeiro inferno.
Julien (François Civil) é um dedicado professor de francês, que trabalha sempre tentando criar um vínculo bem forte com os seus alunos – claramente jovens adolescentes carentes de um melhor estudo e muitos vindos de famílias mal estruturadas. Como prêmio, ele leva os melhores para lanchar. Isso cria certo ressentimento entre os outros.
Mesmo assim, Julien é muito querido pela turma. Porém, em um determinado dia, o professor resolve explicar uma situação usando os alunos como exemplo, e acaba elogiando a tímida Leslie (Toscane Duquesne). O efeito: os jovens começam a zoar a situação, dizendo que Julien está interessado na garota.
Pronto, o pavio foi acesso...dias depois, a menina denuncia o professor para a diretoria da escola, alegando ter sofrido assédio sexual do mestre. Afinal, ele é um adulto e Leslie é uma menina de apenas 13 anos. Ou seja, pedofilia. A partir deste evento, Julien começa a sofrer represálias e até ameaças de familiares da garota, e perde o respeito dos alunos, tornando suas aulas quase inviáveis.
“O Bom Professor” mostra como nos dias atuais qualquer gesto, qualquer palavra, podem ser interpretados de forma equivocada, com o acusado, mesmo sendo gay e ter um relacionamento estável, ter sua vida destruída, praticamente sem direito a defesa. O longa-metragem é muito realista, com atuações seguras e fortes, incomodando muito. Afinal, ninguém está livre de ser acusado de algo que não cometeu, e ver sua reputação ir direto pro ralo.
Cotação: bom
Duração: 1h31
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=1kRsZBYpTD4
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