quinta-feira, junho 28, 2007

Quarteto Fantástico e Surfista Prateado









Eis um bom exemplo de continuação que supera o original: Quarteto Fantástico e Surfista Prateado, de Tim Story. Se no primeiro, era mostrado o surgimento do grupo e a briga com o vilão Dr. Destino, neste exemplar, recheado de boas piadas - não perca o criador da trupe, Stan Lee, sendo barrado numa festa -, o Sr. Fantástico (Ioan Cruffudd) não consegue casar com a Mulher-Invisível (Jessica Alba), pois sempre na hora do sim ocorre alguma catástrofe. Agora surge o Surfista Prateado (Doug Jones), que chega à para preparar a terra para a sua destruição por Galactus. Então o Surfista é combatido pelo Quarteto Fantástico, que recebe até a ajuda sempre traiçoeira do Dr. Destino (Julian McMahon, de Nip/Tuck). E como sempre digo, histórias assim devem ser curtidas como se você estivesse lendo uma revistinha, sem nenhum compromisso e sem pensar muito. O negócio é curtir, como o Tocha-Humana (Chris Evans) faz o tempo todo com a cara do Coisa (Michael Chiklis). Efeitos de primeira e diversão garantida.

O Despertar de Uma Paixão




Tirando o equivocado título nacional - Despertar de Uma Paixão (no original The Painted Veil - O Véu Pintado), dirigido por John Curran e baseado em romance do escritor inglês W. Somerseth Maughan (desconhecido por muita gente e que fez sucesso na primeira metade do século passado.é dele, por exemplo, o genial livro Servidão Humana), é um excelente filme, que nos remete aqueles clássicos dos anos 1950 e 60. Em Despertar de uma Paixão, Edward Norton e Naomi Watts dão show como o casal que se une sem amor - por parte dela. Walter é um médico apaixonado até a medula pela mulher, que para os padrões da época, a Londres de 1925, já estava ficando passada por não ter se casado. Para se livrar da mãe megera, Kitty topa a união com Walter e os dois se mudam para Xangai, na China.Como ela não tem o mínimo interesse pelo marido, acaba se envolvendo com um diplomata britânico, Charlie Towsend (Liev Schreiber, de Sob o Domínio do Mal 2). Descoberta a infidelidade da esposa, Walter decide se embrenhar no interior chinês levando a infeliz mulher de arrasto, para tratar de uma epidemia de cólera. Com o tempo, Kitty passa a admirar o marido. O filme não tem grandes surpresas e lá pela sua metade já dá para prever o destino dos personagens. Só que os atores já citados seguram as pontas com maestria, principalmente Norton, que é lembrado mais por filmes brutais como Clube da Luta, A Outra História Americana, Dragão Vermelho e A Última Noite do que filmes românticos. Já Naomi Watts, aqui morena, permanece linda e seu jeito frágil nos faz sentir pena dela.
Chico Izidro

Invasão de Domicílio




Anthony Minghella consegue ser tão chato quanto Jean-Luc Goddard. O diretor inglês comete, agora, Invasão de Domicílio (Breaking and Entering). Elenco para se fazer um bom filme ele tem de sobra - Jude Law, Robin Wright Penn (a sra. Sean Penn), Ray Winstone e a eterna sofredora Juliette Binoche, que com Minghella, protagonizou o enfadonho Paciente Inglês.Em Invasão de Domicílio, Jude Law é o arquitetoWill, que depois de ter sua empresa - localizada em um bairro barra-pesada de Londres - arrombada pela enésima vez, decide fazer uma campana para tentar flagrar os ladrões. Um deles é Miro (Rafi Gavron), filho da refugiada bósnia Amira (Binoche).Na sua investigação e com crise no casamento, Will acaba se relacionando com a costureira - que se entrega não de todo ao arquiteto, afinal uma mãe faz de tudo pelo seu filho.Após duas horas, o diretor encontra uma das piores soluções de todos os tempos para encerrar a história, deixando o espectador com aquela sensação de "perdi duas horas da minha vida". Um bom desperdício de elenco e de tempo. Que venha o próximo.
Chico Izidro

sexta-feira, junho 22, 2007

GOYA




O veteraníssimo diretor espanhol Carlos Saura nos brinda com um belo filme: Goya, sobre a atribulada vida do pintor, que morreu há quase 200 anos e hoje é motivo de curiosidade, tendo mostra de suas obras em Porto Alegre e livros lançados sobre ele. Francisco Goya tem como intérprete o xará Francisco Rabal. Já aos 80 anos e vivendo exilado em Bordeaux, na França, o liberal pintor, que trabalhou para a corte espanhola e assim sobreviver, sofre com a surdez adquirida quando tinha cerca de 40 anos e a distância da terra natal. Ele relembra momentos marcantes de sua vida, enquanto delira na cama, assistido pela filha adolescente Rosarito e pinta algumas de suas obras seminais sob a luz de velas - era um notório notívago. Lembra da paixão maior pela nobre Cayetana (Mareibelo Verdú) e de como realizou suas obras, até hoje essenciais no mundo da arte.
Saura realizou o filme como se ele fosse várias pinturas, com cores fortes, principalmente o vermelho - retratando a violência e o desespero dos desenhos de Goya. No filme, ainda a participação dco grupo Fura del Baus, que faz de uma batalha um lindo baile, de deixar-nos admirados ao extremo. E o diretor ainda acerta a mão na trilha sonora, com obras clássicas e do regionalismo espanhol. Magnífico.



Chico Izidro

Os 12 TRABALHOS




Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias, é mais um bom filme da safra nacional, mas atraindo para variar, um público ínfimo. Nele, o garoto Herácles (Hércules, em grego) tem um dia para provar ter condições de trabalhar como motoboy. Recém egresso da Febem, sente na pele o preconceito de ter passado pela instituição - em nenhum momento é explicado qual crime o menino (Sydney Santiago) cometeu - e tem de tentar apagar ou esconder esta mácula. Numa São Paulo caótica (desculpem o pleonasmo), Herácles e sua combalida moto mostram ao espectador as agruras da vida da categoria, marginalizada em excesso até por seguranças de prédios. O título faz trocadilho com a mitologia grega - afinal eram 12 os trabalhos de Hércules. Um bom filme, onde o elenco praticamente desconhecido, com excessão de Lucinha Lins como uma professora aposentada, segura bem as pontas e não necessita de efeitos especiais ou histórias mirabolantes para prender a atenção em seus cerca de 90 minutos.



Chico Izidro

quinta-feira, junho 21, 2007

Batismo de Sangue





Queria o cinema nacional não tivesse tantos altos e baixos. Mas isso não é possível, seja em qualquer atividade. Porém assistir Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, mostra que também dá para fazer bom, muito bom cinema no país. E melhor, recuperar uma parte obscura de nossa história: o período da ditadura militar entre 1964 e 1985. Aqui se prendendo, desculpe o trocadilho, entre os anos 1968 e 1974, quando do envolvimento dos padres dominicanos com a guerrilha urbana. Baseado no romance homônimo de Frei Betto, relata a ajuda do próprio e de seus colegas religiosos ao líder esquerdista Carlos Marighella e as torturas sofridas por eles pelas forças das ditaduras. Quem mais sofreu, além de Marighella, assassinado numa emboscada, foi o Frei Tito, interpretado por Caio Blat. Ele acabou se suicidando durante o exílio na França, pois não conseguia esquecer o que sofreu nas mãos dos milicos. Frei Betto teve como intérprete Daniel Oliveira (Cazuza). Show dá Cássio Gabus Mendes no papel do sádico policial Luiz Paranhos Fleury, o Papa. Torturador de carteirinha, ele era o todo poderoso do Deops. Em tempo, as cenas de tortura são para quem tem estômago forte. Extremamente realistas e que fazem o espectador se mexer incorfortáveis na poltrona. É para ver e entender o quanto foi infame a ditadura. Nunca mais.



Chico Izidro

Treze Homens e Um Novo Segredo





No ano do três - Shrek, Piratas do Caribe, Homem-Aranha, chega também no lote Treze Homens e um Novo Segredo (Ocean's Thirteen), de Steven Soderbergh, sequência de Onze Homens e Um Segredo - este uma refilmagem do clássico dos anos 1960 - e Doze Homens e Outro Segredo. E este novo filme consegue apagar a fiasqueira que foi o anterior, fraco por demais. Os trambiqueiros liderados por Danny Ocean (George Clooney) e Rusty Ryan (Brad Pitt) pretendem dar, agora, um golpe para arruinar o dono de um hotel-cassino, Willy Bank (Al Pacino), que destruiu a vida de um dos componentes do grupo, o dândi Reuben (Elliot Gould). Em 13 Homens, o golpe é explicado em seus primeiros 20 minutos. E não há muita surpresa no desenrolar da trama, onde o bando consegue burlar um local seguro o tempo todo e tem apenas 3 minutos e meio para perpetrar o assalto. E a gente sabe que não haverá surpresas, mas não tira o olho da tela. Desta vez, ao contrário do segundo, quando parecia que só os atores estavam se divertindo e o público dormindo, dá para curtir as boas piadas. Mas a trama é por demais fraca e cheia de furos.




Chico Izidro

Shrek Terceiro




Shrek Terceiro, de Chris Miller, é a bola da vez. Muita gente está comparando os episódios, dizendo ser este o mais fraco. Não vejo assim. Desta vez o monstro verdão é o sucessor do trono de Muito, Muito Distante e vai ser pai. Só que ele não está pronto para ser rei e nem...pai. E dê-lhe road-movie, pois Shrek terá de partir, ao lado dos inseparáveis amigos Burro e Gato de Botas em busca do garoto Artur, que também está na fila de sucessão ao trono do reino. No caminho encontram como o Mago Merlin, enquanto que os vilões pretendem dar um golpe de estado. Hilário e como sempre, piadas para adultos rirem muito e visual colorido para prender a atenção das crianças. A melhor cena do filme, porém, está logo em seu início, na morte do Rei Sapo. Só ela já vale o ingresso.




Chico Izidro

Inferno





Três irmãs vivem distantes, mesmo estando na mesma cidade, Paris, em Inferno (L'Enfer), de Danis Tanovic (Terra de Ninguém). Elas carregam um trauma de infância que as separou: o pai foi acusado de pedofilia e acabou preso. O passado, no presente, continua prejudicando a vida das belas. Karin Viard (Céline)é a única que se importa com a mãe, doente e internada num asilo, Marie Gillain (Anne) vive deprimida por ter sido abandonada pelo seu amante e professor universitário. E a lindona Emamnuelle Béart (de O Capitão Tornado) é Sophie, traída pelo marido e que tenta esconder o problema de seus dois filhos pequenos. Um belo drama, que não é apelativo e relembra o melhor do cinema francês intimista.




Chico Izidro

O Amor Pode Dar Certo




O cinema volta e meia tenta levar o público às lágrimas com um dramalhão aonde um casal vai se separar à força: um deles tem uma doença terminar. Pois em O Amor Pode Dar Certo, mais um daqueles títulos sem imaginação das distribuidoras (o original é Griffin & Phoenix, de Ed Stone), não há um doente terminal. E sim dois! Haja lenço. O quarentão, divorciado e pai de dois filhos Griffin (Dermot Mulroney, de O Casamento de Meu Melhor Amigo) sabe ter poucos meses de vida. Então ele conhece e se apaixona pela bonita Phoenix (Amanda Peet, de Meu Vizinho Mafioso). A garota fica envolvida pelo charme do cara, mas resiste o quanto pode. Afinal ela também está para morrer de câncer. Só que cada um esconde do outro o destino de suas vidas. Apesar de beirar o dramalhão, o filme não se prende a cenas de hospital, lacrimosas, pois o casal não quer saber deles e sim curtir o pouco tempo que lhe resta. Para ver acompanhado da cara-metade e de bem com a vida. Caso contrário, passe longe do cinema.


Chico Izidro

quarta-feira, junho 06, 2007

ZODIACO




Zodiaco, de David Fincher (Seven e Clube da Luta) prima pelo não-sensacionalismo. Em duas horas e meia, este filme sobre um serial killer baseado em fatos reais, prefere a visão das pessoas envolvidas na captura do assassino auto-intitulado Zodiaco. Ele apavorou San Francisco e cercanias entre o final dos anos 60 e metade dos 70 do século passado. E nunca foi pego. O assassino mandava para a polícia e jornais locais pistas cifradas e surgiram vários suspeitos, porém sempre faltaram provas para incriminar alguém. Em Zodiaco, o próprio fica em segundo plano, e são detalhadas as investigações policiais e jornalísticas (até lembrando em certo ponto o clássico Todos Os Homens do Presidente em sua narrativa).Na primeira parte, o destaque é do sempre excelente Robert Downey Junior como o repórter do San Francisco Chronicle, que tenta ajudar a polícia, e aí entra o bom Mark Ruffalo como o principal investigador. Na segunda metade, se destaca Jack Gyllenhaal (de Um Dia Depois do Amanhã e Brockback Mountain) como o cartunista Robert Graysmith, que dedicou boa parte de sua vida na tentativa de achar o Zodiaco. O filme, aliás, é baseado no livro do cartunista, lançado em 1986 e de muito sucesso nos States. Todas as pessoas envolvidas na tentativa de captura do serial killer tiveram suas vidas pessoais destruídas. O filme é longo e nunca cansativo prendendo e muito a atenção, com atuações soberbas de todos os citados e também da vasta gama de coadjuvantes. Para ver e rever.
Chico Izidro

NÃO POR ACASO




A sensação de que algo fica faltando em Não Por Acaso, de Philippe Barcinski. O filme trata de solidão, perda, recomeço, porém não convence. Lembra muito - guardadas as devidas proporções a filmes como 21 Gramas e Amores Brutos - por sua tentativa de contar histórias paralelas que em algum momento se cruzam. Em Não Por Acaso, a vida do engenheiro de trânsito Ênio (Leonardo Medeiros) mudará. Recluso, fechado, ao perder a ex-mulher num acidente de trânsito ele terá a chance de conquistar o amor da filha Bia (Rita Batata), que ele não viu crescer. Talvez seja a parte mais tocante da história. Já Rodrigo Santoro, o marceneiro Pedro, tentará recomeçar a amar com a bela Lúcia (Letícia Sabatella), que viria a substituir a namorada Teresa (Branca Messina), morta no mesmo acidente. Porém esta história, apesar de carregar no amor, não decola. E ainda tem uma trilha sonora terrível, talvez a pior dos últimos tempos. Pelo menos o filme é curto e quando você começa a se irritar, já acabou.



Chico Izidro

Totalmente Apaixonados




Todo mundo sonha com um relacionamento estável, sólido, blá, blá, blá...E o cinema gosta de se reinventar neste tema. Às vezes acerta, outras erra feio. É o caso de Totalmente Apaixonados (Trust The Man), de Bart Freundlich. Dois casais - um casado há anos e com dois filhos, vive uma forte crise, pois ele, David Duchovni (Arquivo X) só pensa "naquilo" e ela, Juliane Moore (Fim de Caso), está preocupada com o lado profissional. Já o outro par está em crise, pois ela, Maggie Gyllenhaal, quer casar e ter filhos, e ele, Billy Crudup (Quase Famosos), ainda não saiu da adolescência, apesar de estar com 38 anos. Traições, separações, umas boas piadas aqui e ali e um final extremamente confidencial, com aquelas patéticas palmas dos figurantes...e para fechar, que homem, em sã consciência, deixaria de beijar e transar com a personagem da deusa Eva Mendes, só porque ela diz: ah, sou casada e meu marido ficou em casa. Insano.




Chico Izidro

“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...