Friday, August 24, 2018

"Te Peguei!" (Tag)



Fui surpreendido logo ao aparecerem as primeiras imagens de que se tratava de um filme baseado em fatos reais...como assim, um grupo de amigos correndo um atrás do outro por 30 anos naquela brincadeira de criança chamada pega-pega? Aí fui ver que "Te Peguei!" (Tag), direção de Jeff Tomsic, é baseado em um artigo publicado em 2013 no Wall Street Journal, contando a história de uns cinquentões que mantinham a criança interior praticando a brincadeira.

O elenco conta com Ed Helms (Se Beber, Não Case), John Hamm (Mad Men), Jeremy Renner (Guerra ao Terror), Hannibal Buress (Homem-Aranha: De Volta Ao Lar), Jake Johnson (New Girl), Isla Fisher (Truque de Mestre), Rashida Jones (Parks and Recreation) e Leslie Bib (Homem de Ferro 2).

Na história, todos os anos cinco amigos, Jerry Pierce (Jeremy Renner), Hogan “Hoagie” Malloy (Ed Helms), Bob Callahan (Jon Hamm), Kevin Sable (Hannibal Buress) e Randy “Chilli” Cilliano (Jake Johnson) – se reúnem durante o mês de maio para brincar de pega-pega, sob o lema “nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar”,. A brincadeira já tem 30 anos, e nunca ninguém conseguiu pegar Jerry. Aí Hogan acredita ter o plano perfeito. O amigo vai casar e não terá como escapar.

"Te Peguei!" tem um ritmo dinâmico, passando rapidamente de cenas de ação para comédia e vice-versa, sem dar espaço para aqueles momentos de apelação sentimental. Há muito não me divertia tanto com uma comédia hollywoodiana.

Duração: 1h45
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Slender Man: Pesadelo Sem Rosto" (Slender Man)



Dirigido por Sylvain White e escrito por David Birke (baseado no personagem criado por Eric Knudsen) “Slender Man” fala de uma lenda urbana. A criatura surgiu em um fórum da internet, e é descrito como um homem alto, magro e com os braços anormalmente longos. Slender Man obteve ainda mais fama quando alguns assassinatos nos Estados Unidos em meados desta década foram motivados pelo personagem.

No filme, que parece uma espécie de "Stranger Things" feminino, acompanhamos quatro amigas: Wren (Joey King), Hallie (Julia Goldani Telles), Chloe (Jaz Sinclair) e Katie (Annalise Basso), que vivem numa cidadezinha no interior dos Estados Unidosa. Elas ficam sabendo da lenda e numa noite sem ter o que fazer, resolvem invocar a criatura através de um tutorial em vídeo da internet.

A partir daí todas elas passam a ter pesadelos e alucinações, até que umas, Kate, desaparece misterosanente. As meninas restantes precisam assim descobrir uma forma de trazer a amiga de volta, mas terão de enfrentar a criatura. A esta altura o sono já pegou fácil no espectador, que assiste a uma obra sem muita imaginação e inovação, e sem sustos. E filme de terror tem de dar sustos.

Ou seja, "Slender Man: Pesadelo Sem Rosto" não causa nada. A não ser tédio. E de novo aquela cena: a pessoa sozinha na casa, no escuro, e sai perguntando: 'Tem alguém aí?...

Duração: 1h31
Cotação: ruim

Chico Izidro

"Gauguin – Viagem ao Taiti" (Gauguin Voyage du Tahiti)



Baseado em fatos reais, "Gauguin – Viagem ao Taiti" (Gauguin Voyage du Tahiti), direção de Edouard Deluc, mostra o retiro que o pintor francês decidiu fazer na última década do Século XIX, onde foi buscar inspiração para sua obra. Com visual impactante e ótima reconstituição de época, até mesmo mostrando um Gauguin beirando a aparência de um mendigo, o filme é muito bom.

O artista é interpretado pelo francês Vincent Cassel. A trama se inicia em 1891, quando Gauguin, cansado da sociedade francesa, abandona tudo e parte para a Oceania, mais exatamente o Taiti em busca de um recomeço e de inspiração para a sua arte. Não só encontra uma nova vida, como a nativa Tehura (Tuheï Adams), que viria a ser o amor de sua vida e sua maior inspiração, retratando-a em inúmeras obras, de uma beleza magnética.

Vincent Cassel, com um visual sujo, incorpora Gauguin de uma forma não tão surpreendente, pois o trabalho do ator é categórico. Enfim, uma grande atuação. Além disso, a fotografia do filme, mas também o ambiente ajudam. Um local quase selvagem, completamente diferente da hostilidade da cidade grande. Arte de tirar o fôlego.

Duração: 1h42
Cotação: ótimo

Chico

"Escobar - A Traição" (Loving Pablo)



Nos últimos anos, o traficante de drogas Pablo Escobar (1949-1993) virou quase uma figura pop, tendo sua vida filmada e refilmada em séries, filmes, produções para TV e documentários. Agora chega mais uma versão da vida do traficante, em "Escobar - A Traição" (Loving Pablo), direção de Fernando León de Aranoa, e baseado no livro Loving Pablo, Hating Escobar, da jornalista Virginia Vallejo, e com o casal Javier Bardem e Penélope Cruz nos papéis principais.

Bardem, claro, é Escobar, e Penélope Cruz vive a própria Virginia, que foi amante do traficante nos anos 1980, na Colômbia - esta personagem aparece na série Narcos, também, e é interpretada por Stephanie Sigman.

A jornalista, de preferida de Escobar, com o passar do tempo e suas ligações, foi perdendo empregos e até mesmo passando a correr risco de morte, tendo de apelar para exílio nos Estados Unidos. Tudo isso é mostrado no longa, que também mostra o declínio financeiro de Virginia. Mas e aí?

O problema é que nada é mais novidade, tendo sido contado e recontado centenas de vezes. Não existe inovação, mesmo porque não se pode reconstruir a história. A louvar os esforços do casal Javier Bardem e Penélope Cruz. Ele se sobressai em sua performance, e Cruz não fica longe, mas por vezes beirando a caricatura - e mesmo porque Virginia era uma perua.

Duração: 2h04
Cotação: regular

Chico Izidro

"Unicórnio"



O filme "Unicórnio" é livremente inspirado em dois textos da escritora Hilda Hilst (1930-2004): "Unicórnio" e "Matamoros", e tem direção de Eduardo Nunes. A trama é simples e sugere delicadeza, mostrando o cotidiano de mãe e filha que moram afastadas numa fazenda na montanha. O pai está distante, internado em uma instituição médica, e a paz das duas é afetada pela chegada de um criador de cabras às cercanias.

A mãe é vivida por Patricia Pillar. A filha Maria tem no papel a ótima revelação Bárbara Luz, já o pai tem como intérprete o excepcional Zé Carlos Machado e o criador tem no papel Lee Taylor.
O filme mostra um primor técnico de qualidade e com uma fotografia de cair o queixo. Porém isso é muito pouco. Simplesmente quase nada acontece em cena, levando o espectador à beira de um sono pesado. Eduardo Nunes tentou criar uma obra de arte, mas errou na mão, no jeito de vencer a história, que se perde em conversas filosóficas, e que não chega a lugar nenhum.

Duração: 1h58
Cotação: ruim

Chico Izidro

Thursday, August 16, 2018

"Protetor 2" (The Equalizer 2)



A parceria entre o ator Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua iniciada em 2002 com o premiado "Dia de Treinamento" foi retomada em 2015 com "O Protetor", e volta agora com o mais violento ainda "Protetor 2" (The Equalizer 2).

No longa, Washington interprete o vigilante Robert McCall, que costuma ajudar as pessoas desconhecidas. Agora trabalhando como motorista de aplicativo Lyft, Robert passa os dias escutando os problemas dos passageiros, e volta e meia decide ajudá-los. Mas agora oas vilões decidem mexer em seus calos, ao matar sua amiga Susan, interpretada por Melissa Leo, e que trabalhava para a CIA. Assim, Robert sai ao encalço dos assassinos de Susan.

Apesar de violento, o filme não se resume a cenas de ação e correria, dando espaço para longos momentos de reflexão. E também mostrando o passado do mocinho, um ex-soldado e agente, que decidiu se afastar do mundo e se manter incógnito. Até momentos de humor acham lugar, como em uma cena que Robert provoca o vilão em frente à família dele.

A narrativa de "O Protetor 2" não apresenta novidades - por exemplo dá para sacar logo quem é o vilão, e o herói leva uma vida dupla, atormentando pela perda da esposa e procurando ser o pai substituto para um rapaz envolvido com gangues. Mesmo assim é uma obra impactante, com um final muito bom, cheio de tensão, e com Denzel Washington entregando uma atuação impar. Não poderia se esperar menos dele, não?

Duração: 2h01
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Troca de Rainhas" (L’échange des Princesses)



"Troca de Rainhas" (L’échange des Princesses) é baseado na obra literária L´Echange de Princesses, de Chantal Thomas, publicado em 2013. A trama, dirigida por Marc Dugain, transcorre em 1721, onde um plano é arquitetado por Felipe de Orléans (Olivier Gourmet), regente da França, para acabar com problemas diplomáticos entre seu país e a Espanha. Ele pretende promover dois casamentos entre os herdeiros dos dois tronos, para consolidar a paz entre as nações, após anos de guerra.

Assim, Luís XV (Igor van Dessel), de 11 anos, tem prometida como esposa Anna Maria Victoria (Juliane Lepoureau), a Infanta da Espanha, de 4 anos; e Luísa Isabel (Anamaria Vartolomei), filha do próprio regente, de 12 anos, se tornou noiva do herdeiro do trono da Espanha, Dom Luís (Kacey Mottet Klein). Simples, não?

Pois o filme mostra os bastidores da corte, com diálogos profundos, e uma recriação de época portentosa. O problema é que a direção usou mão pesada, e o longa acaba beirando a monotonia.
O destaque acaba sendo o veterano ator Lambert Wilson, que vive vive Felipe V. Mas também dá para se destacar as garotas que vivem as protagonistas, mostrando carisma e muita presença em cena. Porém precisa-se estar bem acordado para seguir a trama.

Duração: 1h40
Cotação: bom

Chico Izidro

"Mentes Sombrias" (The Darkest Minds)



"Mentes Sombrias" (The Darkest Minds), dirigido por Jennifer Yuh Nelson, é mais uma adaptação de Hollywwod para um livro para adolescentes na mesma linha de "Divergente", "Maze Runner", "A 5ª Onda", entre outros. Ele é a primeira obra da trilogia da escritora Alexandra Bracken, e pode ser resumida como "X-Men" se mistura com "Jogos Vorazes".

Tendo a jovem Ruby (Amandla Stenberg) como protagonista, a história se passa em um Estados Unidos pós-apocalíptico, onde 98% das crianças morreram por causa de um vírus. As sobreviventes acabaram desenvolvendo poderes sobre-humanos, e acabam sendo caçadas pelo governo, que as coloca em uma espécie de campo de concentração.

As crianças são divididas em cores, que simbolizam seus superpoderes: o verde são para as que adquirem inteligência como poder; azul são as que possuem poderes de telecinese; amarelo para as crianças com poderes de eletricidade; as Laranja conseguem controlar as mentes e finalmente os vermelhos controlam quase tudo, principalmente o fogo.

Ruby é levada para um campo ainda bem pequena, mas ao chegar no começo da adolescência é ajudada por Cate uma médica, vivida por Mandy Moore, a fugir. E ela vai se unir a um grupo de jovens que anda pelas estradas a procura de um refúgio seguro.

"Mentes Sombrias", enfim, é uma reciclagem de tudo o que já foi feito - mas fica a pergunta, qual filme nos dias de hoje consegue ser original? Enfim, os fãs do gênero ficação científica deverão se agradar do longa, que até mostra personagens simpáticos.

Duração: 1h44
Cotação: bom

Chico Izidro

"Você Nunca Esteve Realmente Aqui" (You Were Never Really Here)



Lembrando de certa forma "Taxi Driver", "Você Nunca Esteve Realmente Aqui" (You Were Never Really Here), direção de Lynne Ramsay, traz muita violência, mas ela não chega de forma gratuita. E de bônus uma grande atuação de Joaquin Phoenix, que inclusive ganhou o prêmio de melhor ator em Cannes pelo seu papel de Joe, um veterano de guerra atormentado por suas lembranças de infância.

Joe traz no corpo as cicatrizes de seu sofrimento. É um homem de 40 e poucos anos, que ainda vive com a mãe - fã de filmes de terror. Ele trabalha resgatando mulheres presas em cativeiros trabalhando como escravas sexuais. Seu método de agir é implacável e ele praticamente não tem problemas em concluir suas tarefas. Até o dia em que é contratado por um senador, que teve uma filha menor de idade sequestrada e que se encontra presa em um prostíbulo. "Me disseram que você é brutal", questiona o político. "Eu posso ser", responde Joe, de forma fria. "Eu quero que você os machuque", pede o senador.

Logo depois, Joe para numa ferragem, compra fita adesiva, martelo, corda e vai estudar o local onde se encontra a garota. E a invasão do local é feita de forma brutal, e como disse no início do texto remete a Robert de Niro invadindo o bordel para salvar Jodie Foster. Mas a partir do salvamento da menina, as coisas começam a dar errado, e as pessoas próximas a Joe passam a ser assassinadas. A partir daí, ele vai começar a conectar os pontos para tentar escapar com vida e achar quem são os assassinos.

"Você Nunca Esteve Realmente Aqui" (You Were Never Really Here) é um filme de poucos diálogos, mas de muita expressão corporal, principalmente de Phoenix, mestre em apresentar personagens atormentados. Joe é mais um em sua galeria.

Duração: 1h29
Cotação: ótimo

Chico Izidro

Thursday, August 09, 2018

"Megatubarão" (The Meg)



Uma expedição em águas profundas no oceano é atacada por algo desconhecido. O mergulhador especializado em resgates Jonas Taylor (Jason Statham) é chamado para tentar salvar os cientistas que ficaram presos no submarino. Ele aceita a missão meio contrariado, pois anos antes acidente semelhante havia ocorrido e para salvar algumas pessoas, Jonas sacrificou outras, sendo visto como covarde. Ningém quer acreditar nele...mas algo muito perigoso se encontra lá fora!!!

"Megatubarão" (The Meg), dirigido por Jon Turteltaub, é baseado em um livro escrito por Steve Alten, e apresenta Jonas em nova missão e tentando provar não ser um covarde. Após sair de sua aposentadoria forçada, ele ase encontra em uma instalação em alto mar de tecnológica de ponta financiada pelo bilionário Morris (Rainn Wilson, do seriado The Office). Lá vai ajudar no resgate aos cientistas, mas verá também o aparecimento de uma fera pré-histórica que se achava extinta, o Megalodonte, um gigantesco tubarão que atinge 27 metros de comprimento e é extremamente voraz.

O embate entre homens e a criatura são simplesmente de tirar o fôlego, com efeitos especiais excelentes. E existe espaço para o herói, o inteligente, mas também aparecem os personagens clichês - o empresário, que se mostra inescrupuloso, o piadista, a criança em perigo, o expert em informática, o personagem que se sacrifica pelo grupo. E apesar de aparecer um clima de romance no ar entre Jonas e a cientista Suyin (Li Bangbang), ele nunca é concretizado.

"Megatubarão" poderia ser mais violento do que é mostrado na tela, mas o diretor, o mesmo de "A Lenda do Tesouro Perdido" decidiu cortar muiras cenas sangrentas por causa da censura!!! E depois de muito suspense em sua primeira parte - ele aprendeu muito com Steven Spielberg em não mostrar muito a criatura, que está ali, mas não é vista, em sua parte final, Turteltaub apela para a comédia, descaracterizando um pouco a sua obra. Enfim, "Megatubarão" é um filme de altos e baixos, mas não deixa de ser bom entretenimento.

Duração: 1h53
Cotação:bom

Chico Izidro

"Vidas à Deriva" (Adrift)




"Vidas à Deriva" (Adrift) é dirigido por Baltasar Kormákur (do também catastrófico Everest), e é baseado em livro homônimo escrito por Tami Oldham, que viveu a experiência, mas que navega até hoje e também produtora do filme. E o longa, com uma história que várias pessoas aventureiras já enfrentaram, ou seja, não é novidade, mas é envolvente, mostrando uma narrativa de sobrevivência.

Os eventos ocorridos no longa se passam em 1983, no Oceano Pacífico, e mostram uma viagem de barco feita pelo casal Tami Oldham (Shailene Woodley) e Richard Sharpp (Sam Claflin). Os dois, de espírito aventureiro, se conheceram e se apaixonaram no Taiti. Ela americana e ele inglês. E recebem uma oferta de um outro casal de levar u m barco para San Diego na Califórnia, recebendo 10 mil dólares pelo trabalho. Eles topam, mas no meio da viagem são surpreendidos por uma terrível tempestade, perdendo contato com o mundo, e o barco à beira de afundar.

A trama é apresentada em dois momentos - antes e durante os mais de 40 dias que eles ficaram perdidos no Oceano Pacífico, tentando sobreviver as intempéries, economizando água e comida, e tendo alucinações.

O resultado de "Vidas à Deriva" é excelente, com uma história envolvente, que faz o espectador prender a respiração - ainda mais se ele não tiver conhecimento prévio dos fatos reais. Destaque ainda para as atuações seguras de Shailene Woodley e Sam Claflin, que apresentam total química em cena, além de mostrarem parecer conhecer muito como é o trabalho naval.

Duração: 1h36
Cotação: ótimo

Chico Izidro

"Acrimônia - Ela Quer Vingança" (Acrimony)



Acrimônia é sinônimo de acerbidade, acidez, acridade, aspereza, azedo, azedume, mordacidade, severidade, modo de agir de quem é indelicado. "Acrimônia - Ela Quer Vingança" (Acrimony) também é o título do filme de Tyler Perry estrelado por Taraji P. Henson, do seriado Empire.

A primeira parte do filme é muito boa, mostrando Melinda (Taraji) relatando para uma terapeuta a pedido de um juiz sua vida com o engenheiro Robert (Lyriq Bent) - a protagonista deve tratar sua raiva e comportamentos excessivamentre agressivos sob pena de ir presa. Em flash-back, fica-se sabendo que Melinda passou o inferno com o marido, que ela conheceu na faculdade e que sustentou em boa parte da vida. Ele criou o projeto de uma bateria capaz de mudar o mercado de energia elétrica e passou anos aperfeiçoando a ideia, enquanto que ela gastou toda a herança recebida da mãe para ajudar Robert.

Ao ouvir a versão de Melinda é fácil achar um culpado pelo fracasso do relacionamento - o abusivo e malemolente Robert. Porém aos poucos uma outra versão vem à tona, mostrando que Melinda não era assim tão flor que se cheirasse, além de ter uma família que se intrometia em tudo.

Porém tudo começa a desandar quando depois da separação, Robert fica milionário ao conseguir vencer sua invenção e aparecer noivo de outra mulher. Melinda fica possessa, pois acha que ela deveria, depois de anos de sofrimento, estar levando a vida que a outra mulher agora estava vivenciando.

E esta segunda parte do filme põe tudo a perder. O filme se torna uma cópia barata de "Atração Fatal", com um climax totalmente sem sentido, previsível. A resolução da trama é decepcionante, depois de segurar o espectador por quase duas horas.

Duração: 2h
Cotação: regular

Chico Izidro

"A Aparição" (L‘Apparition)



"A Aparição", do diretor Xavier Giannoli, tem um título que remete a um filme de terror ou suspense, mas a impressão é equivocada. A trama trata de religião, de fé, e para quem não acredita é simplesmente uma tortura passar por suas mais de duas horas - que beiram o tédio.

A história tem como foco o jornalista Jacques Mayano (Vincent Lindon), ateu, mas vivendo momento de crise após ter perdido um colega fotógrafo em uma emboscada na Síria. Ele é contatado pelo Vaticano para ajudar numa investigação, através de seu olhar neutro - uma jovem de 18 anos, Anna (Galatéa Bellugi), alega ter vista a Virgem Maria em pessoa em sua aldeia no sul da França. O local logo se torna centro de peregrinação e até mesmo de comércio.

"A Aparição", como é chamado pela igreja quando alguém alega ter testemunhado a presença da Santa Maria, mãe de Jesus Cristo, acompanha assim o trabalho deste jornalista - um homem acostumado a lidar com fatos concretos, mas que precisa tentar entender como funciona a mente das pessoas que têm religião e acreditam em deus.

O resultado do filme beira a frustração. Arrastado, com roteiro por vezes confuso, mesmo que faça uma leve crítica ao mercantilismo oportunista e o abuso da igreja em relação a fé de seus fiéis.

Duração: 2h17
Cotação: ruim

Chico Izidro

Friday, August 03, 2018

"Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo" (Mamma Mia! Here I Go Again)




Bem, tive uma semana para pensar depois de ter assistido "Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo" (Mamma Mia! Here A Go Again), a continuação do sucesso musical de 2008 "Mamma Mia", que teve no papel principal Meryl Streep. Com direção de Ol Parker, a história segue com Sophie (Amanda Seyfried) sofrendo o luto pela morte de Donna (Meryl Streep) e prestes a reinaugurar o hotel da mãe numa ilha paradisíaca na Grécia.

Saí incomodado da sala de cinema por causa do histerismo de alguns coleguinhas críticos, que agiram como estivessem em sessão normal, berrando, batendo palmas. Tudo bem, as músicas do Abba são legais, já perderam aquela pecha de bregas usadas em épocas passadas. Mas menos, né...

Toda a trama é baseada nas músicas do grupo pop sueco, que teve enorme sucesso nos anos 1970. Vai de When I Kissed The Teacher, passando por Waterloo, I Have A Dream, Knowing Me, Knowing You, Dancing Queen, Fernando, Super Trouper, The Day Before We Came, entre outras.

Sophia ainda está de luto, vê o casamento com Sky (Dominic Cooper, do seriado Preacher ) meio abalado, pois ele se encontra em Nova Iorque fazendo um curso de hotelaria, e nem um pouco disposto a voltar. E só tem o apoio de um dos seus três pais, Sam (Pierce Brosnan), na empreitada do hotel, já que os outros dois, Harry (Colin Firth), Sam (Pierce Brosnan) e Bill (Stellan Skarsgard) não poderão aparecer.

Então a história volta no tempo, mais exatamente a 1979, mostrando como Donna, vivida na juventude por Lilly James, partiu para o mundo, após ter se formado, e foi parar na Grécia. Este remember é a melhor parte do filme, pois apresenta uma excepcional reconstituição de época e onde os atores conseguem cantar direitinho, o que já não acontece com o pessoal que vive na época atual.
Aliás, existe um erro cronológico, pois se Donna ficou grávida de Sophia no começo dos anos 1980, a menina teria 38 anos, e não 25 como afirma um dos personagens durante o filme!!! E como Pierce Bronsnan não consegue acertar o passo durante as danças...

Duração: 1h53
Cotação: bom

Chico Izidro