Thursday, October 31, 2013

"Uma Noite de Crime"

A premissa de "Uma Noite de Crime" é espetacular. Numa noite do ano, todo o tipo de assassinato é liberado para a população americana. No restante do ano, com as pessoas saciadas e controladas, o nível de criminalidade diminui ostensivamente. A história, dirigida por James DeMonaco, transcorre em 2022, e foca numa família classe média alta, que vive num condômínio fechado. O chefe é James Sandin (Ethan Hawke), casado com Mary (Lena Headey) e com os filhos Charlie (Max Burkholder) e Zoey (Adelaide Kane). E então chega a noite liberada pelo governo. Para se proteger, os cidadãos se trancam em suas casas, tendo de esperar até chegar às 7h do dia seguinte para ver a ordem ser restaurada. Até lá são 12 horas de caça indiscrimada pelas ruas. A polícia não pode ser chamada, e os hospitais não recebem ninguém.

Os Sandin se trancam em sua mansão, mas o garoto Charlie vê um homem fugindo, pedindo socorro, e o deixa entrar na casa. Logo em seguida, um grupo de jovens bate à porta pedindo que a família entregue o homem - e como se recusam, viram alvo dos assassinos em potencial. Os Sandin passarão as próximas horas tentando se defender do ataque, numa tensão crescente. "Uma Noite de Crime" é um bom thriller de suspense, que discute ainda se uma pessoa deve pensar no próximo ou apenas em sua família. Mas depois de fazer o espectador tremer na cadeira, de nervoso, o filme vai perdendo força em seu final, quando enfiam no roteiro uma espécie de seita, que chega aparentemente para salvar os Sandin.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Juan e Evita - Uma História de Amor"

"Juan e Evita - Uma História de Amor", dirigido por Paula de Luque, vale pelas atuações de Osmar Núñez e Julieta Diaz, que vivem respectivamente os maiores expoentes políticos da Argentina na história. O filme centra nos primeiros anos de relacionamento de Juan Domingo Perón e Eva Duarte, antes de se transformarem nos mitos históricos, visto até hoje como santos pelos argentinos.

Evita era uma atriz de rádio que conhece o militar Perón durante a busca de ajuda financeira para vítimas de um terremoto ocorrido na província de San Juan em 1944. Os dois começam um envolvimento no período em que ele ainda era o ministro do trabalho, mas já visando assumir o governo. A produção é simples, mesclando cenas de estúdio com documentários do período - meados da década de 1940. O resultado acaba ficando meio tosco, principalmente quando Perón fala para o povo da Casa Rosada - claramente vê-se o ator ao lado de vários coadjuvantes, falando para ninguém. Então a câmera corta e surgem as cenas de documentários, em preto e branco, onde uma multidão agita seus lenços brancos. Estas cenas, colocadas de forma meio grosseiras, dão um ar meio filme B para a produção, que tem na grande atuação de Osmar Núñez e Julieta Diaz o seu trunfo. Os dois convencem completamente como Perón e Evita, ela ainda antes de começar a vida voltada para a ajuda aos pobres.

Cotação: regular
Chico Izidro

"O Conselheiro do Crime"

Confesso ter ficado confuso com o novo filme de Ridley Scott, "O Conselheiro do Crime". Não tirei o olho da tela nem por um minuto, mas mesmo assim fiquei boiando em determinado momento da obra do diretor de "Prometheus" e "Blade Runner". O ator Michael Fassbender interpreta o personagem chamado só de Doutor, um advogado que trabalha para criminosos. Ele vive ainda um romance dos sonhos com Laura (Penélope Cruz) e planeja se casar com ela. Por isso precisa juntar dinheiro mais rapidamente possível.

A vida do Doutor entrará num espiral quando ele aceita participar de um esquema de tráfico de drogas vindo do México, mais exatamente de Ciudad Juárez, uma das mais violentas do mundo, convidado pelo traficante Reiner (Javier Bardem), casado com Malkina (Cameron Diaz). Em determinado momento, algo dá errado no esquema, e o Doutor passa a ser perseguido por traficantes do cartel mexicano, que comandam a operação, e vendo sua vida começar a ir para o buraco. A parte final mostra o personagem de Fassbender em estado deplorável por ruas e hotéis sujos.

O filme tem personagens dúbios, como a própria Malkina, numa boa interpretação de Diaz, e outros que aparecem na história para confundir, como Westray (Brad Pitt), que passa a aconselhar o Doutor, este sim acostumado a fazê-lo. "O Conselheiro do Crime" traz muita conversa entre os personagens, ao mesmo tempo que vemos um caminhão carregado de drogas atravessando os Estados Unidos. Enfim, uma obra menor de Ridley Scott, mesmo que conte com um bom elenco, mas sofrendo com o roteiro confuso de Cormac McCarthy, o mesmo de "Onde os Fracos Não Têm Vez".

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Diana"


O diretor Oliver Hirschbiegel, do ótimo "A Queda - Os Últimos Dias de Hitler", tropeça na cinebiografia da princesa Diana, em "Diana", que é vivida até com certa competência por Naomi Watts, de "Senhores do Crime" e "King Kong". Aqui temos apenas os dois últimos anos da vida de Diana, vivendo os primeiros tempos da separação de Charles. Isolada, Diana inicia um romance com o médico cardiologista paquistanês Hasnat Khan (Naveen Andrews, de Lost). E é nesta parte da vida que o filme finca pé, e não se aprofunda em outras questões, como o desprezo que ela sofria da família real, e até mesmo o namoro posterior com o milionário Dodi Al-Fayed, que morreu junto dela no acidente automobilístico em Paris, em agosto de 1997.

"Diana", enfim, é uma xaropada romântica entre a princesa e o médico, que passam duas horas entre idas e vindas, e tentando solucionar suas diferenças. Ele era muçulmano e via dificuldades no romance, pois queria o anonimato, coisa que não poderia ter, já que simplesmente namorava a pessoa mais fotografada e perseguida pela imprensa no mundo à época. O casal protagonista não tem, ainda, a mínima química e não convence em nenhum momento.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Meu Passado Me Condena"


Uma comédia é feita para fazer rir. E o objetivo não é alcançado em "Meu Passado Me Condena", direção de Júlia Rezende. Na história, Fábio (Fábio Porchat, como sempre, irritante) e Miá (Miá Mello) se casam somente apenas um mês de namoro. E decidem passar a lua de mel num cruzeiro que irá para a Itália. E logo no começo da viagem, uma coincidência. Miá dá de cara com o ex-namorado, o milionário Beto (Alejandro Claveaux) casado exatamente com Laura (a gracinha Juliana Didone), simplesmente o amor dos tempos de escola de Fábio.

Então o amor do casal vai ser colocado à prova, ainda mais que Fábio não se mostra suficientemente maduro, e ao encontrar no meio da viagem o melhor amigo, Cabeça (Rafael Queiroga), mostra o pior de seu lado infantil, colocando Miá em dúvidas. Enfim, "Meu Passado Me Condena" quer fazer rir, mas não consegue, quer em determinado momento passar a ser uma comédia romântica, e também fracassa no objetivo. Ainda mais que o casal protagonista não tem nenhum charme, não combina. E Fábio Porchat não tem cacife para interpretar um personagem romântico, conseguindo ser mais fraco do que o habitual, e irritar em suas pretensar tiradas espirituosas.

Cotação: ruim
Chico Izidro

Saturday, October 19, 2013

"Serra Pelada"

"Serra Pelada", de Heitor Dhalia, vai aos anos 1980 para contar a história do enorme garimpo surgido no Pará, e que foi palco da corrida do ouro brasileira. A trama tem como protagonistas o boxeador Juliano (Juliano Cazarré) e o professor Joaquim (Júlio Andrade). Os dois largam tudo em São Paulo, com a ideia de ir para Serra Pelada, e lá conquistar a riqueza. Amigos desde a infância, aos poucos vão se desentendendo, na medida em que vão ganhando dinheiro na extração do ouro. As diferenças surgem, pois enquanto Juliano só quer ganhar o suficiente para sair dali e voltar para a mulher pequena, Juliano fica enfeitiçado pelo poder e também pela bela prostituta Tereza (Sophie Charlotte), mulher de um dos poderosos do local, Coronel Carvalho (Matheus Nachtergaele).

Em determinado momento, aparece na história a figura sinistra de Lindo Rico (Wagner Moura), que não exita em matar alguém que lhe contesta, e que terá papel determinante no confronto final entre Juliano e Joaquim.

"Serra Pelada", porém, restringe-se pouco ao que foi a efervescência do local, que transformou homens em milionários da noite para o dia. A história fixa mais no lado marginal do enorme garimpo, que no auge chegou a ter mais de 100 mil homens trabalhando no local. E isso deixa o final meio inconsistente, perdendo força. Aliás, as cenas de reconstituição são fabulosas, mostrando o que era aquele verdadeiro formigueiro humano. Aliás, vale registrar as excelentes atuações de Juliano Cazarré, Júlio Andrade e principalmente Wagner Moura, com uma estranha careca.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Kick-Ass 2"

Desta vez a violência é ampliada em "Kick-Ass 2", direção de Jeff Wadlow. Após a morte de seu pai, Big Dad (Nicolas Cage), Mindy (Chloë Grace Moretz) vai morar com o policial Marcus Williams (Morris Chestnut) e prometeu não assumir mais a identidade da heroína Hit Girl, enquanto que Dave Lizewski continua em sua batalha para combater a marginália de Nova Iorque, e sem a companhia de Hit Girl, passa a procurar novo parceiro, acabando por encontrar um grupo de vigilantes comandado por um ex-mafioso, o Coronel (Jim Carrey, quase irreconhecível).

Enquanto isso, Mindy é vista tentando parecer uma adolescente normal, convivendo com as patricinhas da escola, e segurando os impulsos para retomar a identidade secreta de Hit Girl, que mata os vilões do modo mais cruel possível. Aliás, falando em vilões, Kick-Ass é alvo do vilão mais divertido da história do cinema, Red Mist, que agora se rebatizou como Motherfucker (Christopher Mintz-Plasse, o eterno McLovin de Superbad - É Hoje). Motherfucker culpa Kick-Ass pela morte de seu pai e quer vingança a todo custo. Para tanto, forma um grupo de supervilões, que saem a caça de Kick-Ass e do grupo de vigilantes que anda com ele.

O filme tem ótimas piadas, mas também é mais violento do que o primeiro, principalmente quando Hit Girl está em cena. A história ganha mais seriedade, ao mostrar os questionamentos dos personagens - se eles deveriam ou não dedicar a vida para combater o mal.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Os Suspeitos"

Um suspense perfeito. Assim é "Os Suspeitos", direção de Denis Villeneuve. Tudo começa no dia de Ação de Graças quando as filhas pequenas dos casais Keller e Grace Dover (Hugh Jackman e Maria Bello) e Franklin e Nancy (Viola Davis e Terrence Howard) somem misteriosamente. Horas depois, Alex Jones (Paul Dano) é preso e considerado suspeito pelo desaparecimento das duas meninas, apesar de ter a idade mental de 12 anos. Após ser solto por falta de provas, ele passa a ser perseguido por Keller, quie acredita em sua culpabilidade, acabando por sequestrá-lo. A partir daí, o personagem de Hugh Jackman passa por uma transformação, mostrando o que há de pior num ser humano em estado de desespero.

"Os Suspeitos" foca em duas linhas de investigação, Uma através de Keller e seu desespero, e a outra por meio do policial Loki (Jake Gyllenhaal), que também fica obcecado pela investigação. A história dará várias voltas, até surgir uma reviravolta surpreendente em seu final. E as mais de duas horas e meia passam quase imperceptíveis, pois prendem a atenção. Roteiro inteligente, atuações impecáveis de todo o elenco. Imperdível.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Rota de Fuga"

O que dizer de um filme que traz como protagonistas Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenneger? Testosterona a mil e muito pouco para pensar. Pois não é que em "Roat de Fuga", direção de Mikael Hafstrom, a porrada come solta, mas com um roteiro razoável. Stallone é Ray Breslin, um especialista em fugas de presídios de alta segurança. Ele é contratado, então, para testar um novo presídio, para mostrar ao governo as falhas que podem ocorrer. Sem saber a localização da prisão, Ray é enviado para lá, e acaba descobrindo ter caído numa armadilha. Alguém armou para ele, e além disso Ray dá de cara com um diretor sádico, Willard Hobbes (Jim Caviezel, de Além da Linha Vermelha), que transforma sua vida num inferno.

Na prisão, Ryan acaba fazendo amizade com Emil Rottmayer (Schwarzenneger), que é torturado para entregar a localização de um gângster. Os dois, então, após um início conflituoso decidem unir forças para fugir do presídio, que além do diretor sádico, tem guardas tão ou mais maldosos, comandados pelo policial interpretado por Vinnie Jones - caricatural naquele estilo dele. Cara fechada, muscúlos à mostra. Stallone é aquela cara cheia de botox e quase deformado de tanta bomba nos músculos. Schwarzenneger não fica muito atrás, mas atua um pouco melhor do que seu colega de cena.

Cotação: regular
Chico Izidro

Thursday, October 10, 2013

"Gravidade"

"Gravidade", de Alfonso Cuarón, é um filme angustiante. Transcorre no espaço, onde os astronaustas Ryan Stone (Sandra Bullock) e Matt Kowalski (George Clooney) ficam à deriva após acidente em sua nave, a Explorer.

Um longo plano sequência no início mostra Stone e Kowalski tentando consertar a nave. E o personagem de Clooney fala sem parar. contando causos de sua vida, até que repentinamente os dois são avisados pelos monitores da Nasa de que serão atingidos por pedaços de um satélite russo. O acidente é inevitável, e logo a dupla esta tendo de lutar por sua vida no espaço sideral. Alguém falou que "Gravidade" aproxima-se e muito do clássico "2001 - Uma Odisseia no Espaço", de Stanley Kubrick. Eu o classificaria superior. Tal sua simplicidade ao transmitir o pavor de dois astronaustas sem perspectivas de escapar com vida após o acidente que os deixou vagando no espaço.

Stone e Kowalski observam a grandiosidade da Terra, enquanto tentam achar um jeito de chegar a base espacial russa, a centenas de metros de onde se encontram, presos por um cabo, que os faz se manterem unidos naqueles momentos de pavor e pânico. Logo, Ryan Stone, que tem este nome porque seu pai queria ter tido um filho homem, se verá sozinha, frágil, contando os minutos que ainda tem de vida. E "Gravidade" é isso, a luta pelo improvável.

As cenas em "Gravidade" são fabulosas, repletas de ótimos efeitos especiais, e atuações seguras de Bullock. Seu rosto tenso transmite todo o pânico de uma astronauta que decide viver, apesar de todas as evidências indicarem o contrário. E Clooney é outro destaque, com seu personagem simpático e falante. E a trilha sonora, de Steven Price, é um ponto a destacar. Quando não há o silêncio, já que no espaço o som não se propaga, a música opressiva toma conta das cenas em que Stone aparece solitária, tentando encontrar um modo de fuga.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"É o Fim"

Uma comédia surpreendente. "É o Fim", dirigido por Seth Rogen, Evan Goldberg, traz os atores James Franco, Seth Rogen, Jay Baruchel, Michael Cera, Jonah Hill, Ema Watson e Craig Robinson como eles mesmos. A história começa quando Jay Baruchel, de "Cosmópolis" chega a Los Angeles para passar um final de semana com Seth Rogen, de "Pagando Bem, Que Mal Tem?". Os dois passam o dia jogando videogame e fumando maconha, até chegar a noite, quando decidem ir a uma festa na mansão de James Franco, de "127 Horas". Jay não se sente a vontade na festa, e tendo de aguentar o cinismo de Jonah Hill, o gordinho de "Superbad - É Hoje". Enquanto isso Michael Cera, de "Juno" debocha de seu jeito meninão, aparecendo cheirando cocaína e participando de uma orgia num banheiro.

De repente começam explosões, e todo mundo imagina que é um terremoto. Mas logo se verifica que não é um terremoto, mas sim o final do mundo. Jay, Rogen, Craig Robinson, entre outros, se trancam na casa de Franco, enquanto que outros atores vão morrendo pelo caminho, em cenas hilárias. O grupo que se refugia na casa começa a passar por momentos de estresse, como ter de dividir a comida, a água. E claro, o pior de todos começa a aparecer na situação em que se encontram. Mentiras, vaidades.

Os diálogos são perfeitos, muitos remetendo ao modo como os atores são vistos pela mídia e pelos fãs. E os atores, como o já citado Cera, não se importam em debochar de si mesmos. Aí vale a pena citar a participação de Ema Watson, a Hermione, de "Harry Potter", e Channing Tatum em aparição espetacular quase no final do filme.

Cotação: bom
Chico Izidro

“Mato Sem Cachorro”

Costumo ter restrições sérias quanto as comédias brasileiras. E não é que me surpreendo com “Mato Sem Cachorro”, dirigido por Pedro Amorim, filho do ministro da Justiça Celso Amorim. Quem curte animais vai gostar da história de Zoé (Leandra Leal) e Deco (Bruno Gagliasso), que engatam um relacionamento no dia em que salvam um cachorrinho que sofre de uma doença que o faz cair no sono toda a vez que se vê numa situação de euforia.
A história, então, dá um salto de dois anos, e Zoé e Deco se separam. E o cachorro Guto fica com a garota, e Deco passa os dias atirado no sofá da casa do primo Leléo (Danilo Gentili, divertido), falido, depois de ter sido processado ao colocar na web um video onde fez uma brincadeira com a cantora Sandy, que faz o papel dela mesma no filme. Um dia Deco encontra Zoé e o novo namorado e diz que gostaria de ficar de vez em quando com Guto, ouvindo como resposta de Zoé: “O Guto não fica com qualquer pessoa”. E isso ofende profundamente Deco, que então decide raptar o cachorro, para provar que pode sim ser um bom “pai” para o bichano.

Então a história fica cada vez mais engraçada, com Deco tendo de esconder Guto dentro do acanhado apartamento do primo Leléo, um paulista atrapalhado e por vezes grosseiro – bem ao estilo que Danilo Gentili imprimiu em seu personagem televisivo do programa de entrevistas. Em “Mato Sem Cachorro” ainda há o espaço para o romantismo, e é assim que ele está sendo tratado, como uma comédia romântica. Separado de Zoé, Deco sofre muito, sonha em reconquistar a garota de seus sonhos, com quem dividia uma grande paixão, pelos animais, estes na figura do cão Guto. Os dois protagonistas estão muito bem, principalmente Leandra Leal, com sua carinha linda e seu jeito doce e esperançoso. Gagliasso está longe do tipo galã que acostumou fazer na televisão. Barbudo, baixinho, deixa transparecer todo o desespero de quem foi chutado pela namorada e não consegue se reerguer.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Aposta Máxima"

O mundo das apostas online é visitado em "Aposta Máxima", dirigido por Brad Furman e protagonizado pelo cantor e ator Justin Timberlake. Ele é o jovem universitário Richie Furst, que perde todas as economias ao ser enganado durante jogo de pôquer em um site de propriedade do empresário Ivan Block. Em busca de tentar recuperar a grana, Richie parte para a Costa Rica onde Ivan mantém sua base.

Ele acaba sendo adotado pelo empresário e milionário, passando a trabalhar para ele, e se envolvendo com a bela Rebecca Shafran (Gemma Arterton). Porém, aos poucos Richie vai constatando a sujeira que existe por trás da fortuna de seu protetor, ao mesmo tempo que é cooptado por um agente americano para tentar levar Ivan à Justiça. Timberlake até se esforça para interpretar o quase ingênuo Richie. Já o oscarizado Ben Affleck pelo empolgante Argo, naufraga mais uma vez como intérprete, numa atuação quase caricatural do empresário Ivan, que costuma jogar os desafetos para os crocodilos.

Além disso, "Aposta Máxima" é um filme fraco, com uma história por vezes confusa e até mesmo inverossímel, tal a facilidade com que Richie chega a Costa Rica e entra nas graças de Ivan.

Cotação: ruim
Chico Izidro