Friday, April 28, 2006

Se não fosse Pacino


O filme é chato, o tema é chato, mas Al Pacino se sobressai mais uma vez em Tudo por Dinheiro (Two for the Money, de J. Caruso). Dar dicas telefônicas para apostadores é o grande dom de Brandon Lang (Matthew McConaughey). Ex-promessa do futebol americano, sim aquele jogado com as mãos e que muita gente acha um jogo de trogloditas, ele não joga, mas entende tudo sobre o esporte e com um grande faro para acertar os resultados das partidas. Assim faz muita gente ganhar dinheiro, enquanto ele próprio permanece um pobretão, andando de bicicleta pelas ruas de Las Vegas. Seu talento logo é descoberto por Walter Abrams (Pacino), uma espécie de bicheiro legalizado. O personagem de Pacino é de um verdadeiro farsante, manipulador e mentiroso. E isso o astro de Um Dia de Cão, Scarface e O Advogado do Diabo faz como ninguém.
O problema que a história não decola. Fica aquela coisa de o herói, no caso Lang, sair do anonimato, ficar cheio da ghrana, famoso, perder tudo de uma hora para outra e depois alcançar a redenção.Tem coisa mais chata? E quantas vezes você já não viu uma história assim? Um clichê atrás do outro. Ah, e a outrora bela Rene Russo (Máquina Mortífera, O Nome do Jogo e Thomas Crown) envelheceu mal. Está feia e não consegue convencer como atração sexual tanto para Pacino quanto McConaughey. Bocejos é o que Tudo por Dinheiro consegue arrancar.

Memória - Um Mesmo Amor, A Mesma Chuva


Zapeando pela Net ou vasculhando na locadora, dá para encontrar um filme maravilhoso, que me passou despercebido na época de seu lançamento, em 1999, ou seja, no século passado: Um mesmo amor, a mesma chuva ( El Mismo Amor, la Misma Lluvia), de Juan José Campanella (O Filho da Noiva). É argentino, é com Ricardo Darín, de O Clube da Lua, o já citado O Filho da Noiva. Então é bom.
Fala da vida de um escritor frustrado, que sobrevive escrevendo contos para uma revista enquanto vê os grandes acontecimentos da Argentina entre os anos da ditadura militar, a guerra das Malvinas, a volta da democracia, o fracasso dos planos econômicos. Ao mesmo tempo, Jorge (Darín) mantém um relacionamento tempestuoso com Laura (Soledad Villamil). De quem se une, se separa, tenta voltar e por aí vai. Melâncólico, simples, nos faz refletir sobre nossas próprias vidas. Vale a pena tirá-lo do baú.

Gatão de Meia-Idade


Mais um filme recheado de atores globais, o que vai garantir a corrida aos cinemas. Ainda mais que Gatão de Meia-Idade (o personagem das tiras de jornais criado por Miguel Paiva) é interpretado pelo bom Alexandre Borges. Só que tirando Borges, que aparece em todas, sim, todas as cenas do longa, todos os atores parecem deslocados e passando a impressão de que decoraram o texto minuto antes de entrarem em cena. O filme ficou muito teatral. E isso não é um elogio. O que era para ser uma comédia se transforma numa tortura para o espectador, que torce para o final do filme logo. Gatão de Meia-Idade arranca, no máximo, sorrisos amarelos.
Cláudio (Borges) é o Gatão, um cara de 40 anos, separado de Betty (Júlia Lemmertz) e com uma filha de 13 anos. Ele se envolve com todo o tipo de mulheres, desde a ninfetinha Patrícia (Thais Ferçoza) até a cinqüentona Marisa (Ângela Vieira). mas só é feliz no colo da mãe, D. Alda (Ilka Soares). O tema até poderia ser atualizado (os quadrinhos são dos anos 1980, quando o cara chegava aos 40 anos se arrastando). Hoje ninguém é mais velho nesta idade.
Talvez muito quarentão vá se identificar com o personagem. E vai ficar desolado. "Olha, não é bem assim", talvez um deles diga. E levante e vá embora do cinema. Bola fora do cinema nacional. Pena.

Terapia do Amor


Rapaz judeu tenta se livrar das "garras" da mãe por demais controladora. Quer fugir de suas raízes, ter vida própria e ganhar a vida como pintor. Mulher cristã de 37 anos quer começar vida nova após se divorciar. Nossa, nas mãos de um Woody Allen daria um belo filme. Porém sob a direção de um tal de Ben Younger, Terapia do Amor (Prime), se perde num amontoado de clichês de histórias de amor. Brigas, separações, o amigo que não consegue namorar ninguém, a turma de gays ricos. Nem mesmo a sempre competente Meryl Streep se salva nesta bomba. Tá, talvez as mulheres até curtam um pouco o filme, pois mostra algo que vem ocorrendo direto atualmente: o envolvimento de mulheres maduras com garotões.
Uma Thurman (Kill Bill) é Rafi , 37 anos, que se envolve com David (Bryan Greenberg), 23 anos, filho da psicóloga Liza (Streep). Só que até os seus 30 minutos, os personagens não sabem que estão interligados: Liza é a terapeuta de Rafi. Até seria engraçado se houvesse química entre os atores e o diretor não apelasse para a mesmice de outros filmes do gênero.
E era para ser uma comédia...Bem, não dá para rir muito não. Fica no meio do caminho. A única coisa legal em Terapia do Amor é o seu final...não, não é porque terminou...mas é a única parte da história em que o diretor foge das convenções hollywoodianas. Claro que não vou contar aqui para não ser execrado por aqueles que forem assistir ao filme. Eu daria uma dica melhor: ao invés de ir ver Terapia do Amor, que tal pegar na locadora para rever o genial Harry & Sally - Feitos um para o outro, clássico do final dos anos 1980. Este sim era divertido para caramba e sempre vale a pena revê-lo.

Onde andará?


A ex-musa dos anos 1990 Julliete Lewis? Continua filmando, mas há muito tempo não chama mais atenção. Sua última aparição e sem destaque foi na desastrada comédia Starsky & Hutch - Justiça em Dobro, de 2004. Mas quem vai esquecer dela seduzindo Woody Allen em Maridos e Esposas, de 1992, ou enlouquecendo, mais ainda, Robert de Niro, em Cabo do Medo, de 1991? E ainda matando gente em Assassinos por Natureza, de 1994. O tempo, às vezes, é cruel.

Wednesday, April 26, 2006

Viciado

Já fui daqueles cinemaniacos de ver tudo o que era tipo de filme. Chegava ao ponto de assistir 3, 4 filmes num só dia. Quando descobri o prazer do cinema era até legal. Coloquei os clássicos em dia - pegar uma sessão no falecido Sala Vogue, na Independência, para ver Papillon, depois correr até o Avenida - outro fechado e hoje transformado em bingo - para curtir Paris, Texas. Na sequência, parar no ABC, também desaparecido e admirar Veludo Azul e fechar o ciclo com o sueco Minha Vida de Cão no Capitólio. Como tinha gás para tanto? Mas valia a pena. E para completar, ler o saudoso Diário do Sul com as críticas de Luiz Carlos Merten, hoje esbanjando talento no O Estado de S. Paulo. E eram filmes que tinham o que dizer, ou como se diz na linguagem do futebol, mostravam ao que vinham.
Com o tempo, fui passando a ir ao cinema sem critério. Valia qualquer coisa, a quantidade, não a qualidade. Tipo uma disputa com outros malucos por cinema. Então no mesmo dia era capaz de curtir o belo Tomates Verdes Fritos, o maravilhoso A Igualdade é Branca com Desejo de Matar 5 ou Velocidade Máxima!!!!
Aja dó. Larguei.
Agora escolho com mais cuidados o que verei no cinema ou mesmo no DVD, mesmo que por vezes acabe escorregando. Mas é que tem filmes que você sabe, são uma bomba, mas algo o faz ir ao cinema por duas horas para se irritar. Por exemplo: estou tomando coragem para ir ver Instinto Selvagem 2, com Sharon Stone. Não vi, mas já sei que deve ser uma tremenda bobagem. O primeiro já não era lá essas coisas.
E você acha que vale a pena sair de casa para assistir bobagens do tipo Aquamarine, Anjos da Noite (apesar da presença de uma das mais belas mulheres do mundo, Kate Beckinsdale), Doom - A porta do Inferno e Armações do Amor? No tempo em que você vai perder com este tipo de filme, fala o seguiknte: leia um bom livro, vá dar uma caminhada ou cate na locadora mais próxima de sua casa um clássico de Alfred Hitchcock, um de Charlie Chaplin, um Woody Allen (os da década de 1970 são excepcionais, como Bananas, Um Assaltante Bem Trapalhão, Annie Hall, Sonhos de Um Sedutor, A última noite de Boris Grushenko e os dos anos 1980 como o fantástico Hannah e Suas Irmãs e A Era do Rádio), um Ingmar Bergmann (Fanny e Alexander ou O Sétimo Selo) ou ainda um Fellini (se não viu ainda Amarcord, não perca tempo, vá atrás). E bom divertimento.

Tuesday, April 25, 2006

Seriados


Seriados

Na minha infância, tinha verdadeira paixão pelos enlatados norte-americanos como O Homem de Seis Milhões de Dólares, Hulk, Casal Vinte, Perdidos no Espaço, Viagem ao Fundo do Mar, Ultraman, Terra de Gigantes, Banana Splits e Chips.
Com a chegada da adolescência e a descoberta da política, a tevê passou a ser uma coisa quase alienante. Só sobrava espaço para assistir ao Pop Som, na Cultura, os jogos de futebol, vá lá, Miami Vice e Caras e Caretas. Mas era só.
Até que descobri Anos Incríveis (Wonder Years) e passei a ver os seriados com outros olhos. E com o advento da tevê a cabo, redescobri os clássicos e coisas novas como Minha Vida de Cão, com Claire Danes, Seinfeld, Arquivo X (estes dois os melhores de todos os tempos!!!), Kids in the Hall e pude ver na íntegra Barrados no Baile, que a Globo mutilava.
Fiquei um fanático por seriados. Gravava tudo e não conseguia dar conta das fitas que se acumulavam em frente ao televisor. Com o tempo eles foram perdendo o encanto. Dei graças aos céus quando Friends, Party of Five e Dawson's Creek acabaram. Começaram bem, no meio passaram a ser uma chatice e no final estavam lá só atrapalhando a grade de programação.
Já os finados e citados Seinfeld e Arquivo X acabaram no tempo exato e até hoje mantém uma mística que os faz serem revistos sempre.
Há dois anos, Sex and the City causou furor. Acabou. E repito, em tempo. Pois era ótimo e não deixou esgotar a fórmula. Ficou aquele gostinho de queremos mais.
Hoje o que tem no ar que nos faz parar meia hora ou uma hora em frente à tevê?
Citaria o hilário Scrubs, sobre uma equipe médica muito doida (alguém aí lembrou do saudoso M.A.S.H.?), C.S.I, seja o Las Vegas, o Miami ou o New York, That's 70's Show (que está na última temporada), Cold Case e Without a Trace. Mas tem uma série que é uma verdadeira maravilha e de fazer a gente rolar de rir no sofá: Everybody Hate Chris - que mostra a adolescência do ator Chris Rock (Máquina Mortifera 4, A enfermeira Betty e O Principe das Mulheres) no Bloocklyn - bairro nova-iorquino - no começo da década de 1980.
Divertido, debochado, mostra as agruras de um garoto negro, o único em sua escola, e que sofre nas mãos dos irmãos mais novos e de coleguinhas racistas. Narrado pelo próprio Chris Rock, tem uma bela trilha sonora, que evoca aqueles anos que encantaram tanta gente. Vale uma espiada na Sony, às 20h das terças-feiras.

Saturday, April 22, 2006

Passe longe



Firewall

Harrison Ford já não dá mais no couro. E não falo em relação a sexo. E sim em correr atrás de jovens ladrões virtuais de bancos no quase inverossível Firewall - Segurança em Risco, dirigido por Richard Loncraine (de Wimbledon - o Jogo do Amor). E olha que Ford está anunciando um quarto Indiana Jones (será de cadeira de rodas?) ou ele será o próprio objeto de pesquisa arqueológica. Aos 63 anos (nada contra a idade), o ator mostra que não pode fazer um filme onde tem brigas corporais com um jovem e perigoso marginal, muito mais forte do que ele, interpretado por Paul Bettany (O Mestre dos Mares). A primeira parte de Firewall até que funciona, quando Ford, especialista em segurança de bancos, tem a família seqüestrada e para salvá-la tem de desviar 100 milhões de dólares para salvá-la. Só que na segunda parte, o filme vira uma correria muito chata, com muita pancadaria, tiroteio e Ford descendo a porrada. Talvez tenha baixado a ''Força'' no amigo dos Jedi... No final do filme, tá, não vou contar, mas é bem no estilão norte-americano, em que a família é mais forte do que tudo. Falta só a bandeira dos Estados Unidos tremulando na telona. Passe longe deste filminho.



A Volta da Pantera Cor-de-Rosa

Tem coisas que não devem ser revividas. Peter Sellers, um dos melhores comediantes de todos os tempos, está se revirando em seu túmulo, depois da heresia perpetrada por Steve Martin - que não fosse algumas pixotadas na carreira, poderia estar na galeria em que se encontra Sellers. O ator americano, conhecido pela sua cabeleira branca e que participou de hilárias comédias como O Panaca, Alguém Baixou em Mim e Os Picaretas não precisava ressuscitar o Inspetor Closeau, em A Volta da Pantera Cor-de-Rosa, de Shawn Levy (Doze é Demais). O filme conta, de novo, o roubo da famosa pedra preciosa chamada...Pantera Cor-de-Rosa. Martins é Clouseau e com a ajuda de um deslocado Jean Reno (O Profissional, Imensidão Azul, Subnway e Ronin), que talvez tenha entrado nesta apenas por dinheiro, tenta recuperar a jóia, em meio a tombos, caras feias, escorregões, batidas de carros. Tudo muito sem graça, tudo muito fora de esquadro. Sem contar que Kevin Kline (Um Peixe Chamado Wanda e Será que Ele é?) não tem o mesmo carisma do chefe original de Closeau, interpretado pelo ator Herbert Lom, que interpreta Charles Dreyfuss, o hilário chefe do detetive trapalhão, que sofria e enlouquecia com as patetadas de seu comandado. Se você é daqueles que preza o original, passe longe desta verdadeira bomba, que de bom tem apenas a trilha sonora original.

Capote



Capote - Phillip Seymour Hoffmann é um quase completo desconhecido para o público brasileiro, apesar de estar presente em vários filmes que fizeram sucesso nas telonas do país nos últimos anos. Sempre quando alguém vê Hoffmann diz...ah, já vi esse cara em algum filme. Viu, sim, com certeza. Felicidade, Magnólia, Perfume de Mulher, Boogie Nights, Dragão Vermelho e Ninguém é Perfeito, só para citar alguns. Sem contar que agora ele será o novo vilão de Missão Impossível III, com Tom Cruise. Mas estou aqui para falar de Capote, em que o ator de 39 anos interpreta o personagem título, o escritor e jornalista Truman Capote, um dos inventores do novo jornalismo (new journalism) ao escrever a reportagem À Sangue-Frio (Cold Blood) na revista New York nos anos 1960. A matéria, posteriormente, se transformaria em livro, que todo mundo deveria ler. Ao invés das cinebiografias tradicionais, que contam a vida do retratado desde a infância até a morte ou o auge da fama, em Capote, dirigido por Bennett Miller, o filme fica preso a um determinado período da vida do escritor - quando ele investiga e escreve a reportagem que o tornaria imortal - o assassinato de uma família do interior do interior dos Estados Unidos, os Cutley em 1959. Seymour está magistral na pele do homenzinho afetado, que tem uma paixão platônica por um dos criminosos da pequena família. Não fosse Capote, o crime nunca sairia da esfera americana para a mundial. Com toda a razão, Seymour ganhou o Oscar deste ano pela sua interpretação. Ele incorporou o escritor que sofreu tanto para escrever a reportagem, tanto que depois sofreu um bloqueio e nunca mais fez nada que prestasse na vida, a não ser participar de uma hilária comédia nos anos 1970 (Assassinato sem morte). Capote vale a pena ser visto e revisto. E não é só por Seymour. Também tem Catherine Kennear, como Harper Lee, que ajudou Capote nas pesquisas para escrever À Sangue Frio, enquanto ela própria redigia sua única obra - O Sol é Para Todos (sobre o racismo nos Estados Unidos da década de 1930). Este livro, que gerou um excepcional filme também merece uma visitação.

O Novo Mundo


O Novo Mundo
O tédio. O tédio. Terrence Malick, diretor que em mais de 30 anos, fez apenas quatro filmes, o mais recente lançado agora em nossos cinemas: O Novo Mundo (The New World), com o queridinho Collin Farrell e Christian Bale, o Ba tman, conseguiu ao mesmo tempo ser belo, onírico mas por vezes chato ao retratar da nativa Pocahontas (Q'Orianka Kilcher) pelo capitão John Smith (Farrell). A trama se passa entre 1607 e 1616, no início da colonização inglesa no que viria a ser o estado norte-americano de Vírginia. Com mais de duas horas, Malick usa o mesmo esquema já utilizado em Além da Linha Vermelha, de 1998: os pensamentos dos personagens permeando a história, enquanto ele mostra belas imagens de uma terra praticamente intocada pelo homem.A mítica personagem nativa (sendo politicamente correto) Pocahontas, que não é citada durante o filme e só nos créditos, é interpretada pela novata Q'Orianka Kilcher, filha de uma suíça com um peruano, tem apenas 16 anos. Praticamente a mesma idade com que Pocahontas morreria na Inglaterra. A indiazinha ficaria no imaginário norte-americano, por defender os colonos britânicos de serem mortos pelos nativos de sua raça. Dividida entre dois amores, ficou co m aquele que não amava, mas que lhe deu mais atenção e morreu jovem. A história é bela, mas o filme...

V de Vingança


V de Vingança
M esmo que você não curta quadrinhos e o criador da série Alan Moore tenha abominado a adaptação cinematográfica, V de Vingança (V for Vendetta), de James McTeigue (auxiliar dos irmãos Andy Wachowski e Larry Wachowski em Matrix) é bom, muito bom. Mesmo que defenda o terrorismo contra o Estado...Afinal, terrorismo não é bom para ninguém. Nem para os suicidas muçulmanos, que acreditam que se forem para o céu depois de se explodirem, vão encontrar 70 virgens só para eles!Pois V (Hugo Weaving, de Matrix e Priscila, a Rainha do Deserto) quer que o povo inglês se oponha a um governo fascista inglês na segunda década do século XXI. O rosto de Weving não é visto durante toda a trama, já que ele passa todo o tempo usando a máscara de um antigo terrorista inglês, Guy Fawkes, enforcado em 1605 depois de tentar explodir o parlamento inglês.V acaba adotando uma pupila, interpretada por Natalie Portman (O Profissional, Closer - Perto Demais, Star Wars), que mesmo da metade do filme em diante permanece linda, apesar de careca. Alguém escreveu que ela teve uma atuação insossa. Mas Portman transmite bem aquilo do que lhe cabe: uma jovem orfã alienada que apenas pretende tocar a sua vida sem querer saber o que está ocorrendo.

Irma Vap - O Filme


Irma Vap - O Filme
Um filme da impagável dupla Ney Latorraca e Marco Nanini e sob direção de Carla Camuratti (Carlota Joaquina, a Imperatriz do Brasil): Irma Vap. Baseado na peça teatral homônima que fez sucesso por mais de 10 anos no país, o filme não consegue transpor para a tela grande o mesmo humor dos palcos. É irregular, apesar das boas atuações da dupla citada acima e que interpretam vários personagens, chegando por vezes a, graças a efeitos especiais, contracenarem com eles mesmos. Em Irma Vap, o Filme não é a peça que é apenas filmada. Existe uma trama que começa na morte de um produtor teatral, atolado em dívidas. Então em sua homenagem, um grupo de amigos decidem reencenar Irma Vap, com novos atores. É divertido tentar adivinhar os filmes que são citados ao longo da história, como o clássico O Que Aconteceu com Baby Jane.Nanini dá um show à parte, principalmente na pele da maldosa e alcoólica Cleidi. Porém no final fica um gostinho de poderia ter sido melhor.

Um Herói de Nosso Tempo (Va, Viens, Deviens)


Um Herói de Nosso Tempo (Va, Viens, Deviens)Primeiro. O filme é fantástico. Segundo: certas obras deveriam receber um melhor cuidado em seus títulos nacionais. No original, Va, Viens, Deviens significa Vá, Viva e Transforme-se. Quem foi o "gênio" que o intitulou Um Herói de Nosso Tempo. Eu sugeriria a sua demissão. Tudo bem que Vá, Viva e Transforme-se talvez não levasse muita gente ao cinema. Mas um Herói...??? O que os espectadores podem pensar? Mais um filme da Marvel ou DC Comics??? Lamentável.Mas chega de reclamações e vamos ao filme. Um pequeno garoto etíope, para se salvar da eminente morte por fome num campo de refugiados no Sudão em 1984, é obrigado pela mãe a se juntar a um grupo de judeus etíopes que está sendo levado pelo exército israelense para Israel. Naquela temporada, o governo israelita reconheceu os "falashas", judeus negros descendentes da Rainha de Sabá e do Rei Salomão, decidindo salvá-los.Na Terra Prometida, o gar oto, agora rebatizado de Shlomo (Salomão), tem de enganar a todos, se fazendo passar por hebreu, enquanto sonha em reencontrar a mãe, que ficou no Sudão. Em Israel, Shlomo será adotado por uma família judia de descendência francesa. E sofrerá com a adaptação, com a solidão, o racismo, o desprezo. E se passarão anos na vida do garoto, que conseguirá com todos os esforços, se formar em medicina e até arranjar uma namorada judia, apesar de ele, no seu segredo, ser um goy.O filme é excelente e suas 2h20min passam quase que voando e mostra uma sociedade, que apesar de tão próxima, está tão distante de nós. Dirigido por Radu Mihaileanu, o mesmo do ótimo o Trem da Vida, Um Herói de Nosso Tempo não pode deixar de ser visto.

Futebol e Cinema - Boleiros 2



Faltando pouco para a Copa do Mundo na Alemanha, o que não está faltando são filmes sobre futebol, seja no cinema ou nas locadoras.
Na salinha escura, dá para curtir Boleiros 2, do paulistano Ugo Georgetti e com um elenco que conta com nomes como Lima Duarte, Adriano Stuart, Cássio Gabus Mendes, Fernanda D'Umbra, Suzane Alves (a Tiazinha), o narrador Silvio Luiz, Dr. Sócrates e o Titãs Paulo Miklos. A trama é semelhante a do primeiro filme, de 1998, porém modernizada. Ex-jogadores de futebol se reúnem num bar paulistano e recordam histórias de companheiros ou deles mesmo. Porém desta vez, os "boleiros" estão descontentes com o destino que está tomando o boteco, comprado por um craque de sucesso na Europa e pentacampeão mundial, Marquinhos (José Trassi). Georgetti garantiu que não, mas o personagem tem um toque de Ronaldinho Gaúcho. "Foi pura coincidência", afirmou o diretor, em entrevista concedida no começo de abril em Porto Alegre, nas dependências do Unibanco Arteplex.
Em Boleiros 2 também existe uma promessa futebolística de 17 anos, cujo ator é a cara de Anderson, ex-Grêmio e hoje no Porto, de Portugal. Ele é empresariado pelo engraçado ator Otávio Augusto. "Nem sabia da existência deste Anderson", disse o cineasta ao ser perguntado se era mais um a referência ao tricolor gaúcho. "O Grêmio me incomodou muito nos anos 1990", ressaltou Georgetti, um palmeirense desiludido com o futebol. "Não sou um apaixonado pelo esporte e sim um critico. Faz dois anos que não ponho os pés num estádio", garantiu.
Porém o Grêmio está muito presente no filme, princilmente com um personagem que passa o tempo todo com uma camiseta do clube porto-alegrense. O garoto é uma promessa, mas que está se perdendo na marginalidade e sonha em fazer um teste no Olímpico. "Usar a camisa do Grêmio foi outra engraçada. É muito fácil achar a camisa do time em São Paulo. Tem em qualquer lugar", confirmou.
O filme, apesar de algumas cenas engraçadas, no geral é triste, quase melâncólico. Os ex-jogadores (fictícios) são aqueles, com exceção do Dr. Sócrates, que fracassaram no esporte e só conseguem alegrias enchendo a cara de cerveja no bar, cujo co-proprietário é um ex-atacante do Boca Juniors, o narrador Silvio Luiz.
Prateleiras - Nas locadoras, dá para cavocar vários filmes sobre o tema futebol. O tema é de difícil aceitação, principalmente entre as mulheres, e as cenas de futebol, no geral, são mal filmadas. Porém dois filmes em especial dão um toque diferente no nobre esporte bretão (não vou falar de O Milagre de Berna, já comentado no ano passado neste espaço).
Um deles é Duelo de Campeões, dirigido por David Anspaugh. O filme trata da montagem da seleção dos Estados Unidos que participou da Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil. Com filmagens realizadas em Saint-Louis, nos EUA, e no Rio de Janeiro, é levinho e por vezes bobo demais. Mas as cenas das partidas são excepcionais. O jogo em que os Estados Unidos derrotam a Inglaterra no Mundial por 1 a 0 é de deixar qualquer um boquiaberto - o estádio do Fluminense serviu como palco das filmagens (a partida real foi realizada no estádio Independência, em Belo Horizonte).
Já em Hooligans, de Lexi Alexander, como o nome diz, se discute as furiosas torcidas organizadas inglesas. Elijah Wood, o eternizado Frodo de O Senhor dos Anéis, é expulso da universidade de Harvard quando faltam dois meses para sua formatura por acobertar um colega traficante e viciado em cocaína. Desiludido, Matt parte para Londres para visitar a irmã. Só que acaba se envolvendo com fanáticos e briguentos torcedores do West Ham United, um dos trocentos clubes que existem em Londres e que tem como principal fã o baixista do Iron Maiden Steve Harris. No começo, Matt fica assustado com as brigas, mas com o tempo passa a gostar da coisa.
O filme é envolvente e ao mesmo tempo assustador. E lembra muito um livro que fez muito sucesso no começo da década passada: Entre os Vândalos, de Bill Buford. O autor, um jornalista norte-americano, se infiltrou nas organizadas britânicas no final dos anos 1980 e começo da década de 1990 e virou ele próprio um hooligan. Ódio contra os imigrantes, violência, assassinatos...Não deixe de ver o filme e se puder, leia o livro também para tentar entender porque um esporte tão maravilhoso gera em seus fãs um fanatismo, uma monstruosidade tão latente.

Olá Cinemaniacos



Pessoal, como vocês sabem, sou crítico de cinema de dois veículos: a revista Carta Capilé e do site http://www.cenadecinema.com/. Mas quem não tiver acesso a eles pode visitar o meu blog, aonde pretendo dar pelo menos duas dicas por semana de filmes, seja no cinema ou em DVD. A minha coluna na revista fica um pouco prejudicada, por ela ser bimestral. Quando chega às bancas, o filme analisado já pode ter saído de cartaz - bem que hoje mal sai do cinema já pode ser encontrado nas locadoras. Visitem o blog, critiquem, e vão ao cinema!!!!!!!!!!!
Chico Izidro