Thursday, March 05, 2009

WATCHMEN - O FILME



Watchmen - O Filme, de Zack Snyder (300) traz para as telas um dos clássicos dos quadrinhos dos anos 1980, de Alan Moore. Nele, num Estados Unidos da primeira parte da década de 1980, em plena Guerra Fria, ainda governado por Richard Nixon (ótima caracterização de Robert Wisden), os super-heróis foram proibidos de atuar. Aposentados, alguns mantém suas identidades secretas, enquanto outros vão trabalhar para o governo, como o atômico Dr. Manhatan (Billy Crudup, de Quase Famosos). Até que um deles, o Comediante (excelente atuação de Jeffrey Dean Morgan) é assassinado. Temendo por seus destinos, o Coruja (Patrick Wilson), Mrs. Jupiter (a bela Malin Ackerman, de Antes só do que mal casado) e Roscharch (Jack Earley Haley, o pedófilo de Pecados Íntimos) decidem investigar quem é o assassino e voltam a atuar em público, apesar da proibição governamental.
Watchmen recria com esmero a HQ antológica, além do que a abertura extraordinária, que dura mais de cinco minutos, resume a história dos super-heróis desde o começo dos anos 1940, com suas participações na Segunda Guerra e na Guerra do Vietnã (que na ficção acaba sendo vencida pelos americanos). O que pode cansar um pouco aqueles que não são fãs dos quadrinhos é sua longa duração: 3 horas. Já para os adoradores dos quadrinhos, é um deleite.

O MENINO DA PORTEIRA



O original dos anos 1970, com Sérgio Reis, foi visto por mim quando eu era um piá que ainda "usava" calças curtas. Ou seja, eu não me recordo de nada, a não ser que fui levado ao cinema por minha mãe. É isso que guardo na lembrança.
Agora, O Menino da Porteira volta repaginado aos cinemas pelas mãos do diretor Jeremias Moreira. E já entra naquela lista de um dos piores filmes do ano. A história se passa em 1954, no interior paulista, onde humildes fazendeiros são oprimidos pelo "major" Batista (José de Abreu). Mas se José de Abreu faz um vilão caricato, o cantor Daniel, como o boiadeiro Diogo que tortura o espectador com uma música a cada cinco minutos, revelou que não deveria trabalhar como ator. Ele que transporta o gado do major, mas depois muda de lado e decide apoiar os outros fazendeiros e ainda por cima acaba se apaixonando pela filha adotiva de Batista, Juliana (a bonita Vanessa Giácomo, e era isso).
O garoto da porteira é Rodrigo (João Pedro Carvalho, que também é fraquinho, e não tem nenhum carisma). Além da pobreza do roteiro e das atuações, o merchandising chega a ser patético. Logo na primeira cena, a câmera foca o garoto em cima do portão, e ali está escrito a mão, de forma tosca: casas pernambucanas, as mais barateiras. É de chorar....no mau sentido.

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?



O filme vencedor do Oscar deste ano, Quem Quem Ser Um Milionário? (Slumdog Milionaire, ou Milionário Favelado), de Danny Boyle (Extermínio e A Praia), já foi classificado de piegas, farsesco e cópia descarada de Cidade de Deus. Mas se o vermos sem preconceito, encontraremos aí um ótimo filme sobre a realidade indiana e nada daquelas cretinices de novela das oito. A história gira em torno do garoto Jamal (Dev Patel), que participa do programa televisivo Quem Quer Ser Um Milionário, que para nós corresponde ao extinto Show do Milhão. Ao avançar durante o programa, acertando todas as perguntas que lhe são feitas, Jamal é acusado de trapacear. Afinal, ele é apenas um garoto nascido numa das favelas de Mumbai (antiga Bombaim) e trabalha numa firma de telemarketing servindo chá. Como, então, poderia saber tanto?
As respostas certas, porém, vem de sua vivência nas ruas, que ele relembra, enquanto é torturado pela polícia. Uma vida de orfão que começou cedo ao lado do irmão barra-pesada Salim e da garota Latika, o grande amor de sua vida.
A realidade indiana é cruel, com sua podridão, sujeira (e isso fica claro em uma cena escatológica, quando Jamal, coberto de fezes, disputa a tapas um autógrafo de seu maior ídolo, um ator de cinema. Mas claro que as ruas das grandes cidades brasileiras não deixam nada a dever. Nu e cru, sem concessões.

FORÇA POLICIAL



Força Policial (Pride and Glory, de Gavin O'Connor) não traz nada de novo em termos de filmes policiais. Apesar de seu elenco, com nomes como Edward Norton, Colin Farrel e Jon Voight. Os três fazem parte de uma mesma família de longa tradição policial - e aqui Farrel é casado com a filha de Voight e irmã de Norton. Se reúnem nas festas de Natal, trocam presentes, compartilham os problemas uns dos outros.
Evidente, após o assassinato de 4 policiais por uma gangue de narcotraficantes. Norton, que estava afastado dos trabalhos de rua, começa a investigar o crime e descobre que um membro da polícia de Nova Iorque, além de estar envolvido no massacre, comanda uma rede de corrupção num dos distritos policiais. O filme se arrasta ao longo de seus 130 minutos, com cortes inexplicáveis, erros de sequência, dialogos sonolentos e ainda deixa umas "pontas soltas" para irritação do espectador. O filme ainda é repleto de cenas violentas de tiroteios e sangue jorrando pelo chão. Nada o salva.

REBOBINE, POR FAVOR




O filme é uma comédia, mas também pode ser considerado uma ode ao cinema. Rebobine, Por Favor (Be Kind Rewind, de Michel Gondry, diretor de Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças) tinha tudo para ser um trash-movie e até tem um pezinho lá. O apatetato Jerry Gerber (Jack Black) consegue a façanha de apagar as fitas VHS, e nada mais anacrônico nos anos 2000 do que fitas VHS, da locadora do conservador e sonhador Elroy Fletcher (Danny Glover), que está sendo cuidada por outro debilóide, Mike (Mos Def, de O Lenhador). Qual a saída que eles encontram para se safar da fúria de Elroy? Simplesmente refilmar tudo, mas da forma mais tosca possível. Tipo pegar Robocop e Jack Black veste uma fantasia mal-ajambrada do herói e grava cenas mais toscas ainda. O diabo é que eles acabam fazendo sucesso e têm de ampliar o número de títulos, pois conseguem vários fãs, que ficam fascinados pela locadora. Claro que as filmagens vão trazer problemas aos dois, mas não ao espectador, que vai se surpreender com as boas tiradas do roteiro, que em determinado momento homenageia, talvez inconscientemente, o clássico Cinema Paradiso. Enfim, um besteirol que dá certo.