domingo, outubro 17, 2021

"HALLOWEEN KILLS: O TERROR CONTINUA" (Halloween Kills)

Nesta semana assisti na Netflix o documentário "Filmes que marcaram época", que em sua terceira temporada abre exatamente com "John Carpenter's Halloween", marco do cinema de terror de 1978. E coincidentemente agora estreia novo capítulo da saga de Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) e o assassino Michael Myers. O filme é uma sequência do longa de 2018, que terminava com Laurie acreditando finalmente ter vencido Michael, que teria morrido queimado, após ficar preso em uma armadilha preparada pela ex-babá, aterrorizada pelo serial killer há 40 anos.
Porém, enquanto está hospitalizada, com ferimentos graves e brigando para sobreviver, o psicopata ressurge e volta a aterrorizar a cidadezinha de Haddonfield, matando quem encontra pela frente.
E aí o que acontece? Os moradores resolvem se unir e sair à caça de Michael, para enfim eliminá-lo. O filme, então, mostra o que acontece quando a histeria coletiva toma conta, com as pessoas perdendo a racionalidade - uma cena no hospital, onde o povo corre pelas escadas acima, atrás de uma pessoa que eles acreditam ser o assassino deixa isso evidente. Afinal, quem são os verdadeiros monstros e é ético fazer justiça com as próprias mãos?
Em "Halloween Kills: O Terror Continua", as cenas das mortes são violentas e inúmeras do que os longas anteriores. E Myers mostra novamente ser capaz de superar a própria morte e matar todo mundo que aparece na sua frente, sem piedade. Não é um grande filme, não tem nada de novo, trazendo os sustos habituais, porém apresenta, por vezes, um humor involuntário. Mas para quem gosta de sangue, é um prato cheio.
Duração: 1h45min
Cotação: bom
Chico Izidro

quarta-feira, outubro 13, 2021

"O ÚLTIMO DUELO" (The Last Duel)

"O Último Duelo" (The Last Duel) é um drama histórico, dirigido e produzido por Ridley Scott, baseado no livro homônimo de Eric Jager, com roteiro de Nicole Holofcener. A trama transcorre na França do Século XIV, em no período da Guerra dos 100 anos, e conta a história do duelo entre o cavaleiro Jean de Carrouges (Matt Damon) e o escudeiro Jacques Le Gris (Adam Driver). Os dois participaram de várias guerras e eram amigos, mas começaram a brigar por causa de terras, até que toda a amizade desmorona depois que a esposa de Jean, Lady Marguerrite Carrouges (Jodie Comer, a assassina do seriado Killing Eve) acusa Le Gris de tê-la estuprado.
O filme é divido em três partes – existindo duas versões dos fatos e uma a qual é a verdade real. A primeira conta a versão sob a visão de Jean de Carrouges, a segunda no olhar de Jaques Le Gris e a última a versão de Lady Marguerrite Carrouges.
"O Último Duelo" tem seu climax na batalha final entre os dois ex-amigos, pois Jean sedento de vingança e querendo honrar a sua mulher, propõe um embate com Le Gris, que recebe a simpatia da corte e do povo. Afinal, estamos na Idade Média, onde as mulheres não possuíam direitos e eram apenas propriedades dos homens. E o pensamento ainda era de que "deus" está no comando, "tudo ele comanda" e "tudo ele pode". A punição para a mulher considerada "culpada" e "mentirosa" era a morte na fogueira.
O filme traz depois de muito tempo a dupla de amigos Matt Damon e Bem Affleck, abrilhantados mais ainda com atuações incríveis dos ótimos Adam Driver e Jodie Comer. “O Último Duelo” também conta com sensacionais cenas de batalhas sensacionais e muita violência - o longa recebeu muitas críticas, já que historiadores e estudiosos da Idade Média afirmaram que as armaduras apresentadas no filme não condizem com a realidade daquele período. Mas são apenas detalhes que não diminuem o acerto de Ridley Scott, em obra que faz pensar nas injustiças do mundo, muito em voga ainda nos dias atuais.
Cotação: ótimo
Duração: 2h33min
Chico Izidro

quarta-feira, outubro 06, 2021

"Venom - Tempo de Carnificina" (Venom: Let There Be Carnage)

Como disse um colega ao final da sessão para a Imprensa de "Venom - Tempo de Carnificina" (Venom: Let There Be Carnage), dirigido por Andy Serkis, "não dá para levar a sério, e afinal é apenas uma história em quadrinhos". Nada mais certo, a gente acaba ficando muito exigente e esquece que é apenas uma ficção e a própria produção tenta não se levar a sério.
E o acerto deste filme acaba sendo Tom Hardy na pele de Eddie Brock, jornalista que convive em seu corpo com o simbionte Venom. E os dois vivem às turras, como se fossem um velho casal, conseguindo as melhores piadas e cenas do longa metragem, sendo muito divertido acompanhar os diálogos da dupla.
Venom passa, ainda, quase todo o tempo dizendo que quer comer cérebros, não se contentando mais com a dieta de galinhas e chocolate. Mas destaque também para o vilão interpretado por Woody Harrelson, o Serial Killer Cletus Kasady, um dos mais assustadores dos últimos tempos.
A trama foca principalmente na vingança, depois que Brock consegue ajudar a polícia a desvendar os crimes cometidos por Cletus - que havia escondido os corpos de suas vítimas. O assassino é condenado à morte, mas acaba tendo o corpo invadido por outro simbionte, o Carnificina, e nada mais posso contar, para evitar o spoiler. Mas ele foge da prisão e vai atrás da amada, a mutante Frances Barrison (Naomie Harris), cujo poder é a voz potente e destruidora. E depois, Cletus parte em busca da vingança contra Brock, atacando as pessoas amadas pelo repórter, como a ex-namorada Anne, interpretada por Michelle Williams.
Mas "Venom - Tempo de Carnificina" em sua parte final sofre um atropelamento. Tudo se resolve de uma forma apressada, desnecessária, com pouco desenvolvimento. Antigamente eu dizia que havia faltado dinheiro para a produção, hoje em dia não sei explicar a causa da facilidade com que o herói consegue vencer o vilão. Porém, é tudo tão ridículo que até fica bom, se o espectador abraçar o exagero.
Cotação: regular
Duração: 1h37min
Chico Izidro

"O Pergaminho Vermelho"

O release da primeira animação brasileira a entrar para o catálogo da plataforma de streaming Disney+, “O Pergaminho Vermelho”, direção de Nelson Botter Jr., diz que o filme consegue ser simples e complexa com a mesma facilidade, o que a torna indicado para todas as idades. Mas ao assistir o desenho, fica evidente que a obra é destinada pura e simplesmente para o público infantil. O espectador tem de ver o longa com olhos de uma criança, no máximo, de dez anos de idade.
A trama mostra uma garota vivendo a fase de transição entre a infância e a pré-adolescência - Nina é uma garota de 13 anos que adora andar de skate e tem como melhor amigo Kim. A família vive momento conturbado, com os pais lhe cobrando maiores responsabilidades e ainda falando em divórcio. Uma tarde, pensando em fugir destes momentos difíceis, ela acaba em uma floresta e encontra o tal pergaminho vermelho e embarca em uma viagem que a levará até as terras de Tellurian.
Um lugar mágico, que vai precisar de sua ajuda para se livrar de Lord Dark, o terrível “Senhor dos Pesadelos”, que havia lançado um feitiço sobre a Rainha, e tomando o poder, transformando Tellurian em uma terra triste e dominada pela escuridão.
E para combater o vilão, Nina vaio contar com a ajuda da jovem guerreira Idril e do garoto Victor "O Bardo". A animação é recheada de citações, como “Alice no País das Maravilhas” e os filmes da trilogia clássica de “Star Wars”, além de alusões a figuras típicas do folclore brasileiro, como o Saci Pererê e o Curupira. "O Pergaminho Vermelho", apesar de sua visão infantil, pode ser assistido pelos pequenos ao lado de seus pais, pois não agride a inteligência do espectador.
Cotação: regular
Duração: 91 min
Chico Izidro

"Aranha"

"
Aranha", coproduzido por Brasil e Argentina, tem direção de Andrés Wood (“Machuca”, “Violeta foi para o céu”), com roteiro assinado por ele e Guillermo Calderón, e retrata um momento marcante da história do Chile - o início dos anos 1970, quando surgiu um grupo de direita que lutou para derrubar o governo socialista de Salvador Allende, que acabaria sendo deposto por um golpe militar em 11 de setembro de 1973, liderado pelo general Augusto Pinochet.
A trama se passa em dois períodos, nos anos 1970 e atualmente, tendo como personagens principais Inés (interpretada por María Valverde e Mercedes Moran), Gerardo (Pedro Fontaine e Marcelo Alonso) e Justo (Gabriel Urzúa e Felipe Armas) que, na juventude, pertenceram ao Patria y Liberdad, um grupo real de extrema-direita que existiu no país, entre 1970 e 1973, responsável por diversos atos terroristas, e que se tornou um dos principais apoiadores do golpe provocado por Pinochet. No meio do conflito com a esquerda, nos anos do governo de Salvador Allende, o trio acaba se envolvendo amorosamente. No entanto, um crime político cometido pelo grupo acaba separando o trio, com Gerardo entrando na clandestinidade.
Porém quatro décadas depois, Gerardo reaparece. E Inés e Justo, agora casados, vivem uma vida burguesa repleta de luxo e dinheiro. Mas Gerardo ainda é obcecado pelas causas do passado e quer trazer o ultranacionalismo novamente à tona. Mas quando ele é preso após cometer um assassinato, em sua casa é encontrado um grande arsenal de armas e munição, Inés, agora uma poderosa empresária, entrará na vida de Gerardo novamente, mas com o intuito de que o que aconteceu décadas atrás não venha à tona, e destrua sua credibilidade, já que desde 1990 o Chile vive uma democracia, e é um país que recebe muitos imigrantes, fato que incomoda e muito Gerardo.
"Aranha" foi o representante do Chile no Oscar de 2020 e indicado ao Goya como Melhor Filme Ibero-americano, e seu nome é uma alusão ao símbolo do Patria y Liberdad, que lembrava o aracnídeo. O tema é atual, mostrando pessoas que vivem no passado, não aceitando as mudanças da sociedade e nem sabendo conviver em uma. O diretor ressalta a atualidade do tema de seu longa. “Começamos a escrever antes de Bolsonaro, antes de Trump, então, de alguma forma, esse nacionalismo, que estava sendo respirado, se desenvolveu. Eu acho que o filme também apela para aquela raiz ou fibra nacionalista, que todos nós temos em algum lugar, e que, finalmente, quando você dá espaço, esses argumentos, às vezes, não parecem tão loucos, tão irracionais”, disse Woods. “Seria difícil para qualquer cineasta chileno fazer filme depois dos anos 1970 sem tocar nos anos da ditadura no Chile e como ela continua a reverberar nos dias de hoje. O que foi plantando naquele período continua explicando muito do que é o país agora”, completou.
Cotação: ótimo
Duração: 1h45min
Chico Izidro

segunda-feira, outubro 04, 2021

"Ainbo – A Guerreira da Amazônia"

"Ainbo – A Guerreira da Amazônia" é uma produção peruana, holandesa e norte-americana de José Zelada, que escreveu, produziu e dirigiu o longa. Ao lado dele, Richard Claus também como diretor. A animação é voltada exclusivamente para o público infantil, e trata de temas importantes, como a natureza, tradições, mas também superstições religiosas.
Ainbo é uma garota indígena, que vive na aldeia isolada de Candámo, na Floresta Amazônica. E o local, de acordo com seus moradores sofre com a maldição de um espírito maligno, Yakuruna, que está poluindo as águas e acabando com os animais, que servem de alimento para o povo. Ainbo ainda tem como melhor amiga a princesa Zumi, que aos 13 anos precisa assumir as funções do pai, que se encontra doente, e sabe que não tem muito tempo de vida.
Vendo a situação de sua aldeia, Ainbo crê que deve buscar a solução com ajuda dos seus guias espirituais, Tantan e Dillo. E contra a decisão de Zumi e de outros indígenas, a garota parte para tentar salvar a aldeia. E evidente que o vilão Yakuruna é o homem branco, que com sua ganância, polui o ambiente e quer tomar posse das riquezas de Candámo.
A história é bem infantil, despretensiosa e até pode encantar os pequenos, pois é repleta de belezas e encantos. Porém a arte gráfica deixa a desejar, nestes tempos em que temos obras magníficas saídos de estúdios como Pixar, Disney e outros. Então se o filme é muito cuidadoso no roteiro, tropeça no outro quesito.
Cotação: regular
Duração: 1h24min
Chico Izidro