Wednesday, May 28, 2014

"No Limite do Amanhã"


Bill Cage (Tom Cruise) é um assessor de imprensa do exército, e se mostra um verdadeiro covarde quando é convocado para participar de uma batalha contra alienígenas que invadiram a Terra. Então, a sua revelia, é enviado para o combate. E descobre que está preso no mesmo dia, que se repete infinitamente em "No Limite do Amanhã", direção de Doug Liman.

Cage sempre morre em combate e acorda novamente, sempre no mesmo lugar. Aí vai se dando conta que a cada renascimento vai adquirindo mais conhecimentos e perdendo a covardia. Os fatos são sempre os mesmos, mas a cada nova vida, Cage vai dando um passo adiante, recebendo o apoio da soldado Rita Vrataski (Emily Blunt), também presa no tempo como ele. O nome do personagem de Cruise, Cage ou jaula em inglês, é como uma parábola da vida do militar, afinal, ele está preso num dia que se repete. E o filme ainda recria a batalha como se fosse a invasão da Normandia no Dia-D. Mas ao invés de nazistas ocupando o território europeu, temos alienígenas mortais destruindo a civilização.

"No Limite do Amanhã" bebe em dois bons filmes que também tem o dia repetido como tema: "Contra o Tempo", com Jake Gyllenhaal como Colter Stevens, em que ele tem oito minutos para tentar descobrir o autor de um atentado a bomba num trem, mas a bomba sempre explode. E ele volta e tem mais oito minutos, até ir montando o quebra-cabeças e tentar desvendar quem plantou o artefato. E claro, o clássico de 1993, "Feitiço do Tempo", onde um repórter amargo e estúpido vivido por Bill Murray fica preso no tempo, condenado a vivenciar sempre os eventos do Dia da Marmota, o nome original do filme. Na situação vivenciada por ele, começa a mudar os fatos, e até mesmo tornando-se uma pessoa melhor e mais sociável.
Então, "No Limite do Amanhã", pegando elementos desses dois filmes, acaba sendo um bom filme, que claro, no início parece repetitivo, mas vai ganhando ritmo e tensão em seu decorrer. E não temos Tom Cruise dando aquelas suas corridinhas clássicas.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou"

Fernanda (Monica Martelli) é uma sonhadora. Trabalha com a produção de casamentos, mas aos 39 anos ainda está solteira e a procura do amor de sua vida no divertido "Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou", direção de Marcus Baldini. A comédia romântica brasileira foge das mais recentes produções do gênero, que trazem personagens caricatos, quase estéricos e com cenas apelativas.

A personagem central só se envolve em roubadas, como no político, vivido por Eduardo Moscovis, que conhece num casamento e já na primeira noite vai para a cama com ele, para no dia seguinte o fulano sumir de sua vida, após fazer planos. Já o personagem de Humberto Martins, um artista milionário, é superativo, festeiro e desagradável. A melhor sequência ocorre quando Fernanda vai para o interior baiano e se apaixona por um morador alemão, Peter Ketnath (de Cinema, Aspirinas e Urubus), totalmente zen e que prega o desapego as coisas materiais, no caso incluindo até mesmo o banheiro.

Monica Martelli, que viveu a personagem Fernanda durantes anos no teatro, é carismática e engraçada. Muitas mulheres irão se identificar com os percalços de Fernanda, que se ferra sempre, mas nunca deixa de acreditar que o melhor está por vir. Como diz ela numa das primeiras cenas: "Basta um homem fazer uma gentileza que já me apaixono".

Cotação: bom
Chico Izidro

Wednesday, May 21, 2014

"X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido"

O sexto filme da franquia de heróis mutantes "X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido", direção de Bryan Singer, tem uma história legal e retrô. Tudo porque Wolverine volta aos coloridos e bregas anos 1970, mais exatamente a 1973, época de cabelos black power e calças boca de sino. A trama, contudo, se inicia num futuro distante, onde os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, robôs criados pelo cientista Bolivar Trask (Peter Dicklage, o anão de Games of Thrones). Estes seres têm, ainda, o poder de absorver as características dos mutantes, e matá-los, graças ao DNA de Raven/Mística (Jennifer Lawrence), que causou tudo ao matar o cientista, mas capturada, acabou tendo suas características usadas na criação dos robôs.

O jeito de evitar o extermínio dos mutantes é, então, enviar Wolveribe ao passado, para que ele encontre o jovem professor Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) e evitar que Mística cometa o crime. É engraçado ver Wolverine (Hugh Jackman, que nasceu para viver o herói), perambulando pela década de 1970, e ainda sem as garras de adamantium, mas sim de osso. O enredo, apesar de focar em viagens no tempo, é consistente e irônico ao lidar, por exemplo, com fatos históricos: Magneto está preso por ter participado do assassinato de JFK - com seu poder, ele fez a bala do tiro desferido por Lee Harvey Oswald ser desviado e acertar o presidente americano.

Os efeitos especiais também são muito bons, e todos os personagens têm seus momentos de destaque, principalmente Jennifer Lawrence como Mística, Fassbender e seu Magneto - um personagem de características dúbias - e McAvoy no papel de um jovem e alcoólatra Professor Xavier, antes de sua transformação numa pessoa mais contida e centrada. "X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido" é um bom filme de ação, fidelíssimo às características dos quadrinhos e fazendo um bom contraponto entre o passado e o futuro.

Cotação: bom
Chico Izidro

"Mulheres ao Ataque"

"Mulheres ao Ataque", é dirigido por Nick Cassavetes, filho do ótimo diretor e ator John Cassavetes, morto em 1989. E é um filme que não se define entre comédia ou romance. Pretendia-se comédia, mas não faz rir. Pretendia-se romance, mas não emociona.

Tudo começa quando a advogada quarentona Carly (Cameron Diaz), ao tentar surpreender com uma fantasia sensual o namorado Mark (Nikolaj Coster-Waldau), acaba descobrindo que ele é casado com Kate (Leslie Mann, de Ligeiramente Grávidos). Carly não faz chilique, simplesmente vai embora, para dias depois ser seguidas por Kate, dona de casa carente. As duas acabam se unindo para tentar desmascarar Mark, um vigarista de marca maior. Elas acabam criando laços improváveis de amizade e seguem Mark num final de semana ao litoral, deparando com ele e uma terceira mulher, a jovem Amber (Kate Upton), de 22 aninhos. E do nada, essa também se junta a dupla para dar o troco no malandro.

Tudo ocorre de uma forma tão fácil, sem traumas - a união das três mulheres, o modo como Carly chega a casa de Mark pela primeira vez - como ele sendo casado, daria o endereço real para ela? E o modo de vingança do trio vira quase um zorra total um verdadeiro besteirol. Elas dão laxante para ele, que se borra literalmente num restaurante, hormônios para que caiam seus cabelos e surjam peitos, marcam um menáge à trois com um traveco. Uma tremenda bobagem, finalizando com um chiliquinho de Mark ao ser confrontado pelas três.

Cotação: ruim
Chico Izidro

Thursday, May 15, 2014

"Godzilla"

"Godzilla", direção de Gareth Edwards, uniu terror, suspense, ação e ótimos efeitos especiais. O resultado é muito bom. Tem lá seus erros de roteiro, mas não enfraquecem a trama. A história começa em 1999, no Japão, quando uma usina nucelar sofre um acidente, vindo abaixo. No ocorrido, Joe Brody, o personagem vivido por Brian Cranston (o Walter White, de Breaking Bad) perde a mulher. A história dá um salto de 15 anos, e o filho de Joe, Ford, já está adulto, trabalhando no exército americano, no esquadrão antibombas. E ele tem de voltar para o Japão, já que seu pai foi preso por invador o local do acidente, que está interditado pelo governo. E Joe acredita que não foi um acidente o que ocorreu, mas sim uma força estranha que provocou o desastre, que desestruturou a sua vida.

Claro que ele tem razão, pois logo surge um monstro destruindo tudo ao seu redor. E o monstro parte em direção aos Estados Unidos, onde encontrará outro de sua espécie. Logo aparece um terceiro monstro, que é Godzilla, para enfrentar os outros dois seres, chamados de Mutos. A destruição vai imperar nas duas horas e meia do filme, não sobrando prédio sobre prédio. Durante o desenrolar da história, Ford (vivido por Aaron Taylor-Johnson, o Kick-Ass), tenta chegar à sua família, que ficou em San Francisco. E o soldado é um ser quase indestrutível, pois sobrevive a explosões, descarrilhamentos de trens, tombos de ponte. Além do que, o celular de sua mulher está sempre no silencioso, e fica se perguntando porque ele desapareceu...detalhes....

Cotação: bom
Chico Izidro

"Praia do Futuro"

Wagner Moura foi ousado ao interpretar o salva-vidas homossexual Donato em "Praia do Futuro", direção de Karim Aïnouz. Ele trabalha na Praia do Futuro, no litoral cearense, e um dia não consegue salvar um estrangeiro, amigo de Konrad (Clemens Schick). Ao tentar consolar o alemão, Donato acaba engatando um namoro com o sobrevivente do afogamento, e logo os dois partem para a Alemanha, mais precisamente Berlim, onde mora Konrad. Na Europa, acaba assumindo de vez sua condição gay, o que não fazia no Brasil, devido a família e o próprio trabalho. Na hora de voltar para casa, Konrad pede que ele permaneça, e Donato aceita. Anos depois, ele é procurado pelo irmão mais novo, que o via como um super-herói, Ayrton (Jesuita Barbosa), que o confronta com o destino.

A história é interessante, com atuações precisas. Porém, o filme é cansativo, chato mesmo. Os personagens pouco falam entre si. Sobram olhares e imagens paisagísticas. As cenas têm cortes abruptos, e a trama dá pulos temporais inexplicáveis, transformando tudo numa cópia barata de filmes europeus contemplativos.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"A Grande Vitória"

"A Grande Vitória", direção de Stefano Capuzzi, retrata a vida do judoca Max Trombini, desde sua infância difícil em Ubatuba, no litoral paulista, até sua fase adulta, tentando ir para as Olimpíadas. O garoto foi criado pela mãe solteira e os avós numa casa humilde e tinha sérios problemas de comportamento no colégio. Brigava por nada e após mais uma ameaça de expulsão, foi sugerido pelo professor de educação física (vivido pelo próprio Max Trombini), que ele fizesse judô para extravassar sua energia juvenil. Assim o garoto entra numa escola de judô e vai se envolvendo, até começar a sonhar em ir para os Jogos Olímpicos. Já nesta fase, ele é vivido por Caio Castro.

O filme tem uma boa montagem, é bem contado, algumas atuações, como a de Moacyr Franco como o avô de Max, e Susana Castro como Teresa, a mãe do menino, são boas. Mas Sabrina Sato como a namorada do judoca é de um tremendo desperdício. Fraca, com aquele sotaque interiorano terrível, ela não diz ao que veio. E os diálogos são horrorosos, estilo auto-ajuda. Sempre que Max está em crise, alguém vem e lhe fala frases feitas e irritantes. Isso estragou "A Grande Vitória".

Cotação: regular
Chico Izidro

"Eu, Mamãe e os Meninos"

Guillaume Gallienne foi criado pela mãe como se fosse afeminado. E ele passou a infância, adolescência e início da fase adulta acreditando ser gay. E o ator decidiu transformar esse fato de sua vida em peça teatral e depois em filme, no divertido "Eu, Mamãe e os Meninos", dirigido por ele mesmo. O ator, que viveu Pierre Bergé em "Yves Saint-Laurent" tem trejeitos femininos, uma voz fina, tanto que os paerentes sempre achavam que fosse sua mãe falando, até olhar para trás e notarem a sua presença. E se espantarem.

Guillaume Gallienne conta de modo irônico e inventivo os anos que passou em casa, ouvindo a mãe chamá-lo para jantar: "Guillaume, meninos, venham jantar". Ele sempre era visto como a menina frágil, e por vezes foi flagrado pelo pai vestindo-se de mulher. No colégio interno, os colegas o chamavam de bicha. Noutro internato, acreditando em sua condição homossexual, apaixonou-se por um colega que o tratava com carinho. Além de interpretar a si próprio em todas as fase de sua vida, Guillaume ainda viveu o papel de sua mãe. Uma mulher distante de seus filhos, mais preocupada com as convenções sociais e administrar uma enorme mansão e seus vários criados. O final de "Eu, Mamãe e os Meninos" é surpreendente.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Amante a Domicílio"

Murray (Woody Allen) tem uma ideia genial para ganhar alguma grana após ver sua livraria em Nova Iorque ir à falência: ser cafetão de seu amigo, o florista Fioravante (John Turturro). "Amante a Domicílio" é dirigido pelo próprio Turturo, e traz Woody Allen no papel de Woody Allen, atrapalhado, com frases espirituosas, e vivendo com uma família diferente - ele mora com uma negra e mais três crianças negras. E ele vai arranjando clientes para Fioravante, um homem que se acha feio, mas másculo e seguro. Em seu caminho surgem as belezas Sharon Stone e a deslumbrante Sofia Vergara.

No meio da trama aparece uma viúva judia, Avigal (Vanessa Paradis), alvo da paixão do policial Dovi (Liev Schreiber, hilário). E este núcleo judeu da história provoca as melhores piadas do filme. Que porém em seu final vai perdendo força e graça, ao mostrar um romance fraco e inverossivel de Fioravante com Avigal.

Cotação: bom
Chico Izidro