Thursday, July 09, 2009

JEAN CHARLES




A vida dos brasileiros no exterior não é nada fácil. Só para quem tem grana. Mas para quem vai para fazer a vida, o sofrimento é enorme. A barreira da língua, o trabalho ou sub-trabalho que o nativo não quer fazer, o preconceito e as ameaças constantes de deportação. Tudo isso é mostrado claramente no ótimo Jean Charles, de Henrique Goldman. Baseado em fatos reais, recria os últimos dias do jovem imigrante Jean Charles, morto pela polícia inglesa no metrô de Londres, após ser confundido com um terrorista muçulmano em 2005. O diretor Goldman teve uma ótima sacada, e não tratou apenas da história de Jean Charles, magistralmente interpretado por Selton Mello, mas como escrito lá em cima, da vida dos brasileiros lá fora. Mello confessou que, à época das filmagens, encontrava-se deprimido, pois estava há muito longe da família, de casa. E isso pesou para que ele desse mais veracidade ao personagem, que se virava freneticamente pelas ruas de Londres, a fim de ajudar a família no interior de Minas Gerais. O filme, em seu final, emociona, sem ser piegas. Além de Mello, destaque para Luís Miranda como Alex, o melhor amigo de Jean, e a bonita Vanessa Giácomo como Vivian, prima do garoto.

DESEJO E PERIGO



Desejo e Perigo, de Ang Lee, é um filme ousado. Mesmo para os nossos tempos, onde está imperando um falso moralismo, que por vezes beira o ridículo. A história transcorre na segunda metade da década de 1930, na China ocupada pelos japoneses. Um grupo de jovens universitários decide formar um grupo de resistência e eliminar colaboradores chineses dos invasores. Um deles é o poderoso Sr. Yee (Tony Leung), que sem saber, é seduzido pela jovem Wang (Wei Tang). O problema é que a garota acaba caindo de amores pelo colaboracionista, o que atrapalha os planos do grupo. As cenas de amor beiram o explícito, começando com um estupro, sim...Porém nada é gratuito e se encaixa bem em Desejo e Perigo, que tem quase três horas de duração, mas nem por isso deixa de ser agradável. Também destaca-se a bela reconstituição de época.

TINHA QUE SER VOCÊ



Em meados dos anos 1990, Richard Linklater dirigiu um clássico romântico: Antes do Amanhecer, onde dois jovens, o americano Ethan Hawke e a linda francesa Julie Delpy passeiam por Viena, conhecendo-se e vendo se ficarão ou não juntos. Dez anos depois, Linklater fez a sequência, com menos peso, mas também tocante: Antes do pôr-do-sol, onde a dupla voltava a se encontrar, desta vez em Paris.
Em Tinha que ser você, péssimo título para o original Last Chance Harvey - a última chance de Harvey, ao invés de se mostrar um casal na casa dos 20 anos, aqui a referência é uma dupla onde Harvey (Dustin Hoffman) está com seus 60 anos e Kate (Emma Thompson) tem 50 anos. Os dois só tiveram azar na vida. Dustin é um músico que vai até Londres assistir ao casamento da filha, com quem teve pouco contato e foi criada por outro homem, ele conhece Kate, uma solteirona que trabalha na área de pesquisas do aeroporto de Heathrow, e passa o tempo recebendo ligações da sua enclausurada e neurótica mãe.
Eles se reconhecem como almas gêmeas, verdadeiros loosers (fracassados na vida). Mas enquanto Harvey enxerga em Kate sua última chance de ser feliz na vida, ela tem medo e até solta uma perôla: "Eu prefiro que as coisas deem errado, assim não me decepcionarei". Totalmente descrente da felicidade. Os dois passeiam por uma paradisíaca Londres, num verdadeiro passeio turístico ao espectador, que torce para que eles fiquem juntos. Afinal, a dupla está numa idade em que pode não haver outra chance.

TRANSFORMERS - A VINGANÇA DOS DERROTADOS



Quando disse que Tranformers - A Vingança dos Derrotados, de Michael Bay, era uma grande porcaria, um amigo caiu de pau: "O que você esperava de um filme como esse?". Bem, no fundo, ele não deixa de ter razão. Mas os roteiristas poderiam pensar um pouquinho mais e não ter preguiça, principalmente na parte final da "trama".
Nesta segunda parte da história, os Decepticons (os robôs do mal) têm por objetivo acabar com o planeta Terra. E a chave para eles obterem o sucesso está com Sam (Shia LeBeouf, o novo queridinho de Steven Spielberg e que poderá ser o novo Indiana Jones). O garoto, recém entrando na universidade, é procurado pelas máquinas do bem, os Autobots, que agora trabalham para o governo, para ajudar a estragar os planos dos vilões. Só que ele quer levar uma vida normal e não acredita que possa ajudar muito. Em relação ao primeiro filme, existe ainda um pouco de humor escrachado, principalmente quando a mãe de Sam come uns bolinhos de chocolate batizados com maconha e dá um verdadeiro fiasco no campus. E claro, para o deleite dos barbados, tem a gostosa Megan Fox, como Mikaela, a namorada de Sam, mostrando muito de seus atributos físicos e só. Mas para que mais? Afinal, a dupla principal passa o tempo todo correndo para cima e para baixo. O filme, de quase três horasm acaba decepcionando até mesmo os aficionados, pois o seu filme, passado no Egito, acaba de supetão, sem muitas explicações. Como um coito interrompido. Não vou contar aqui, mas depois daquelas lutas tipo Ultramen contra o monstro da semana, simplesmente a história acaba e o espctador fica olhando para seus botões e perguntando-se: é isso?

O EXTERMINADOR DO FUTURO 4 - A SALVAÇÃO



Arnold Schwarzennegger até faz uma rápida ponta como um dos robôs assassinos em Exterminador do Futuro 4 - A Salvação. Mas o longa dirigido por McG, de As Panteras, carece de boas ideias e lá pela sua metade, dá vontade de largar tudo e ir embora do cinema. Desta vez John Connor é interpretado pelo esquentadinho, mas ótimo ator Christian Bale, de Batman. A história transcorre em 2018, após o Dia do Julgamento Final, e as máquinas dominam o mundo e caçam os humanos cruelmente. Na mira, principalmente Kyle Reese (Anton Yelchin), que caso seja morto não poderá voltar no tempo e como todo mundo sabe, ser o pai...de John Connor.
Parece complexo, né? Qualquer dúvida pegue os dois primeiros filmes da série, ok.
A resistência prepara-se para tentar destruir a sede da Skynet e assim evitar o extermínio da humanidade. Certas cenas lembram Mad Max, com um planeta devastado, onde os humanos escondem-se nos subterrâneos das cidades ou vilarejos distantes. Além de ser considerado o messias, John Connor ainda segue com a dúvida com o aparecimento de um estranho personagem, que pode ao mesmo tempo ser um espião das máquinas ou então ser um reforço para os humanos.
Bem, é tanta informação, tantos reviravoltas, que o filme acaba perdendo sua força, além de que este filme ter outro ator interpretando John Connor, o que impede de o fã da série criar uma empatia com o personagem. Mas dá para sentir que logo, logo, virá a parte 5 por aí.