Wednesday, June 24, 2015

“Minions”




“Minions”, direção de Pierre Coffin e Kyle Balda, traz a origem dos pequeninos seres amarelos, de linguajar próprio e enrolado, e que fazem a graça nos dois “Meu Malvado Favorito”.

Agora em filme próprio, vemos a origem destes seres, que estão na Terra desde antes dos dinossauros. O objetivo dos minions é servir os maiores vilões do planeta. E eles passaram milênios em busca de um líder, até que após fracassar com Napoleão, se retiraram para uma caverna, onde ficam por quase 200 anos. Até que no final dos anos 1960, três deles, Kevin, Stuart e Bob saem do esconderijo com a missão de encontrar um novo chefe. Em sua busca, eles vão parar em Nova Iorque, onde ficam sabendo de uma convenção de vilões em Orlando, na Flórida, onde encontram a super-vilã Scarlet Overkill, a quem oferecem seus serviços.

E no envolvimento dos minions com Scarlet, vai sobrar até para a rainha da Inglaterra, uma ainda jovem Elizabeth II.

Boas piadas, personagens simpáticos e uma trilha sonora poderosa, que vai de The Turtles, Rolling Stones, The Doors, Richard Wagner, The Kinks e Van Halen fazem de “Minions” uma diversão garantida.

Cotação: bom
Chico Izidro

“Enquanto Somos Jovens”




Josh Srebnick (Bem Stiller) tem 44 anos, é um documentarista cujo filme está sendo feito há 10 anos e nunca é finalizado. Ele é casado com Cornelia (Naomi Watts), 42 anos, que trabalha como produtora dos filmes do pai, o também documentarista Leslie (Charles Grodin). O casal começa a se sentir deslocado e incomodado quando os melhores amigos se tornam pais, algo que a dupla nem sonha. Até que conhecem outro casal, os jovens Jamie (Adam Driver) e Darby (Amanda Seyfried), ele querendo trabalhar com documentários e ela ganhando a vida fazendo sorvetes caseiros. A sintonia é completa entre os quatro, e Josh e Cornelia se sentem renovados com a convivência com Jamie e Darby em “Enquanto Somos Jovens”, direção de Noah Baumbach.

O casal mais novo, apesar da idade, vive desconectado. Escutam discos de vinil, se recusam a acessar o Google quando têm dúvidas, andam de bicicleta e usam sapatos sem meia. A pureza de ambos cativa Josh e Cornelia. O problema é que nada aparenta ser como parece, e logo Josh começa a se sentir incomodado com sua inércia, sua falta de ambição, e a esperteza de Jamie.

“Enquanto Somos Jovens” tem ecos nova-iorquinos dos filmes de Woody Allen. Os diálogos intelectualizados dos personagens, os cenários e cenas que remetem a obras do cineasta, principalmente as em que Josh grava seu documentário, numa entrevista com um filósofo – esta citação remete a “Crimes e Pecados”, de 1989.

O filme de Baumbach derrapa somente em seus momentos finais, em uma fraca cena durante um coquetel e depois, no conformismo do casal de protagonistas, que derruba suas convicções, para se sentir conectado com um mundo que os rejeitava.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

Thursday, June 18, 2015

"Divertida Mente"



"Divertida Mente", direção de Pete Docter, é uma animação para todas as idades. Surpreende a bonita história da menina Riley, de 11 anos, que é obrigada a trocar a fria Minneapolis pela ensolarada San Francisco por causa do novo emprego de seu pai. Fã de hóquei, ela tem de se adaptar a uma nova realidade, na nova cidade e escola.

O legal é como as suas reações são mostradas: em seu cérebro vivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza. A Alegria, inspirada em Audrey Hepburne, é a força motriz, fazendo com que Riley esteja sempre de bem com a vida. Mas a baixinha gorducha e carente Tristeza sempre põe tudo a perder, colocando a mão nos controles da mente de Riley, alterando seu humor.

E as coisas vão sair totalmente do ritmo, deixando a menina arrassada quando Alegria e Tristeza são ejetadas da sala de controle, se perdendo na mente de Riley. Enquanto elas tentam voltar, as outras emoções ficam no comando, mas de forma desordenada. A menina briga com os pais, entra em depressão, age totalmente fora de sua racionalidade.

"Divertida Mente" é divertido para todas as faixas etárias. E mostra bem claramente como as atitudes podem mudar, de acordo com o humor que controla nosso cérebro.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Lugares Escuros"



Um suspense com final surpreendente. "Lugares Escuros", direção de Gilles Paquet-Brenner, tem uma trama densa e tensa, com a história transcorrendo em dois períodos, o dia atual e em 1985. E gira em torno de Libby Day (Charlize Theron), que 30 anos depois de ser a única sobrevivente de um massacre onde foram mortas a sua mãe e as duas irmãs, vive as custas de um fundo organizado por pessoas sensibilizadas pelo crime. E ele é atribuido ao seu irmão, que já está há mais de duas décadas atrás das grades.

E o dinheiro está acabando, e ela é procurada por Lyle (Nicholas Hoult, de O Grande Garoto), tesoureiro de um grupo de pessoas fanáticas por crimes misteriosos e que pretende rever o caso, já que não acreditam na culpabilidade de Ben, vivido na adolescência por Tye Sheridan e na fase adulta por Corey Stoll, de "The Strain". Este grupo pretende descobrir o verdadeiro autor do massacre e pede ajuda para Libby, que crê na culpa do irmão. Arredia e antissocial, Libby leva um tempo para se convencer da necessidade da revisão do caso.

O filme vai e volta no tempo, mostrando as horas anteriores ao massacre, que envolve jovens adoradores de satanismo e abusos sexuais. E também os dias atuais, com Libby tentando acertar as contas com 1985.

Charlize Theron está ótima como uma mulher traumatizada, que perto dos 40 anos, ainda não encontrou seu lugar no mundo. E a atriz mais uma vez não se importa em se desglamourizar, vestindo roupas simples, fumando sem parar. Destaques também para Chloë Grace Moretz, que vive a paixão adolescente de Ben, uma menina sedutora, carente e manipuladora, e Tye Sheridan, vivendo um garoto deslocado e apavorado. Já Christina Hendricks, que interpreta a mãe de Libby, supera todos, como uma mulher desesperada e abandonada, que tenta criar da melhor maneira os quatro filhos, e vendo o destino terrível que se avizinha. Atuação explendorosa.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Jessabelle - O Passado Nunca Morre"



Filme de terror tem de dar medo. Ou então causar tensão e expectativa. Em "Jessabelle - O Passado Nunca Morre", direção de Kevin Greutert, o terror é mais psicológico. Não nos faz dar aqueles pulos na poltrona, mas nos deixa tensos, segurando as mãos nos braços da cadeira. A cena mais assustadora ocorre logo nos primeiros minutos.

Depois fica tudo mais sossegado, quando acompanhamos a jovem Jessie (Sarah Snook), que sobreviveu a um acidente automobilístico, tendo de voltar para a casa do pai, o turrão Leon (David Andrews). Com sequelas do acidente, Jessie é obrigada a ficar em uma cadeira de rodas. E na imensa casa, perto de um pântano na Lousiana, ela ouve passos e outros barulhos perturbadores e vê vultos.

Sem ter muito o que fazer, Jessie começa a bisbilhotar e encontra várias fitas VHS, deixadas por sua falecida mãe, que morreu logo após o seu nascimento. Nas fitas, Kate (Joelle Carter) gravou depoimentos, que aos poucos vai ficando mais e mais perturbadores, com Jessie começando a ficar mais incomodada. Até encontrar pistas de que seu passado pode ser muito diferente do que imaginava. "Jessabelle - O Passado Nunca Morre" perde muita força em sua parte final, quando põem em cena aqueles monstros asquerosos e violentos. E dá aquela sensação de já vi isso antes, no caso o filme "A Chave Mestra", de 2005.

Cotação: regular
Chico Izidro

"Sangue Azul"



Um circo chega na Ilha de Fernando, trazendo com ele um antigo morador do local, o jovem Pedro (Daniel Oliveira), que se reinventou e passou a ser conhecido como Zolah, o homem-bala. O filme começa monocromático, mostrando a montagem da enorme lona circense e passa a ter cores fortes quando da primeira exibição de Zolah para os humildes moradores do local, pescadores em sua maioria. A presença de Zolah vai atiçar, principalmente as mulheres da ilha em "Sangue Azul", direção de Lírio Ferreira.

O ator circense, mesmo envolvido com uma colega, a musa cubaba Teorema (Laura Ramos), não se deixa comprometer com as mulheres do povoado, mas atiçando principalmente o desejo incestuoso de sua irmã, Raquel (Caroline Abras), casada com seu melhor amigo Cangulo (Rômulo Braga). Os dois, Zolah e Raquel, claramente se desejam, mas a ética segura o impulso deles.

Os artistas do circo são vistos como celebridades, pessoas especiais, entre aqueles moradores simples. E entre os artistas o homem mais forte do mundo, Inox (Milhem Cortez), que esconde com sua agressividade a sua homossexualidade, o atirador de facas que adora recitar poemas em francês Gaetan (Matheus Nachtergaele) e o dono do circo, o ilusionista Kaleb (Paulo César Pereio).

"Sangue Azul" traz imagens lindas e extasiantes de Fernando de Noronha. Suas águas azuis e transparentes, e atuações seguras e até mesmo corajosas de seus atores. E o filme, de certa forma, faz lembrar "Bye Bye Brasil", de Cacá Diegues, mas sem a mesma dose de humor. Aqui a coisa é mais séria. Desnecessárias, no entanto, algumas cenas de sexo, gratuitas e muito sem sentido.

Cotação: bom
Chico Izidro

“Deixa Rolar”



“Deixa Rolar”, dirigido por Justin Reardon, pretende ironizar as comédias românticas, mas sem deixar de ser uma, e erra feio. Na história, o escritor vivido por Chris Evans – o personagem não tem nome – recebe a encomenda de um produtor para escrever o roteiro de uma história de amor. E é aí que ele trava, pois nunca se apaixonou na vida. Por isso, não tem a mínima noção de como fazer o trabalho.

Mas claro que o escritor vai encontrar numa festa uma divertida e falante garota, interpretada por Michelle Monaghan. E ele se apaixona por ela. Mas a garota tem namorado, porém ele não quer ficar longe dela, propondo que sejam amigos, até as coisas saírem de controle. Se até aí o filme já estava sem ritmo, fica mais enfadonho ainda. Clichês surgem, como o do escritor pedir dicas de como tentar conquistar a garota para o grupo de amigos, aparecendo bêbado em frente à casa dela, e idas e vindas chatérrimas.

“Deixa Rolar” ainda tem o descalabro de beber na fonte de “Sonhos de Um Sedutor”, de Herbert Ross, onde o protagonista vivido por Woody Allen recebe a ajuda do fantasma de Humphrey Bogart. Aqui o próprio Chris Evans é que surge como Humphrey Bogart, observando as trapalhadas do escritor. E se o filme ainda pretendia criticar as comédias românticas, cai na armadilha do final comum, onde o apaixonado decide se declarar para a amada durante o casamento dela com outro cara. E dê-lhe correria em aeroportos e por pontos turísticos de San Francisco, num interminável blá, blá, blá...

Cotação: ruim
Chico Izidro

Thursday, June 11, 2015

“Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros”




Os dinossauros são perfeitos, o terror é extremado, mas “Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros”, direção de Colin Trevorrow, não é um filme perfeito. A história é praticamente a mesma de 22 anos atrás, de “Jurassic Park”, com as coisas saindo do controle e os bichanos, trazidos à vida novamente, depois de extintos, através do uso de seu DNA encontrado em fósseis, devorando os humanos sem piedade.

O cenário é uma paradisíaca ilha na Costa Rica, onde foi criado um parque temático sobre os dinossauros e recebendo milhares de turistas. Entre eles os irmãos Zack (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins), sobrinhos de Claire (Brice Dallas Howard), a gerente do local. E claro que quando um feroz e faminto dinossauro escapa, a dupla está lá no meio da mata, completamente alheio ao perigo e tendo de utilizar todos os meios para não virar comida. E Claire vai tentar salvar a dupla se aliando ao domador de animais Owen (Chris Pratt), idealista e que tem uma antipatia por ela, já que eles saíram uma vez e o encontro foi um desastre.

O filme é tenso, efeitos especiais nota dez, mas os personagens são um amontoado de clichês – a mulher que só pensa na carreira e esquece o lado afetivo, o empresário ganancioso, o militar que quer se apropriar do projeto, o cientista cínico e sem escrúpulos e os irmãos de características opostas e que parecem não se entender, até ter de unir forças para sobreviver.

A expectativa era enorme, mas meio que frustra em seu final.

Cotação: regular
Chico Izidro

“Sob o Mesmo Céu”



“Sob o Mesmo Céu”, direção de Cameron Crowe, é um doce romance, passado no paradisíaco Havaí. E ele toca o passado, o presente e o futuro. A trama gira em torno do militar Brian Gilcrest (Bradley Cooper), que após alguns anos é enviado para sua terra natal, o Havaí. Sua missão é supervisionar o lançamento de um satélite, bancado por um milionário, Carson Welch (Bill Murray). Mas retornar as suas origens vai lhe trazer sombras do passado, boas e más. Ele reencontra a bela Tracy (Rachel McAdams), antigo amor da época da adolescência e que ele não via há 13 anos. Agora ela está casada com o silencioso piloto John Woody (John Krasinski) e mãe de dois adolescentes.

Enquanto sente a velha atração por Tracy, ele se vê envolvido pela militar e sua cicerone Allison Ng (Emma Stone).

Cooper está muito bem como o militar que se defronta com o passado, tem momentos de depressão e quer consertar os erros. Rachel McAdams é doce e linda, mas não tem a aparência de uma mãe de dois adolescentes. John Krasinski, do seriado “The Office” rouba as cenas em que aparece, com poucas palavras, mas gestos que são autoexplicativos. E Emma Stone, não decepciona como a militar ¼ havaiana, mesmo não tendo traços nativos. Seu personagem começa sério, mas aos poucos vai se soltando, e trazendo charme a este filme delicioso.

Cotação: bom
Chico Izidro

Thursday, June 04, 2015

"A Estrada 47"




Quatro soldados brasileiros se perdem no front na Itália durante a II Guerra Mundial. A eles se junta um repórter, um desertor italiano e um soldado alemão ferido. A história é fictícia, mas relembra a participação da FEB na campanha contra os nazistas quase no final do conflito. O filme é "A Estrada 47", direção de Vicente Ferraz.

O exército brasileiro, ao contrário do norte-americano, era misto, ou seja, não havia a segregação racial. Por isso, estavam lá em Monte Castelo os soldados brancos Guimarães (Daniel de Oliveira) e Tenente (Julio Andrade), o nordestino Piauí (Francisco Gaspar) e o negro Laurindo (Thogum), todos especialistas em desarmar bombas. Eles sofrem um ataque de pânico durante uma batalha, descem a montanha e se perdem do resto da companhia.

No meio da neve, desesperados, apavorados, os soldados decidem chegar até a Estrada 47, que está toda minada e bloqueando a entrada para a sitiada cidade de San Giuno. Eles imaginam que se liberarem a via, não serão acusados de desertores. Mas como chegar lá e ainda carregando um soldado alemão seriamente ferido, Mayer (Richard Sammel, de Bastardos Inglórios e do seriado The Strain) e do italiano Roberto(Sergio Rubini).

O filme é repleto de tensão, boas cenas de ação - a produção é esmerada, com legendas para as falas italiana e alemã. No final, temos aquele gostinho amargo do trabalho da FEB, que acabou relegado, quase coadjuvante. Muita gente nem sabe da participação brasileira no front, fazendo o serviço sujo e os americanos ficando com a glória e os louros da fama.

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Qualquer Gato Vira-Lata 2"



A pergunta é: por que estas continuações: Ora, porque dão dinheiro e o público médio, nada exigente, adora. O que vale a pena em "Qualquer Gato Vira-Lata 2", direção de Roberto Santucci e Marcelo Antunez, é a beleza estonteante de Cleo Pires, revivendo o papel da confusa e romântica Tati.

Ela terminou o primeiro filme namorando o certinho professor e escritor Conrado (Malvino Salvador) e deixando para trás o bronco e conquistador barato Marcelo (Dudu Azevedo).

Agora Conrado está lançando seu livro, onde analisa os relacionamentos amorosos e fará uma palestra no Caribe. Palco perfeito para Tati pedir o namorado em casamento. E ela arma todo um circo para fazer o pedido. E Conrado pede um tempo para pensar. Momento terrível e constrangedor para Tati. E Marcelo vê que pode tentar reconquistar a ex-namorada, aparecendo no hotel caribenho e fazendo mil promessas.

O filme ainda traz um momento "mea-culpa", onde aparece Fábio Júnior no papel do pai distante de Tati. E na cena, ele se desculpa por ter sido tão distante da vida dela, exatamente como na vida real. E ainda com tempo para ele cantar um de seus clássicos oitentitas, "O Que Será?". Não precisava.

"Qualquer Gato Vira-Lata 2" derrapa num roteiro rasteiro, com diálogos infames. E atores parecendo não ter nenhum recurso dramático, apelando para caretas e gestuais histéricos. O que pode distrair um pouco é o visual de comercial, com cores vivas e berrantes, e um local paradisíaco.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"A Espiã que Sabia de Menos"




"A Espiã que Sabia de Menos", direção de Paul Feig, tem como objetivo satirizar os filmes de espionagem, focando principalmente em 007. Tanto que utiliza a abertura de forma muito semelhante aos dos famoso agente secreto James Bond, quanto as locações em diversos países, aqui no caso França, Itália e leste europeu como cenários. A espiã, no caso, é a gordinha
Melissa McCarthy, que faz o papel de Susan Cooper, uma nerd que auxilia por computador os espiões que estão em campo, direto da sede da CIA nos Estados Unidos - lembra muito o personagem de Kirsten Vangsness, a Penelope Garcia, do seriado "Criminal Minds".

O seu preferido é o bonitão Bradley Fine (Jude Law), que aparentemente morre em uma missão quando tentava evitar a negociação de uma ogiva nuclear. Susan Cooper, então, se candidata para prosseguir a missão e mesmo sem experiência, é aceita, usando os mais variados disfarces.

Tudo muito bonitinho visualmente, mas a comediante Melissa McCarthy, do seriado "Mike & Molly" e de filmes como "As Bem Armadas" e "Missão Madrinha de Casamento" leva ao extremo o termo chatice, com seus exageros corporais, e não falo de sua obesidade, mas as caretas, tombos forçados, tudo aindatemperado por uma tagarelice insuportável. E ainda temos o incômodo de ver uma dublê com a metade do peso de Melissa
McCarthy nas cenas de ação.

Pelo menos Jude Law faz um ótimo espião, mascarado, arrogante. E Jason Statham também foge de seus papéis característicos, vivendo aqui um agente secreto sem noção, que acha estar arrasando, mas estragando todas as missões.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível"




Frank Walker (Thomas Robinson) é um pequeno inventor que criou a mochila-voadora. Na Feira Mundial de Nova Iorque, em 1964, o garoto conhece a menina Athena (Raffey Cassidy, a melhor presença no filme, com uma atuação marcante), que lhe apresenta um mundo mágico, repleto de invenções futuristas. "Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível", direção de Brad Bird, tem um início promissor, mas perde-se em seu decorrer, com uma reviravolta meio sem pé nem cabeça.

Quase 50 anos depois, a jovem Casey Newton (Britt Robertson), filha de um engenheiro da Nasa, é procurada por Athena através de um broche, e passa a ser perseguida por estranhos agentes, até encontrar um Frank Walker, já adulto e vivido agora por George Clooney. Ele é um homem recluso e cético.

Os dois, então, partem para Tomorrowland, onde descobrem que juntos podem salvar o mundo. Do quê? O diretor Brad Bird não se preocupa muito em explicar, transformando tudo numa trama absurda, onde Hugh Laurie, conhecido como o Dr. House, do seriado, é o vilão a ser derrotado.

Efeitos especiais, cenas de ação, tudo não é o suficiente para transformar o filme numa boa atração. Depois de tanta correria dos personagens principais, tudo fica chato e repetitivo, com um papo ecológico final desnecessário e apelativo.

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Poltergeist"




Me pergunto qual a necessidade de se refilmar quase quadro a quadro um dos clássicos do cinema de terror? E pior, atores sem carisma e que não parecem a vontade em cena? Talvez a imagem do "Poltergeist" original, dirigido por Tobe Hooper em 1982, ainda seja muito presente.

Pois na nova versão de "Poltergeist", direção de Gil Kenan, a história é a mesma: uma família se muda para uma casa daqueles condomínios comuns nos Estados Unidos. E logo o local começa a dar sinais de vida, com objetos se movendo, palhaços assustando as crianças, a menininha doce conversando com "ninguém". E logo ela, não mais Caroline e agora Madison (Kennedi Clements) é abduzida pelas almas perdidas - o condomínio foi construído
sobre um antigo cemitério, mas quando da construção, só foram retiradas as lápides, mas os corpos permaneceram, e eles estão ofendidos e querem se libertar.

A família Bowen então, pede a ajuda de especialistas em espectros para tentar salvar a menina. E talvez de diferente na nova versão seja o uso de celulares, drones, computadores, elementos que ainda não existiam no começo dos anos 1980. E não existem sustos. Tudo é tão previsível, que dá para antever o final das cenas.

Cotação: ruim
Chico Izidro