quinta-feira, maio 12, 2022

"O Homem do Norte" (The Northman)

"O Homem do Norte" (The Northman) é um drama épico dirigido por Robert Eggers (“A Bruxa”, “O Farol”), que conta a história de Amleth – uma das inspirações de Shakespeare para escrever Hamlet –, falando sobre vingança, lendas nórdicas, confronto com o cristianismo, violência e brutalidade.
Na trama transcorrida no Século X, o herdeiro de um trono viking, Amleth (Alexander Skarsgård), vê o pai, o Rei Aurvandil (Ethan Hawke) ser assassinado pelo tio Fjölnir (Claes Bang), e a mãe, a Rainha Gudrún (Nicole Kidman) ser sequestrada. Ele consegue fugir, e jura vingança. Alguns anos depois, Amleth retorna, decidido a cumprir o seu plano. Para tanto, consegue a ajuda de uma escrava eslava, Olga (Anya Taylor-Joy), que se torna também a sua amante.
"O Homem do Norte" é bastante fiel ao período, onde a vida não valia muita coisa, e os guerreiros invasores erasm implacáveis, exterminando aldeias inteiras - os sobreviventes eram transformados em escravos. Numa cena crua, um vilarejo é atacado, e velhos, crianças, mulheres são assassinados das formas mais crueis, como por exemplo decapitados ou sendo queimados vivos dentro de uma choupana.
As cenas, aliás, são espetaculares - o filme foi gravado na Islândia e na Irlanda. Em todo o tempo, o céu é cinza, o sol nunca aparece e a neve cai implacável, transformando o solo em pura lama. E as lutas são bem coreografadas, sangrentas. Afinal, a brutalidade lembra muito o seriado "Vikings. E o elenco está todo bem, com carisma, com todos tendo seu momento para brilhar, desde Alexander Skarsgård, Ethan Hawke, o dinamarquês Claes Bang, que se destacou na série The Affair e talvez tenha a melhor atuação do filme, Nicole Kidman, Willem Dafoe e até a sumida cantora e atriz Björk.
''O Homem do Norte" é um thriller que explora o quão longe uma pessoa pode ir para buscar vingança, deixando qualquer rastro de racionalidade pelo caminho. Excelente.
Cotação: ótimo
Duração: 2h17min
Chico Izidro

segunda-feira, maio 02, 2022

"Downton Abbey II: Uma Nova Era" (Downton Abbey: A New Era)

A família de aristocratas Crawley está de volta em "Downton Abbey II: Uma Nova Era" (Downton Abbey: A New Era), o segundo filme - o primeiro foi lançado em 2019 - gerado pela série de sucesso que durou seis temporadas entre 2010 e 2015. O longa é dirigido por Simon Curtis, com roteiro e produção de Julian Fellowes, e tem duas linhas narrativas, mas focando nas mudanças que a sociedade começava a passar. A trama se passa nos anos 1920.
Em uma das histórias, o conde Grantham (Hugh Bonneville), a condessa Grantham (Elizabeth McGovern) e outros agregados da família se dirigem até o sul da França, na charmosa villa na Riviera Francesa recém-herdada pela matriarca, Lady Violet (Maggie Smith), que esconde um segredo do seu passado, e por causa da idade avançada, não pode mais viajar.
No outro foco, Downton vira locação de um filme, pois a propriedade precisa do dinheiro da produção para providenciar reparos importantes - o sótão está cheio de buracos, fazendo com que a água da chuva entra fortemente. Lady Mary (Michelle Dockery) consegue convencer conde Grantham a ceder a mansão para o filme, dirigido pelo cineasta Jack Barber (Hugh Dancy). E aí talvez ocorra a coisa mais deliciosa de "Downton Abbey II: Uma Nova Era", um filme dentro de um filme, e homenageando o clássico "Cantando na Chuva", pois a produção em Downton é um um filme mudo, mas sofrendo as consequências da chegada dos filmes falados, e como isso prejudica e muito com a estrela Myrna Dalgleish (Laura Haddock) que não consegue dublar suas cenas.
Além disso, “Downton Abbey II: Uma Nova Era” apresenta, ainda, diversas mudanças marcadas por despedidas de personagens importantes - um deles o mordomo gay (Robert James-Collier), que finalmente encontra quem o compreenda e possa acabar com a sua solidão, o outro de Lady Violet, talvez o personagem mais icônico da série. O longa mantém a tradição da série, com bom humor e retrato importante de uma época.
Cotação: ótimo
Duração: 2h06min
Chico Izidro