sábado, abril 22, 2006

Passe longe



Firewall

Harrison Ford já não dá mais no couro. E não falo em relação a sexo. E sim em correr atrás de jovens ladrões virtuais de bancos no quase inverossível Firewall - Segurança em Risco, dirigido por Richard Loncraine (de Wimbledon - o Jogo do Amor). E olha que Ford está anunciando um quarto Indiana Jones (será de cadeira de rodas?) ou ele será o próprio objeto de pesquisa arqueológica. Aos 63 anos (nada contra a idade), o ator mostra que não pode fazer um filme onde tem brigas corporais com um jovem e perigoso marginal, muito mais forte do que ele, interpretado por Paul Bettany (O Mestre dos Mares). A primeira parte de Firewall até que funciona, quando Ford, especialista em segurança de bancos, tem a família seqüestrada e para salvá-la tem de desviar 100 milhões de dólares para salvá-la. Só que na segunda parte, o filme vira uma correria muito chata, com muita pancadaria, tiroteio e Ford descendo a porrada. Talvez tenha baixado a ''Força'' no amigo dos Jedi... No final do filme, tá, não vou contar, mas é bem no estilão norte-americano, em que a família é mais forte do que tudo. Falta só a bandeira dos Estados Unidos tremulando na telona. Passe longe deste filminho.



A Volta da Pantera Cor-de-Rosa

Tem coisas que não devem ser revividas. Peter Sellers, um dos melhores comediantes de todos os tempos, está se revirando em seu túmulo, depois da heresia perpetrada por Steve Martin - que não fosse algumas pixotadas na carreira, poderia estar na galeria em que se encontra Sellers. O ator americano, conhecido pela sua cabeleira branca e que participou de hilárias comédias como O Panaca, Alguém Baixou em Mim e Os Picaretas não precisava ressuscitar o Inspetor Closeau, em A Volta da Pantera Cor-de-Rosa, de Shawn Levy (Doze é Demais). O filme conta, de novo, o roubo da famosa pedra preciosa chamada...Pantera Cor-de-Rosa. Martins é Clouseau e com a ajuda de um deslocado Jean Reno (O Profissional, Imensidão Azul, Subnway e Ronin), que talvez tenha entrado nesta apenas por dinheiro, tenta recuperar a jóia, em meio a tombos, caras feias, escorregões, batidas de carros. Tudo muito sem graça, tudo muito fora de esquadro. Sem contar que Kevin Kline (Um Peixe Chamado Wanda e Será que Ele é?) não tem o mesmo carisma do chefe original de Closeau, interpretado pelo ator Herbert Lom, que interpreta Charles Dreyfuss, o hilário chefe do detetive trapalhão, que sofria e enlouquecia com as patetadas de seu comandado. Se você é daqueles que preza o original, passe longe desta verdadeira bomba, que de bom tem apenas a trilha sonora original.

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“QUEER”

Foto: Paris Filmes “QUEER”, dirigido por Luca Guadagnino a partir de um roteiro de Justin Kuritzkes, é baseado em romance homônimo de 1985...