quinta-feira, agosto 14, 2008
Harry e Sally - Feitos um para o outro
As comédias românticas não costumam agradar a gregos e troianos. Ou você gosta ou você odeia. Dificilmente alguém diz "ah, achei mais ou menos". Claro que para todas as regras, existem suas exceções e nada melhor do que exemplificar isso do que o clássico que está prestes a completar 20 anos. Sim, 20 anos! Harry e Sally - Feitos um para o outro, de Rob Reiner, com Billy Cristal e Meg Ryan nos papéis principais e o falecido Bruno Kirby e Carrie Fischer (a princesa Lea da saga Guerra nas Estrelas) como os melhores amigos da dupla, foi lançado no já quase distante 1989...
Ambientada em Nova Iorque, Harry e Sally tem forte influência de Woody Allen, principalmente no texto saboroso - piadas inteligentes, debochadas, a busca incessante pelo parceiro ideal e claro, a principal cidade do mundo como pano de fundo, e até a trilha sonora, jazzística.
A história começa quando a dupla se conhece no último dia de faculdade e prossegue por cerca de quase uma década, entre encontros e desencontros. Como é uma comédia romântica, já sabemos de antemão o seu final. Porém, o engraçado da coisa é como Harry (Cristal) e Sally (Ryan) tentam se entender durante o período, mas algo sempre rompe o elo e eles voltam à estaca zero. O melhor, então, decidem, é ficarem amigos, pois a sintonia entre ambos é excepcional.
E durante o filme, vemos depoimentos reais de casais que contam como se conhecerem e conviveram durante décadas e décadas.
A dupla tem uma trajetória completamente distinta para o público brasileiro. Billy Cristal nunca teve a mesma simpatia conquistada nos EUA, e no período estava no auge, inclusive tendo apresentado o Oscar durante anos. Até protagonizou outra comédia romântica, de menor destaque, mesmo não sendo um galã (Esqueça Paris. Em Harry e Sally teve a melhor atuação da carreira.
Mas e o que dizer de Meg Ryan, por anos a namoradinha da América. Ela estava simplesmente linda e recém engatando o casamento com Dennis Quaid, que acabaria depois de ela se envolver com Russel Crowe, durante as filmagens de Prova de Vida. Sua personagem, Sally, protagonizou uma das melhores cenas do cinema, constantemente imitada, mas não superada, quando simula um orgasmo num restaurante à beira de estrada, para constrangimento de Harry. No final, uma senhora sentada na mesa do lado do casal, olha admirada enquanto decide o que vai comer e pede ao garçom: "Eu quero o mesmo do que ela". Inesquecível.
A ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO
A Encarnação do Demônio, final da trilogia de Zé do Caixão iniciada ainda nos anos 1960 com A Meia- Noite Levarei Sua Alma e Esta Noite Encarnarei no teu Cadáver não é para estômagos fracos. O filme apela para cenas fortes da busca do coveiro de unhas imensas pela mulher superior, que pode dar a luz ao seu filho perfeito. Durante 90 minutos, o que se vê na tela são cenas de sadismo, torturas e escatologia sem piedade.
Apesar de ser uma figuraça, Zé do Caixão (José Mojica Marins) é um péssimo ator e sua presença, por mais emblemática que possa parecer, enfraquece um filme que possui um bom roteiro.
O GRANDE DAVE
Um dia Eddie Murphy foi engraçado, porém no meio do caminho, algo se perdeu. E isso fica bem evidente em O Grande Dave (Meet Dave, de Brian Robbins), onde o ator tenta reencontrar o sucesso esquecido em algum período dos anos 1980. O resultado, no entanto, não sai melhor do que o péssimo Norbit, onde escrachava com os gordinhos. Em O Grande Dave, depois de perder a admiração do público adulto, ele tenta agradar a criançada, em dois papéis, um como uma nave espacial e outro como o capitão minúsculo do aparelho. A sua equipe vêm à Terra com o objetivo de roubar o sal dos oceanos e, assim, salvar o planeta de onde se originaram. O resultado é pífio, sem graça, e pior, se visto dublado. Talvez um dia o ator reencontre o caminho de suas boas atuações e das boas comédias (ele demonstrou que não desaprendeu ao aparecer em Dreamgirls - Em Busca de um Sonho). Mas por enquanto, ele não encontrou a trilha.
CINTURÃO VERMELHO
O mundo do jiu-jitsu visto pela ótica do cineasta e teatrólogo norte-americano David Mamet. Os brasileiros só querem se dar bem e sacanear um honesto professor e lutador negro da arte surgida no Brasil (Chiwetel Ejiofor). E Rodrigo Santoro continua fazendo suas aparições quase relâmpagos: poucas falas e personagem secundário num filme fraco para os padrões Mamet.
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