segunda-feira, dezembro 12, 2011

A Chave de Sarah

O colaboracionismo é uma chaga que ainda incomoda os franceses, mesmo tendo passado mais de sessenta décadas do final da II Guerra Mundial. Os nazistas não tiveram muito trabalho no país invadido, pois muitos franceses, principalmente os policiais e o infâme Governo de Vichy trataram de oprimir os seus cidadãos e mandar os judeus para os campos da morte. Em A Chave de Sarah, direção de Gilles Paquet-Brenner, mais uma vez o cinema da França traz o tema à tona. Neste ano já foi lançado Amor e Ódio, de Roselyne Bosch, e também o documentário A Tristeza e a Piedade, clássico de mais de cinco horas de Marcel Ophüls. A Chave de Sarah mostra a investigação da jornalista Julia (Kristin Scott-Thomas, excelente atriz inglesa radicada no outro lado do Canal da Mancha) para tentar descobrir o que houve com a família de judeus que morava no apartamento em que ela e o marido irão ocupar em Paris. Julia se surpreende pelos pais e avós do marido, que também habitaram o local silenciarem sobre os antigos moradores. O que também choca a jornalista é por seus colegas de redação mostrarem total ignorância sobre o colaboracionismo de seus antepassados com os alemães. A história é fragmentada, com idas e vindas no tempo. Vemos a investigação de Julia e repentinamente estamos em 1942, quando da expulsão dos judeus de suas casas e do destino aos campos de extermínio. A chave do título refere-se ao objeto que a pequena Sarah (muito bem interpretada na fase criança pela cativante Mélusine Mayance) guardou por toda a vida, traumatizada por um fato referente ao irmão menor, escondido num dos cômodos do apartamento, quando a polícia chegou para levar os seus parentes para o destino desconhecido. Kristin Scott-Thomas mais uma vez dá um show de interpretação. E se a história parece já ter sido vista outras vezes, ela se faz necessária, para que estes incidentes nunca voltem a ocorrer. Cotação: ótimo Chico Izidro

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